USOS E COSTUMES
Selos e anéis de selo tinham funções semelhantes às assinaturas atuais que validam contratos, produtos e documentos. Na Mesopotâmia, havia principalmente dois tipos: selos e cilindros. O primeiro geralmente consistia em uma imagem religiosa acompanhada de um texto identificando o proprietário, o título ou profissão e sua afiliação política ou religiosa. Os selos eram feitos de pedra, madeira, osso ou marfim. Selos pessoais podem ser usados como amuletos ou ornamentos. O desenho das vedações e cilindros foi gravado de cabeça para baixo para que a impressão resultante na argila úmida fosse correta. As vedações cilíndricas eram tubulares e feitas de cerâmica, pedra, pedras preciosas ou semipreciosas.
Os selos surgiram durante os primeiros anos da civilização mesopotâmica (início do quarto milênio a.C). e os selos cilíndricos começaram a aparecer mais tarde, no fim do quarto milênio a.C. Gradualmente, os mesopotâmicos abandonaram os selos comuns e mudaram para os cilíndricos. O Império Acadiano (2350-2150 a.C.) e a Terceira Dinastia de Ur (2100-2000 a.C.) e a Terceira Dinastia de Ur (2100-2000 a.C.). Eles usavam principalmente vedações de cilindro. Eles permaneceram populares até a ascensão do Império Neoassírio durante o primeiro milênio a.C., quando o palácio real adotou selos comuns como o método preferido de selar documentos.
Um grande número de selos do tipo escaravelho encontrados no Egito demonstra sua importância naquele império. Eles geralmente incluíam um dos nomes reais do faraó que governava na época da fabricação do selo. Parece que as pessoas usavam esses tipos de selos principalmente como um amuleto religioso, e não como uma ferramenta administrativa. Quando esses selos são encontrados em escavações em Israel e na Jordânia, eles ajudam a datar uma camada arqueológica. Os termos hebraicos para selo (hotam) e anel de sinete (taba'at) são dois dos muitos termos emprestados dos egípcios encontrados na Bíblia. O segundo desses termos aparece pela primeira vez na narrativa de José (Gn 41:42).
Os arqueólogos encontraram centenas de pedaços de argila ou betume, conhecidos como bulas, em suas escavações no Antigo Oriente Próximo. As bulas eram pedaços de argila úmida estampadas com impressões de selo que eram então secos. Por exemplo, em uma casa destruída na Cidade de Davi, eles descobriram um tesouro de 51 bulas da época da campanha do rei Nabucodonosor contra Jerusalém em 586 a.C. Ao analisar nomes e ocupações registrados neles, pode-se ter um vislumbre da vida cotidiana de Jerusalém durante o período da invasão babilônica. Os arqueólogos descobriram bulas estampadas com os selos de importantes reis israelitas e judeus como Oseias, Acaz, Ezequias e Manassés, bem como as bulas de muitos oficiais reais de suas cortes, como Gemarias, filho de Safã (Jr 36:10-27) e Gedalias, filho de Pasur (Jr 38:1-4). Essas descobertas confirmam a historicidade desses indivíduos, conforme descrito nas Escrituras.
King e Stager, Life in Biblical Israel.
Magness-Gardiner, “Seals, Mesopotamia”, Anchor Bible Dictionary, p. 1062-1063.