CRENÇAS E ENSINAMENTOS

Trombetas e seu simbolismo — Apocalipse 9

Na Bíblia, o simbolismo teológico das trombetas está enraizado no papel que as trombetas desempenharam nos tempos do Antigo Testamento, quando os sinais das trombetas organizavam a vida no antigo Israel. Os dois tipos mais comuns de trombetas eram as de metal forjado (chatsotsera), tocadas por sacerdotes em várias ocasiões, muitas vezes de natureza religiosa (Nm 10:2-10) e osshofars (feitos de chifres de carneiro) usados como instrumento de sinalização, particularmente em situações militares (Jz 3:27; 1Sm 13:3; Ez 33:3-6). Números 10 descreve as trombetas como instrumentos sagrados. Os sacerdotes os tocavam nas festas programadas anualmente e para que Deus se lembrasse do Seu povo em tempos difíceis (Nm 10:8-10). Em tempos de guerra, quando os sacerdotes tocavam as trombetas e o povo orava, Deus intervinha para ajudá-los e defendê-los de seus inimigos (2Cr 13:12-15).

No Antigo Testamento, as trombetas aparecem em conexão com alguns eventos significativos na história de Israel. Por exemplo, a voz de Deus transmitindo a Lei no Monte Sinai soou como o som de uma trombeta (Êx 19:16; 20:18; Hb 12:19). Ao som da trombeta, o muro de Jericó caiu (Js 6:4-16). As Escrituras também associam o som da trombeta com o dia escatológico do Senhor (Is 27:13; Jl 2:1; Sf 1:16; Zc 9:14). No Novo Testamento, o som da trombeta (do grego salpinx) sinaliza a segunda vinda de Cristo com poder e glória (Mt 24:31; 1Co 15:52; 1Ts 4:16).

O livro de Apocalipse é notável pelo uso simbólico de trombetas. A voz de Jesus era como o som de uma trombeta (Ap 1:10; 4:1). Um uso simbólico bem conhecido das trombetas é o das 7 trombetas de Apocalipse 8 a 11, que representam uma série de intervenções de Deus ao longo da história em resposta às orações do Seu povo (cf. Ap 6:9-11).

Stefanovic, Revelação de Jesus Cristo.

Stefanovic, “The Angel at the Altar (Revelation 8:3-5)”, p. 79-94.