ÍNDICE
14. Mas eu acabei de chegar em casa!
Nota de agradecimento
A Deus seja a glória!
Estas histórias são Dele, do poder Dele e da providência Dele na minha vida. Ele me deu urgência para escrever este livro em sete dias. Ele me forneceu os dois, a energia e a equipe para realizar o que o ser humano diria ser impossível.
À minha esposa, April, e à minha filha, Julie, que me apoiaram com oração e avaliação honesta.
A Cynthia Spears e aos parceiros de oração do Ministério In Discipleship que absorveram tanto a escrita quanto a editoração deste livro com oração.
A Melody Mason pela fé e criatividade em liderar Lynne Macias, Clarissa Fiedler, Susan Peña, Barbara Wear e Evie Van Scheik como equipe de edição que sacrificaram muito para cumprir o prazo de uma semana.
A Megan Marquez pelo lindo layout que deu a este livro, assim como toda a equipe da Faculdade College Press que trabalhou incansavelmente para cumprir prazos impossíveis.
“As misericórdias do SENHOR são a causa de não sermos consumidos, porque as Suas misericórdias não têm fim; renovam-se cada manhã. Grande é a tua fidelidade” (Lamentações 3.22, 23, NAA).
NOTA AO LEITOR
DEUS AINDA VIVE
“Tão certo como vive o SENHOR, o Deus de Israel, a quem eu sirvo”. (1 Reis 17:1, NAA)
Caro leitor,
Deus é mais do que uma história em um livro empoeirado. Ele é muito mais que um edifício religioso, uma doutrina que busca explicá-Lo, uma pintura na esperança de registrá-Lo ou um coro bem ensaiado cujas canções sobre Ele inspiram públicos em todo o mundo. Deus está vivo!
Escrevi Deus ainda vive orando para que as histórias verdadeiras e os testemunhos que compartilho aqui encorajem você a confiar em Deus completamente. Deus nunca falhou comigo. Deus nunca falhará com você. Estou constantemente aprendendo que Ele é presente quando não posso vê-Lo e que Ele provê no tempo Dele... sempre.
Muitos sabem que foi dito que Deus fez coisas poderosas no passado. O mundo é repleto de muitos livros a respeito de tais milagres, das providências divinas e da direção direta de Deus no passado. Mas Deus ainda vive, AGORA, no presente! Eu estou orando para que Deus use este livro para inspirar você a viver pela fé, e não pela visão.
Ao ler este livro, você notará que, embora alguns nomes reais tenham sido, muitas vezes o nome de locais ou lugares que visitei foram propositalmente deixados de fora. Eu também mudei o nome de alguns dos indivíduos mencionados nas minhas histórias.
Essas alterações foram feitas para proteger a privacidade dos indivíduos envolvidos e para proteger os crentes em as áreas por onde viajei. Contudo, mais uma vez, cada história e testemunho compartilhado aqui é verdadeiro. Este livro de histórias da minha curta vida pretende testemunhar que verdadeiramente Deus continua vivo.
Ao ler as histórias, você também pode se perguntar como eu posso ouvir Deus falando comigo. Eu ouço uma voz audível?
Como posso saber se é Deus falando, e não apenas os próprios pensamentos?
Aprender a reconhecer quando Deus está falando comigo ou quando são apenas meus próprios pensamentos ou impressões tem sido uma jornada de crescimento ao longo da vida. E eu ainda estou aprendendo.
Aqui estão três princípios que formam a base de como eu procuro escutar e ouvir Deus falando inaudivelmente à minha mente e ao meu coração:
#1: A Palavra escrita de Deus, a Bíblia, tem maior autoridade. A Palavra escrita de Deus é a mais elevada revelação a respeito de quem é o verdadeiro Jesus Cristo (João 5:39). A Palavra de Deus testa nossas impressões, experiências de vida e o que ouvimos de Deus em oração, bem como os ensinamentos de outros (Isaías 8:20; Salmo 119:105).
#2: Deus ainda fala com o Seu povo hoje. Deus ainda fala com o Seu povo hoje. A Palavra de Deus diz: “Assim diz o SENHOR que fez a terra, o SENHOR que a formou e a firmou; Seu nome é Senhor: ‘Clame a Mim e Eu responderei e lhe direi coisas grandiosas e insondáveis que você não conhece’” (Jeremias 33:2, 3).
Deus quer falar conosco. Ele deseja que a oração seja um diálogo bidirecional entre nós e Ele. Nós oramos, nós lemos a Sua Palavra, ouvimos e lemos a Sua Palavra e oramos um pouco mais. A Sua Palavra escrita é a âncora e a base de como falamos e ouvimos de Deus. Se desejamos ouvir mais de Deus, devemos esperar Nele e ouvir mais depois de ler a Sua Palavra (ver Salmo 25:5; 46:10).
Toda vez que Lhe obedecemos de acordo com a Sua Palavra escrita, estamos mais bem preparados para ouvir a Sua voz mais distintamente no futuro.
#3: Deus quer que nos acheguemos a Ele em oração com expectativas. A Palavra de Deus diz: “De manhã ouves, SENHOR, o meu clamor; de manhã te apresento a minha oração e aguardo com esperança” (Salmo 5:3).
Por meio da jornada de crescimento da minha amizade com Deus, posso lhe dizer que cheguei ao entendimento de que esse Deus que ainda fala, me ama mais do que eu penso que Ele ama. Também tenho a mesma certeza de que Deus ama VOCÊ mais do que você pensa que Ele ama, muito mais! Observe o que Ele lhe diz na Sua Palavra: “Mas Deus demonstra o seu próprio amor por nós: Cristo morreu em nosso favor quando ainda éramos pecadores” (Romanos 5:8). “Pois estou convencido de que nem a morte nem a vida, nem anjos nem demônios, nem o presente nem o futuro, nem quaisquer poderes, nem altura nem profundidade, nem qualquer outra criatura na criação será capaz de nos separar do amor de Deus que está em Cristo Jesus, nosso Senhor” (Romanos 8:38, 39). Convido você a ler essas histórias e testá-las pela Palavra escrita de Deus. Acima de tudo, oro para que você saiba que Deus continua vivo!
Capítulo 1
A CHAVE-MESTRA
“Clame a mim e Eu responderei e lhe direi coisas grandiosas e insondáveis que você não conhece”. (Jeremias 33:3)
Exausto depois de muitos dias treinando líderes para discipular pais e filhos para Jesus, perguntei aos meus anfitriões do Zimbábue onde eu devia passar a noite. Eu tinha acabado de pregar naquela noite para mais de setecentos estudantes em uma escola de ensino médio no Zimbábue, e o sol já havia se posto havia um tempo.
Os anfitriões me levaram para um dormitório à beira do campus universitário próximo, não muito longe de uma cerca alta que pretendia manter os leopardos afastados. Quando chegamos ao quarto, eles me entregaram uma longa e estreita chave-mestra. Enfiei a chave na fechadura, e a porta se abriu. Com gratidão, eu disse boa noite aos meus anfitriões.
Depois de me preparar para dormir, ajoelhei-me ao lado da cama para orar. “Deus, estou voltando para casa depois de amanhã. O que está no Teu coração?”
Instantaneamente, a voz calma de Deus sussurrou suavemente ao meu coração e à mente. “Vá lá fora, Don. Sob as estrelas, há algo que quero lhe contar.”
Levantando-me rapidamente, coloquei algumas roupas mais quentes e amarrei os sapatos de caminhada. Pegando a chave, saí do quarto, tranquei a porta e sai noite adentro.
Desci por um caminho de terra e então me ajoelhei em uma grama alta. Olhando para o céu com admiração, contemplei as estrelas. Sem luz artificial por muitos quilômetros, o céu era um dossel brilhante de galáxias cintilantes.
Era simplesmente de tirar o fôlego.
“Deus, estou aqui!” Eu o cumprimentei. “O que está no Teu coração? O que queres me dizer?”
Mais uma vez, Ele falou inaudivelmente ao meu coração e à mente: “Peça-me para fazer muito mais pela África!”
Senti que isso era uma coisa estranha para Deus me dizer. Por que Ele queria que eu pedisse a Ele para fazer muito mais pela África? Ele podia responder à Sua própria oração fazendo qualquer coisa que Ele quisesse para o continente.
No entanto, eu sabia que era a Sua voz falando, e Ele foi claro no que queria que eu fizesse.
Em obediência, estendi as mãos a Deus na escuridão e orei em voz alta: “Deus, por favor, faça muito mais pela África!” A minha breve oração foi dita pela fé.
Eu esperei. Deus teria mais algo a me dizer? O único som era a brisa suave soprando na grama alta. Não ouvi mais nada, mas a Sua paz estava comigo.
Ficando em pé, eu me virei e voltei para o dormitório. Ansiosamente tirei a chave-mestra enquanto me aproximava do quarto. Eu estava pronto para dormir, muito pronto para dormir. Enfiei a chave na fechadura e virei uma vez. A porta não abriu. Eu tentei de novo. Não abriu. Eu tentei de novo, cinco vezes, dez vezes, quinze vezes. A porta simplesmente não abria.
“Como isso pode estar acontecendo comigo?” Resmunguei. “A chave funcionou há alguns minutos. Por que não está funcionando agora?
Imediatamente a voz mansa e delicada de Deus me disse: “Você não vai entrar no seu quarto porque há alguém que você deve conhecer.
“Senhor, não conheço ninguém aqui neste dormitório. Além disso, as luzes estão todas apagadas, o que significa que todo mundo está dormindo.
Mas Deus havia falado. Havia alguém que eu devia encontrar. Sem saber para onde ir, comecei a caminhar pelo corredor longo e escuro. “Isso é loucura!” Eu murmurei novamente. “Ninguém está acordado.”
“Senhor, mostre-me quem devo encontrar?”
Passei por quarto após quarto. Todas as portas estavam fechadas. Todas as luzes estavam apagadas.
Olhando através da escuridão, vi uma porta, a única porta no longo corredor com luz saindo por baixo. Eu bati timidamente à porta.
A porta se abriu, e um homem colocou o rosto para fora do corredor escuro. Vendo o meu rosto branco olhando de volta para ele, o homem recuou, ligeiramente assustado.
“Quem é você?” ele me questionou.
Rapidamente, eu disse a ele que não havia razão para ter medo. Então eu me apresentei e lhe contei brevemente a respeito do trabalho de discipulado que eu estava fazendo para os líderes lá no Zimbabué.
“Sou o pastor Willard Sichilima, do Norte da Zâmbia. Como posso ajudá-lo?" ele perguntou calorosamente.
Levantei a minha chave: “Estou envergonhado de contar, mas não consigo abrir o quarto com esta chave. Funcionou antes. Não tenho certeza do que fazer ou a quem pedir ajuda.”
“Sem problemas!”, ele exclamou. “Eu tenho vindo aqui todo verão para trabalhar no meu mestrado e fiquei em muitos quartos neste dormitório. Leve-me ao seu quarto, e eu o abrirei para você.”
Quando chegamos perto do meu quarto, entreguei-lhe a chave. Ele confiantemente deslizou a chave na fechadura, virou a chave e... Adivinha o que aconteceu? Nada. Ele tentou de novo e de novo, mas a chave não abria a porta.
Perplexo, o pastor Willard foi e encontrou o vigia de plantão, um jovem forte maior em estatura que eu e que poderia ser um lutador.
Entretanto, o rosto dele era amigável e sorria alegremente para mim. “Por favor, me dê a chave, senhor. Posso abrir qualquer porta aqui para você!”
Fiquei encantado ao ouvir isso e entreguei-lhe a chave. Ele tentou abrir a porta, mas não se movia. Ele então girou a chave com toda a força.
Ele empurrou e empurrou e esforçou-se com suor começando a lhe escorrer pelo rosto. Eu fiquei pensando se a chave não ia quebrar. Ainda assim, a chave não funcionava.
“Não se preocupe! Vou pedir ao preceptor para nos ajudar”, prometeu o jovem vigia noturno. Em poucos minutos, o preceptor chegou com uma cesta cheia de chaves, incluindo muitas chaves reservas para o meu quarto.
“Teremos você no seu quarto em breve!”, o preceptor me disse. Ele pegou uma cópia da minha chave e colocou na fechadura e virou. Não abriu. Toda chave reserva do meu quarto não abria a porta!
Por que isto está acontecendo comigo?, reclamei silenciosamente. A voz de Deus falou ao meu coração em resposta: “Pergunte ao pastor Willard, ‘Do que você precisa? Como posso ajudá-lo?’”
“Agora, Senhor”, argumentei, “só tenho cem dólares americanos na minha carteira para emergência. E se este pastor da Zâmbia me pedir para ajudá-lo a pagar a mensalidade de um dos seus filhos? Eu não tenho isso tudo! E se ele me pedir para ajudá-lo a pagar a mensalidade de todos os seus filhos? O que eu vou fazer?” Mas Deus não ficou impressionado com os meus argumentos.
Enquanto eu hesitava, Deus me impressionou novamente a fazer as mesmas perguntas ao pastor Willard. Pensei nas possibilidades enquanto mexia na carteira dentro bolso. Eu estava genuinamente com medo de que o pastor Willard me pedisse algo além do que eu tinha em mãos. Não fiz as perguntas, mas observei o preceptor lutando para abrir a minha porta.
Então Deus me impressionou pela terceira vez com urgência! Suspirei. “Pastor Willard”, eu finalmente lhe disse. “Deus me impressionando a perguntar: ‘Do que você precisa? Como posso lhe ajudar?’”
O rosto do pastor Willard explodiu em um grande sorriso. O sorriso era grande demais para o meu conforto. “Foi exatamente por isso que eu não queria perguntar a ele, Deus!” Queixei interiormente. Mas a minha mente foi levada de volta ao momento, pois o pastor Willard já estava respondendo.
“Essa é uma pergunta maravilhosa!”, ele me disse com entusiasmo. Então se inclinou e perguntou ao preceptor, que ainda estava procurando uma chave funcional para a minha porta: “Você poderia me dar a chave original do Don?”
O preceptor se endireitou, olhou para o pastor Willard com uma expressão confusa, encolheu os ombros e lhe entregou a chave. O pastor Willard pegou a chave, enfiou-a na fechadura, girou-a e a porta abriu! Todos nós ficamos em silêncio ao redor da porta aberta por um momento, olhando com admiração. Depois de agradecer ao preceptor e ao vigia noturno pelos seus valentes esforços, convidei o pastor Willard para entrar no meu quarto.
“Deus obviamente queria que eu conhecesse você, mas, antes que você me diga qualquer coisa, precisamos orar.” Nós nos ajoelhamos, e eu orei primeiro.
“Por favor, Senhor, ajude o pastor Willard a me dizer apenas o que você quer que ele compartilhe, conforme a necessidade.” O pastor Willard então orou: “Senhor, por favor, ajude o pastor Don a ouvir o que o Senhor quer que ele ouça.”
Então nos levantamos e olhei para o pastor Willard com expectativa. “Do que você precisa afinal?”
Ele seguiu a minha pergunta com outra pergunta: “Bem, o que você faz?”
“Ofereço treinamento para ajudar pais e outros mentores a discipular seus filhos para Jesus Cristo”, eu lhe respondi.
“Maravilhoso!” ele respondeu com entusiasmo. “Por que você não vem para o norte da Zâmbia e nos treina?” Instantaneamente me senti aliviado. Pensei: Ele está me pedindo para fazer algo que eu sei fazer. Eu posso fazer isto! Então sorri. Porém, imediatamente, Deus falou ao meu coração mais uma vez: “Don, oferecer-lhes o treinamento é bom, mas pergunte do que ele realmente precisa agora”.
“Pastor Willard, Deus está me impressionando a lhe perguntar: ‘Do que você realmente precisa agora?’”
O pastor Willard fez uma breve pausa com a cabeça baixa. Então olhou para cima com lágrimas nos olhos. “Nós precisamos de uma escola no norte da Zâmbia!”
“Oh,” eu disse nervosamente. “Você quer dizer uma escola de uma sala?” Eu estava tentando desesperadamente manter a solicitação pequena o suficiente para que eu pudesse considerá-la.
“Ah, não, pastor Don, precisamos de um campus para ensino secundário completo, precisamos que seja um internato para centenas e centenas de estudantes.” Comecei a me contorcer por dentro.
“Na verdade”, continuou ele, “precisamos de dois campi escolares para ensino secundário com dormitórios para meninos e meninas, salas de aula, cozinha, banheiros, chuveiros.”
Ele continuou listando as necessidades de ambos os campi. Por ora, eu estava completamente estressado e sobrecarregado.
“Bem, obrigado por compartilhar isso comigo”, eu disse fracamente, com pouco entusiasmo. “Vou orar a respeito do que você compartilhou”, prometi.
Então nos levantamos, apertamos as mãos, dissemos boa noite e nos despedimos. Em seguida, eu me ajoelhei novamente e orei ao lado da cama. Deus me disse: “Este é o homem que eu queria que você conhecesse, e esse pedido veio de Mim!”
Rastejando para a cama, puxei as cobertas sobre o meu peito enquanto eu tentava dormir. Como iria construir dois campi de escolas secundárias na Zâmbia? Eu me perguntei enquanto adormecia.
Capítulo 2
ESCOLAS NA FLORESTA
“Para os homens é impossível, mas para Deus não; todas as coisas são possíveis para Deus.” (Marcos 10:27)
Na manhã seguinte, acordei com grande expectativa. O que Deus faria? Eu não tinha ideia de como construir duas escolas na floresta no norte da Zâmbia, mas sabia que Deus estava pronto para prosseguir e que estava me chamando para fazer parte do plano Dele.
Naquela manhã, passei um tempo meditando na Palavra e em oração como sempre. Então novamente clamei a Deus: “Mostre-me o que fazer. Mostre-me como fazer isso. Eu sou Teu. Estou pronto.”
Saí naquela manhã para falar e orar com os professores de uma escola de ensino médio local, fazendo o meu melhor para encorajá-los. Enquanto eu estava conversando com eles lá fora, notei um prédio logo além deles, construído cerca de 2 metros do chão. Pensei: Isso é estranho. E me perguntei por que eles terminaram aquele prédio. Mas não queria ser indiscreto a respeito daquele projeto inacabado. Deus havia me dito na noite anterior, que Ele queria que eu construísse duas escolas secundárias na floresta. Será que eu realmente queria ouvir sobre algum outro projeto de construção? Contudo, eventualmente, a minha curiosidade tomou conta de mim.
Depois que terminei de falar, perguntei aos professores: “O que é aquele prédio ali?” Com os olhos saltitando de alegria, eles me disseram: “Siga nos. Nós vamos lhe mostrar.”
Com um pouco de apreensão, eu os segui até o prédio. Nós andamos através da grande extensão do edifício.
“Isso é para ser uma igreja para nossos alunos”, eles me disseram.
“O que aconteceu?” Eu perguntei cautelosamente.
“Paramos de construir”, responderam eles. “Ficamos muito desanimados porque não estava entrando dinheiro. Não conseguimos levantar mais fundos. É por isso que nunca colocamos um telhado nesta igreja nem a terminamos.”
Balancei a cabeça demonstrando compreensão, enquanto eles continuavam:
“Quando as famílias vêm visitar os filhos durante a estação chuvosa, precisam ficar em pé na chuva. Simplesmente não há espaço suficiente para todos os alunos, professores e funcionários para adorar em um só lugar, e muito menos para as famílias que veem nos visitar. Como você pode ver, nós realmente precisamos de uma igreja.”
“Bem”, eu disse, “obrigado por me mostrar.”
Ao sairmos, o Espírito de Deus falou ao meu coração: “Ajude-os a colocar um telhado nesta igreja!”
No dia seguinte, deixei o Zimbábue e viajei de volta para os Estados Unidos. Imediatamente ao chegar em casa, reuni os anciãos da minha igreja na Califórnia e lhes contou a história da chave-mestra. Também lhes contei sobre a igreja que precisava de um telhado. Eu lhes disse que Deus estava ansioso para fazer grandes e poderosas coisas, começando com um telhado para aquela igreja. Os anciãos olharam para mim com preocupação e perguntaram:
“Quanto esse telhado vai custar?”
Sugeri uma quantia, e eles me olharam com mais preocupação. “Vamos orar e ver o que podemos fazer”, eu lhes disse. Então oramos e buscamos ao Senhor pela Sua bênção e provisão.
Deus despertou os membros da nossa igreja, e não muito depois, enviamos um cheque generoso de volta para o Zimbábue para ajudar a colocar um telhado naquela igreja. Claro, não era nem de perto o suficiente para o que eles precisavam, mas, como na história de Neemias, as mãos das pessoas foram fortalecidas. Com aqueles fundos como dinheiro inicial, eles voltaram ao trabalho. As pessoas também sacrificaram o próprio dinheiro para multiplicar a nossa doação. Então apelaram para que outros viessem e se juntassem a eles na conclusão da igreja, a fim de que os alunos pudessem adorar a Deus com suas famílias. Rapidamente, eles colocaram um telhado na igreja.
Deus foi estratégico em tudo isso, como Ele sempre é. Ele queria que eu fosse encorajado com esse pequeno projeto para que não ficasse tão intimidado pelo projeto maior de construir duas escolas na floresta.
Voltando novamente à minha igreja e aos anciãos, eu os encorajei: “Deus nos abençoou para ajudar a colocar o telhado daquela igreja no Zimbábue. Agora vamos construir essas duas escolas na floresta.”
Eles responderam novamente com preocupação: “É um momento difícil! Muitos de nós estamos desempregados. Há pessoas lutando apenas para manter a comida na mesa e prover o cuidado das crianças. Como vamos fazer uma coisa dessas?”
Apesar de suas objeções, oramos buscando ao Senhor por sabedoria. Mais uma vez, Deus moveu o coração dos anciãos e líderes da minha igreja. Eles me disseram: “Honestamente, não temos ideia de como vamos fazer isso, mas vamos sacrificar o que temos.”
E assim, todos nós começamos a vasculhar a própria casa e levar coisas das quais não precisávamos a fim de promover bazares. Fizemos bazar após bazar, vendendo itens de que não precisávamos. Depois de muitos, muitos meses, tínhamos apenas alguns milhares de dólares guardados. Foi um pouco desanimador, pois eu sabia que precisávamos de centenas de milhares de dólares.
“Como essa pequena quantia vai ajudar?”, nós todos questionamos. Entretanto, oferecemos o que tínhamos a Deus e continuamos a sacrificar o pouco que tínhamos, mas Deus ouviu nossas orações.
Certo dia, ao embarcar em um avião de volta para casa, na Califórnia, reconheci um empresário que eu conhecia desde a minha infância. Curiosamente, embora ele estivesse sentado na primeira classe, e eu na classe econômica, ele se levantou e sentou-se ao meu lado. Silenciosamente, orei: “Oh, Deus, deve ser a resposta à minha oração. Você está me trazendo alguém que pode facilmente ajudar a financiar a primeira escola na floresta!”
Enquanto o resto dos passageiros continuava embarcando no avião, aquele homem e eu começamos a conversar. Logo o passageiro que reservou o assento ao meu lado chegou. Imediatamente, o empresário lhe disse: “Se você não se importa, por favor, ocupe o meu lugar na primeira classe. Eu preciso me sentar ao lado deste cavalheiro.
Claro que o passageiro não se importou com o upgrade gratuito, e o meu amigo e eu continuamos conversando. Durante todo o meu voo de volta para casa na Califórnia, naquele dia, aquele homem permaneceu ao meu lado. Ah, como eu queria lhe contar a respeito de como estávamos construindo duas escolas no norte da Zâmbia. Mas o Espírito de Deus me manteve sob controle: “Don, apenas ouça e cuide dele, e só diga algo sobre a Zâmbia se ele perguntar sobre o que está acontecendo na sua vida.”
Durante todo o voo, ele falou, e eu ouvi. Quando ele fazia perguntas, eu respondia abrindo a Bíblia e compartilhando sabedoria oportuna. Toda a minha concentração estava em cuidar do que se passava no coração dele.
Apenas cinco minutos antes de pousarmos, ele finalmente perguntou: “Há algo interessante acontecendo na sua vida?” Oh, esta foi a porta aberta de que eu precisava! Imediatamente respondi com entusiasmo: “Bem, na verdade há sim!”
Então contei a ele a história da chave-mestra e de como Deus me chamou para construir duas escolas secundárias na floresta no norte da Zâmbia. Compartilhei o meu testemunho com alegria; porém, ele não parecia muito impressionado e ouviu em silêncio.
Assim que estávamos pousando, terminei de compartilhar os meus projetos. Ele olhou para mim e depois me disse com naturalidade: “Don, você não tem nada a ver com esse projeto! Você não tem experiência em coletar e gerenciar grandes quantidades de fundos. Você certamente não é um construtor e nunca fez nenhum projeto de construção. Você deve se concentrar apenas no seu ministério de ajudar os pais a discipularem os filhos.”
Quando chegamos ao nosso portão para desembarcar, ele se levantou e saiu do avião. “Deus, o que foi isso?”, perguntei em atordoado silêncio. “Eu sei que você trouxe tanto a mim quanto este empresário juntos no mesmo avião. Eu acredito que este foi um encontro divino. O que aconteceu?”
A voz mansa e delicada de Deus falou ao meu coração: “Don, você fez o que Eu disse para fazer? Você escutou quando Eu lhe disse para falar sobre a Zâmbia somente se ele perguntasse sobre o que está acontecendo na sua vida?”
Eu respondi: “Sim, Senhor, eu fiz”.
“Então entregue isso a Mim. Eu continuo trabalhando quando você não está trabalhando”, Deus acalmou a minha alma.
Durante meses não ouvi nada de volta daquele empresário, até certa manhã, quando recebi uma mensagem dele. O mesmo empresário que me afirmou que eu não tinha nada a ver com a construção das duas escolas me disse: “Vou igualar o que você precisa no seu projeto escolar na Zâmbia dólar por dólar até 200 mil dólares.”
Instantaneamente respondi: “Oh, louvado seja o Senhor!”, eu estava tão entusiasmado! Eu não conseguia parar de louvar a Deus. “Deus, a maneira como o Senhor trabalha é incrível! Orei com muita gratidão.
Então, pouco a pouco, Deus começou a realizar os Seus milagres. Ele adicionou e multiplicou até que tivéssemos o suficiente para construir a primeira escola de discípulos, chamada Escola Secundária Gibão na floresta no norte da Zâmbia. O tempo passou. Colocamos nossos olhos na segunda escola de discípulos, a ser construída em terreno doado por um grande chefe da província de Muchinga. Fui à Zâmbia para visitar o local e esquadrinhar a propriedade. Um velho chefe guiou a mim e alguns anciãos de uma igreja local através da grama alta, ao redor da propriedade. Era um terreno acidentado, mas bonito.
A propriedade era margeada por três riachos que fluíam o ano todo. Havia bastante água, e muitos hectares de tamanho. Enquanto caminhávamos pela propriedade, orei: “Senhor, como vamos construir esta segunda escola? Agora, você me chamou para ser missionário voluntário em tempo integral. Não sou mais líder de uma igreja. Como o Senhor vai me ajudar a financiar este projeto específico?”
A construção dessa segunda escola foi muito mais difícil. April e eu continuávamos dando as nossas pequenas quantias novamente e continuamos orando e clamando a Deus. Embora não pudéssemos doar muito, Deus pegou nossos preciosos dólares e pequenas ofertas e os multiplicou de novo e de novo e de novo.
Meus amigos, Deus faz coisas poderosas quando o Seu povo está disposto a se sacrificar! É tão importante entregarmos a Deus o que temos, mesmo que seja do tamanho da moeda da viúva. Quando doamos o pouco, Ele multiplica isso muitas vezes. Mais uma vez, Deus fez o que parecia impossível para os padrões humanos. Eu sabia que não conseguiria; nem mesmo a nossa igreja local não poderia fazer aquilo. Contudo, Deus esculpiu a segunda escola, Escola Secundária Elim, diretamente da floresta.
Louvo a Deus pelos dois campi escolares, que são agora escolas de formação de discípulos no Norte da Zâmbia. Centenas de alunos passam por essas escolas todo ano. Aqueles alunos não estão apenas recebendo um ensino regular, eles também estão sendo intencionalmente discipulados para seguir a Jesus Cristo e para ser ensinados a fazer discípulos.
Essas escolas enviam regularmente estudantes nas comunidades para ensinar outros a respeito de Jesus. Como Deus abençoou o treinamento de discipulado nessas escolas, outros notaram. Os professores da escola pública na área ao redor das escolas de Gibeão e Elim ficaram tão impressionados com o que viram acontecendo nos nossos campi que pediram aos nossos professores para treiná-los a ser discípulos de Jesus e a lhes mostrar como tornar seus alunos discípulos de Cristo.
Em resposta ao pedido, tanto o campus de Gibeão como de Elim enviaram um professor e dois estudantes, a fim de oferecer treinamento em Escolas de Discípulos para aqueles professores do governo. A princípio, os professores de escolas públicas ficaram muito decepcionados quando os alunos se levantaram para ensiná-los a ser discipuladores de seus alunos. Eles sussurraram entre si: “Pensamos que os próprios professores das escolas Gibeão e Elim estariam nos ensinando, não meros alunos. Como podem esses adolescentes ter algo de valor a nos ensinar? O que podemos aprender de alunos?”
No entanto, quando os estudantes se levantaram e testemunharam a respeito de Jesus Cristo e de como Ele transformou a vida deles e de como Deus os estava enviando para ser professores, mesmo quando eles próprios eram ainda estudantes, Deus tocou o coração dos professores das escolas públicas.
Eles reconheceram que o Espírito de Deus estava falando por intermédio daqueles jovens alunos, e eles exclamaram: “Ensinem mais!”
Oh, meus amigos, como o meu coração vibra de admiração pelo meu Deus criador, quando me lembro de como Ele financiou e construiu dois campi para escolas secundárias e depois transformou-as em escolas de fazer discípulos para o Seu Filho Jesus. As coisas que são impossíveis para o homem certamente são possíveis para Deus!
Capítulo 3
O ÔNIBUS ERRADO
“Conduzirei os cegos por caminhos que eles não conheceram, por veredas desconhecidas Eu os guiarei; transformarei as trevas em luz diante deles e tornarei retos os lugares acidentados. Essas são as coisas que farei; não os abandonarei.” (Isaías 42:16)
Não demorou muito até que o Ministro da Educação da Zâmbia começasse a ouvir relatos de que havia duas escolas de fazer discípulos para Jesus no Norte da Zâmbia. Eles ficaram tão satisfeitos com aquilo que ouviram a respeito das escolas secundárias Gibeão e Elim que nos perguntaram: “Como podemos ter esse treinamento de Escola de Discípulos disponível para todos os professores da rede pública? Como podemos difundir esse treinamento para toda a nação, para os professores da educação infantil?”
O Ministro da Educação decidiu que a melhor forma de começar seria trazendo vinte dos melhores professores da educação infantil de cada uma das suas dez províncias. Eles reuniriam esses duzentos professores juntos na cidade de Lusaka, onde o governo da Zâmbia está sediado, e me levariam para treiná-los.
Eu estava muito animado e maravilhado com o que Deus estava fazendo, mas não tinha ideia de como treinar todos aqueles professores da rede pública. Eu estava sobrecarregado. O nosso ministério Discipulando Novas Gerações não tinha fundos para algo assim nem eu.
Então a minha esposa e eu oramos a respeito dessa nova oportunidade, e conseguimos alguns dólares. Deus operou um milagre, Ele proporcionou um voo de ida e volta para a Zâmbia. Mas o que eu faria quando chegasse lá? Eu não tinha ideia. Ao orar pedindo orientação, Deus me impressionou a ir pela fé de qualquer maneira.
Com apenas alguns dólares no bolso, decidi passar uma semana, procurando por toda a Zâmbia homens e mulheres que eu pudesse treinar para ser discipuladores, a fim de que me ajudassem a discipular os professores da rede pública da Zâmbia.
Aterrissei em Lusaka, e um novo amigo meu veio me buscar no aeroporto. Orei silenciosamente: “Deus, estes poucos dólares que tenho no bolso devem durar por uma semana, e não tenho nada para hotéis, comida ou qualquer outra coisa. Ajude esses recursos expandirem!”
O meu novo amigo me levou até um hotel barato na primeira noite. Na manhã seguinte, ele me levou até uma rodoviária para pegar um ônibus para o extremo norte. Preocupado, ele me perguntou: “Tem certeza de que está confortável em ir sozinho até o norte da Zâmbia em um ônibus público?”
“Não conheço outra maneira de chegar lá”, disse a ele. “Estou orando e procurando pessoas que possam me ajudar a discipular todos os professores da rede pública da Zâmbia.”
Ele orou comigo e então me disse: “Aqui vai o meu conselho: O que quer que aconteça, não saia do ônibus.
“Tem banheiro no ônibus?”, perguntei.
“Não há banheiro no ônibus”, ele me disse. “Pode demorar de nove a dez horas para chegar a Kasama.”
“Como posso ficar tanto tempo no ônibus? Como posso ficar sem ir ao banheiro?”, perguntei.
“Eles talvez parem na metade do caminho”, o meu amigo me encorajou. “No entanto, quando você descer do ônibus, memorize o lugar em que o ônibus foi estacionado. Estou preocupado com você e com a sua segurança e bem-estar. O que quer que aconteça, não perca esse ônibus!”
“Entendi”, prometi. “Eu vou ficar neste ônibus! Sem problema.”
Arrumamos a bagagem, acenamos um adeus, e subi no ônibus para começar a longa viagem até Kasama. O ônibus estava bastante cheio. Fui até o fundo do ônibus, sentei-me e orei. “Deus, eu não sei quem está neste ônibus, mas estou orando para que o Senhor me dê encontros divinos nesta viagem.”
O ônibus avançou, e partimos em nossa longa jornada até o norte da Zâmbia. Quilômetro após quilômetro, seguimos avançando. Eu vi algumas lojas no perímetro urbano e depois horas de vastas pastagens e florestas, pontuada por pequenas aldeias com muitas cabanas com telhados de palha.
Perguntei a Deus com quem devia orar naquele ônibus. O Espírito Santo me levou a orar com uma jovem mãe no assento à minha frente, cuja filhinha estava olhando timidamente para mim. Aquela mãe e a filha me levaram para outra mãe e orei com ela também. E essa mãe me levou para outra. E assim fui orando e orando e orando. Finalmente, alguém perguntou: “Você estudaria a Palavra comigo? Eu tenho dúvidas.” Acabei fazendo reunião de oração e estudos bíblicos naquele ônibus. Aquele ônibus era uma clínica de fazer discípulos, hora após hora.
Ah, como eu ansiava pela parada que marcaria a metade do caminho! Não havia banheiro naquele ônibus. Esperei e orei, e finalmente paramos.
Lembrei-me do conselho do meu amigo: “O que quer que aconteça, não perca esse ônibus!” Rapidamente desci do ônibus e fui caminhando pela multidão de pessoas ansiosas por me vender pepinos, tomates, repolho e outros vegetais variados. Encontrei um banheiro e corri de volta o mais rápido que pude através da multidão. No entanto, demorei um pouco porque todo mundo queria me vender alguma coisa. Finalmente encontrei o ônibus e subi as escadas.
No entanto, o motorista do ônibus me olhou de forma muito estranha. “Senhor, o que você está fazendo neste ônibus?”, ele me perguntou.
“Este é o meu ônibus”, eu disse a ele.
“Não, este não é o seu ônibus”, ele respondeu.
Educadamente, mas com firmeza insisti: “Sim, este é o meu ônibus. Eu estava aqui a pouco e voltei direto para o mesmo lugar.”
“Não, você não estava. O seu ônibus saiu há cerca de um minuto ou menos. E este é o ônibus que parou logo ao lado dele.”
O meu coração despencou até os dedos dos pés. Agora o motorista do ônibus estava preocupado. “Pra onde você está indo?”, ele me perguntou.
“Para Kasama”, respondi.
“É para lá que eu vou também. Você pode ir neste ônibus. “E toda a minha bagagem?” Perguntei.
“Talvez possamos alcançar o seu ônibus e encontrar a sua bagagem”, ele me disse.
Enquanto o novo ônibus saía pela estrada esburacada, caminhei pelos corredores lotados procurando por um assento. Eu não tinha mais um lugar para me sentar.
Onde devo me sentar? Deus, por que estou no ônibus errado?, pensei. Existe uma razão divina? Existe um encontro divino esperando por mim?
Enquanto caminhava pelo corredor, todos olhavam para mim. Todo mundo deve ter pensado: O que esse cara estranho da América está fazendo neste ônibus? Como ele entrou no ônibus errado?
Finalmente, notei dois cavalheiros bem-vestidos sentados à minha esquerda. O Espírito Santo me impressionou para que me sentasse logo atrás deles do outro lado do corredor. Havia um assento livre, então sentei-me e me apresentei: “Estou aqui na Zâmbia orando para que Deus me ajude a ter encontros divinos com qualquer pessoa que eu possa recrutar e treinar para me ajudar a discipular os professores da rede pública em toda a Zâmbia”, disse a eles.
Os dois homens oraram comigo, pensaram no que eu lhes disse e oramos um pouco mais. Finalmente, eles calmamente me entregaram um pequeno pedaço de papel. “Aqui está o nome de um dos bispos da nossa denominação”, eles disseram, “ele tem um amor especial pelos jovens. Eu acho que ele vai ajudá-lo.
“Ah, obrigado”, eu disse a eles com gratidão. O meu coração ficou comovido.
Finalmente chegamos a Kasama e, no caminho até lá, passamos o meu ônibus original. No entanto, o meu ônibus original nos alcançou não muito tempo depois que chegamos. O motorista parou o tempo suficiente para que eu recuperasse a minha bagagem – Deus a havia protegido! Embora tivesse pensado no início que havia cometido um erro horrível ao perder o ônibus, agora estava bem claro para mim que Deus havia me conduzido ao segundo ônibus.
Pensei no quanto havia ficado agitado por pegar o ônibus errado e ter perdido a bagagem. Entretanto, Deus estava guiando os meus passos, e Ele estava me levando a muitos encontros divinos.
Depois de recuperar a bagagem, olhei em volta. “Agora o que eu faço, Deus? Não tenho dinheiro para um hotel e nem dinheiro para comida. O que devo fazer?”
Vocês sabem, meus amigos, Deus é bom, e Ele sabe como cuidar dos Seus filhos. Logo depois de ter orado, Deus providenciou um lugar para que eu ficasse. Ele também deu me mais encontros divinos e voluntários para me ajudar a discipular professores para discipular as novas gerações da Zâmbia.
Encontrei uma carona para me levar ao bispo cuja Informações estavam no papel que havia recebido. Eu não fazia ideia do que esperar, mas, enquanto caminhava até a grande e movimentada igreja, pensei: Que incomum ver tantas pessoas aqui no meio da semana no meio do dia! Por que elas estão aqui?
Entrei. Na sala, muitos rostos se viraram e olharam para mim. Eles estavam, obviamente, no meio de uma reunião muito séria e ficaram surpresos que eu, um estrangeiro, entrasse sem pedir licença.
Ao olhar para o mar de rostos, fiquei surpreso ao ver os dois líderes da igreja que havia conhecido no ônibus no dia anterior. Eles estavam presidindo uma grande reunião de negócios para todas as igrejas da sua denominação em todo o norte da Zâmbia. Eles olharam e, ao me reconhecer, balançaram a cabeça.
Os dois líderes interromperam a reunião para contar às pessoas a respeito de como eu havia perdido o ônibus e acabei encontrando e orando com eles no ônibus que eles estavam no dia anterior.
“Acreditamos que Deus providenciou isso como um encontro divino”, testemunhou um dos líderes.
“E esse homem tem algo a dizer a todos vocês como líderes.” Eles então me convidaram para tirar cinco minutos e falar com todos.
“Podemos inclinar a cabeça em orar?”, perguntei ao me concederem tempo para falar.
Todos inclinaram a cabeça e oramos com sinceridade. Então eu disse a eles: “Estou procurando e orando por toda a Zâmbia para que Deus levante homens e mulheres que tenham no coração o desejo de discipular os professores da rede pública a fim de discipularem as novas gerações para Jesus. Vocês poderiam, por favor, orar comigo sobre isso durante a próxima semana para que Deus me ajude a encontrar essa equipe?”
As pessoas acenaram com a cabeça solenemente. Poucos minutos depois, ao sair da reunião, dois jovens pastores correram atrás de mim.
“O Espírito de Deus moveu o nosso coração”, eles me disseram. “Queremos ajudá-lo nesse trabalho de discipular professores da rede pública a discipular suas crianças.”
Ah, meus amigos, lembrem-se, Deus sempre tem um caminho. Que aventura foi viajar por uma semana pela Zâmbia com apenas alguns dólares no bolso!
De um lugar para outro, eu ia sem nenhuma promessa de acomodação ou alimentação. Em todos os lugares por onde passei, Deus já tinha ido à minha frente e arranjado uma casa para eu ficar e comida suficiente para comer. Que testemunho de como Deus pode pegar os meus poucos dólares e estendê-los muito longe pela bondade e amor para com o Seu povo!
Isso aconteceu comigo várias vezes até Deus levantar uma equipe inteira de bons homens e mulheres zambianos que amam o Senhor Jesus e que anseiam por discipular as novas gerações.
Agora, sempre que algo estranho acontece na minha agenda de viagem, se perco o voo, ou se acabo no que parece ser o lugar errado na hora errada, sempre chego à conclusão de que é sempre bom perguntar: “Senhor, será que tens um propósito santo para mim neste lugar?” A Sua resposta é sempre: “Sim!”
Capítulo 4
QUEM VAI ORAR POR MIM?
“Também lhes digo que se dois de vocês concordarem na terra em qualquer assunto sobre o qual pedirem, isso lhes será feito por Meu Pai que está nos Céus. Pois onde se reunirem dois ou três em Meu nome, ali Eu estou no meio deles”. (Mateus 18:19, 20)
Em resposta a muitas orações, Deus providenciou uma equipe de voluntários de toda a Zâmbia, e até mesmo de outras partes do mundo, para vir discipular os professores do governo. A maneira como Deus agiu em todos os detalhes foi incrível para mim.
Deus reuniu uma equipe especial, e nós pudemos treiná-los como uma equipe no belo Instituto Riverside Farm. Após esse treinamento da equipe, fomos até David Kaunda, Escola Secundária Técnica Nacional em Lusaka, Zâmbia, o local onde ofereceríamos Escola de Discipulado para mais de duzentos dos melhores professores de toda a Zâmbia.
Eu me lembro de esperar com bastante expectativa a chegada das equipes de todas as províncias do país. Havia aproximadamente vinte instrutores da educação infantil e administradores de todas as províncias, todos vieram a convite do Ministério de Educação.
Sentei-me diante da grande assembleia de educadores naquele primeiro dia, mas observava e orava enquanto todos iam sentando-se na sala de reuniões. Quando fui apresentado, depois de orar, a minha primeira tarefa foi chamar todos a um reavivamento. Eu queria treinar aqueles líderes para que fossem formadores de discípulos para Jesus, mas como pode qualquer professor, pai, avô ou crente em qualquer lugar discipular as novas gerações sem primeiro ser eles próprios chamados para um reavivamento com Jesus?
“Temos três itens na agenda aqui durante nossos dias juntos”, disse ao grupo naquela primeira manhã. “O primeiro é que cada um de nós experimente um reavivamento com Jesus Cristo. O segundo é aprender como viver diariamente como discípulo de Jesus. O terceiro item é crescer como discipulador de cada um de seus estudantes.”
Os melhores professores e administradores de toda a Zâmbia olharam para mim em um silêncio desanimador. Muitos deles estavam com os braços cruzados. Tenho certeza de que eles estavam todos em choque. Não estavam acostumados com essa agenda estranha. Eles estavam acostumados a se unir para discutir estratégias curriculares e disciplinares em sala de aula. Havia todo tipo de outras questões que seriam normais para os professores do governo considerarem, mas essa agenda de reavivamento era bastante estranha para eles. Ninguém sorriu. Então orei sinceramente: “Deus, precisamos de avanços aqui!”
Abri a Bíblia em Apocalipse, no capítulo 3, e compartilhei a última carta de amor de Jesus, a Sua mensagem para Laodiceia. Ainda assim, não houve muitos sorrisos, e a sala estava terrivelmente silenciosa. Depois de compartilhar uma mensagem completa da Palavra, e dando-lhes um desafio, enviamos todas as equipes para dez salas de aula diferentes, cada sala de aula representando uma província diferente. Continuamos orando. Nós oramos por cada pessoa pelo nome. Oramos por aqueles que Deus havia chamado. E o Espírito Santo começou a fazer o que era impossível para o ser humano.
Como você pode imaginar, havia uma grande diversidade naquela multidão. Claro, havia crentes de diferentes tipos de denominações, mas havia também incrédulos lá. Havia pessoas apegadas às religiões e pensamentos tradicionais. Mas, apesar de todas as diferenças e influências, Deus começou a se mover poderosamente. Como nós sabemos?
Algumas horas depois, recebi um relatório de uma das nossas equipes em uma das salas de aula. Uma das renomadas educadoras se levantou e, com lágrimas nos olhos, ela perguntou ao grupo:
“Quem vai orar por mim? Estou convicta, ao ouvir a Palavra de Deus nesta manhã. Estou convencida de que preciso me arrepender. Preciso mudar e consertar as coisas na minha vida.”
Ninguém se mexeu na sala. Então ela falou em frente de todos:
“A minha melhor amiga roubou o meu marido. Eu sentido tanta raiva, estou tão cheia de ódio por ela que queria destrui-la. Tentei fazer todo tipo de coisa para machucá-la. Eu até tentei tirar a sua vida. Hoje estou arrependida. Eu quero acertar as coisas com ela. Quem vai orar por mim?”
Todos ficaram chocados. Alguns pensaram: “O que deu errado neste treinamento? Este não é o tipo de reunião que temos para os professores de escola pública.”
Apesar dos seus apelos por oração, ninguém se mexeu. Então a preciosa educadora, que acabara de testemunhar, ajoelhou-se na frente dos colegas e ergueu as mãos para o céu dizendo:
“Quem vai orar por mim?”, ela implorou novamente enquanto começava a chorar diante do Senhor.
Timidamente, um professor apareceu e orou sem jeito para que Deus a abençoasse. Então outro, e ainda outro oraram. E, finalmente, a educadora levantou-se e disse corajosamente:
“Eu sei o que devo fazer. Devo ligar para a mulher que roubou o meu marido agora mesmo!”
Os colegas tentaram acalmá-la, dizendo que ela poderia esperar.
“Ah, não, estou convicta. Eu preciso fazer isso agora mesmo!”, ela insistiu. Então saiu da sala e ligou para a mulher que havia roubado o marido dela.
Quando a mulher atendeu ao telefone, ficou aterrorizada. “Por que está me ligando?”, em choque a mulher perguntou desconfiada.
A educadora respondeu: “Porque conheci a Jesus Cristo na Palavra escrita de Deus hoje. Estou convicta de que devo acertar as coisas com você. Por favor, por favor, você me perdoa pela forma como eu tenho nutrido um ódio amargo por você todos esses anos desde que você levou o meu marido?
“Isso é um truque? Você está tentando fazer com que eu abaixe a guarda quando estiver perto de você para então você tentar me machucar novamente?”, a jovem perguntou.
“Não”, respondeu a educadora. “Jesus Cristo me deu um novo coração, e Ele colocou um novo Espírito em mim. Estou pedindo o seu perdão. Poderia, por favor, me perdoar pela forma como tratei você?”
A jovem que costumava ser a sua melhor amiga começou a chorar do outro lado da linha. O seu coração havia ficado comovido.
“Você me perdoa por destruir a sua casa e a sua família?” ela implorou.
“Sim, eu perdoo”, respondeu a educadora.
Alguns dias depois daquele telefonema, houve uma batida na porta da casa da educadora, e a sua filhinha correu para ver quem tinha vindo visitá-las. Vendo a jovem mulher na porta, que havia roubado o seu pai da sua mãe e sabendo que a mãe odiava aquela jovem, a menina, ficou apavorada. Com medo de que houvesse uma briga horrível na sua casa, a menina correu para dentro do seu quarto, fechou a porta e se escondeu debaixo de alguns travesseiros e cobertores.
Enquanto ela esperava para ver o que aconteceria, ela ouviu a porta da frente abrir, e a voz calma da mãe convidando a jovem para entrar. Então houve silêncio.
“Ah, não! Que coisa terrível deve ter acontecido?”, ela se perguntou com medo.
A menina saiu do esconderijo e correu para ver se houve uma briga terrível ou se alguém havia morrido. Ela estava muito assustada. Porém, para a sua surpresa, encontrou a mãe – a educadora – sentada, com um sorriso no rosto e rindo baixinho enquanto ela e a ex-amiga, a jovem, estavam conversando. A menina perguntou então:
“Mamãe, mamãe, como você pode estar tão feliz em ver essa senhora que roubou o papai? Como pode rir com ela? Como pode falar com ela? Como pode sorrir para ela?”
Com lágrimas nos olhos, a educadora respondeu suavemente para a filha:
“Querida, Jesus me deu um novo coração, e Ele me deu o amor para perdoar a minha amiga e pedi-la que me perdoe por odiá-la.”
Este milagre foi tão especial e tão dramático que, quando os professores no treinamento ouviram a história da educadora perdoando a sua inimiga, o Espírito Santo convenceu muitas almas mais. Não demorou muito para que, em outra sala de aula, algo semelhante acontecesse com um renomado educador de outra província. O homem se levantou e perguntou:
“Quem vai orar por mim? Eu sou amargo, um homem amargo. Afastei o meu filho de mim há muitos anos. Ele me prejudicou muito e manchou o nome da minha família. Ele me desrespeitou. Por causa de tudo o que fez, eu fiz o que se espera que todos os pais façam. Abandonei-o e lhe disse que nunca mais queria vê-lo ou falar com ele novamente. Mas, enquanto ouvia a Palavra Deus, fui chamado para fazer a cirurgia cardíaca prometida em Ezequiel 36. Pedi a Deus para fazer aquela cirurgia cardíaca e para acabar com a minha amargura. Quem vai orar por mim? Eu quero que seja um trabalho completo, e quero que Deus ajude-me a saber o que fazer por meu filho.”
Ele ficou de joelhos. Mais uma vez, todos estavam atordoados na sala. Não sabiam o que fazer com o pedido daquele homem. Eles não estavam acostumados a receber pedidos de oração nas reuniões de treinamento de professores.
Finalmente, alguns se levantaram e oraram por ele. Aquele homem então se levantou e, imediatamente, o Espírito de Deus o convenceu, ele saiu da sala e ligou para o filho, que atendeu à ligação e ouviu a voz do pai pela primeira vez em muitos anos.
“Pai... pai, é você?”, o filho perguntou surpreso.
“Sim, meu filho”, respondeu o pai.
“Por que está me ligando? Isso não está de acordo com a tradição!”, o filho disse incrédulo. “Por que você está me ligando? Eu o ofendi.”
O pai começou a chorar ao telefone.
“Filho, fui eu quem ofendeu você. Eu não o perdoei. Eu escolhi ficar ressentido com você. Eu o afastei. Eu me recusei a falar com você. Você e a sua esposa deram à luz ao meu neto e nunca o conheci. Você me perdoa por afastá-lo? Você me perdoa por não o perdoar?”
“Pai, você está falando sério?” o filho perguntou novamente. Ele estava bastante chocado e incrédulo.
“Sim filho. Você me perdoa?
Depois foi a vez do filho chorar.
“Pai, sim, eu o perdoo. Você me perdoa também pela forma como eu tratei você?”
Naquela noite, pai e filho começaram um novo capítulo na sua vida.
“Venha aqui para a escola em Lusaka onde estamos tendo Escolas em Discipulado”, convidou o pai. “Venha. Eu quero ver você imediatamente. Não quero esperar até depois deste treinamento para ver você. Não quero esperar mais para ver o meu neto pela primeira vez.”
Em 24 horas, três gerações estavam reunidas porque o Espírito de Deus curou o que estava terrivelmente despedaçado.
Meu amigo, é isso que o Espírito de Deus anseia fazer por cada um de nós. Ele quer chamar os pais de volta aos filhos e os filhos de volta aos pais, e Ele fará isso se nos humilharmos diante Dele. Deus promete na Sua Palavra:
“Vejam, Eu enviarei a vocês o profeta Elias antes do grande e terrível dia do Senhor. Ele fará com que os corações dos pais se voltem para seus filhos, e os corações dos filhos para seus pais; do contrário Eu virei e castigarei a terra com maldição” (Malaquias 4:5, 6).
Bem, as histórias não param por aqui. O Espírito de Deus continuou a ser derramado naquelas reuniões de treinamentos com os melhores educadores de todas as províncias da Zâmbia. Milagre e mais milagres foram acontecendo. Não demorou muito para que a liderança do Ministério da Educação soubesse das incríveis histórias de reavivamento que estavam acontecendo. Como resultado, eles me procuraram e me chamaram para uma sala lá na escola onde estávamos treinando.
“Nunca vimos um encontro assim antes”, eles me disseram. “Nós queremos ver Deus fazer essa obra de reavivamento e discipulado com todos os professores em todas as províncias da Zâmbia!”
Capítulo 5
O PORTÃO DE FERRO
“Eu irei adiante de você e aplainarei montes; derrubarei portas de bronze e romperei trancas de ferro.” (Isaías 45:2)
Há alguns anos, Deus enviou a minha esposa April e eu para morar em uma pequena cidade nas montanhas. O lugar em que eu trabalhava na época era longe, no vale, e era uma longa viagem.
Muitas vezes nos perguntávamos por que Deus havia nos levado para viver tão longe de onde eu trabalhava.
Então, certo dia, ficamos fascinados ao ouvir que a cerca de um quilômetro e meio de distância da nossa casinha, morava um casal rico que não ia à igreja há mais de quarenta anos. Disseram-nos que eles viviam em uma propriedade bem grande, com um imenso portão de ferro guardando a entrada.
O portão de ferro revelava o desejo do homem de manter distância dos vizinhos. Ele era conhecido por querer privacidade. Ninguém o via muito.
Ele tinha tudo o que queria entregue em casa. Além disso, ele não gostava de igreja ou pessoas que trabalhavam para a igreja. Ele gostava de ficar só.
Comecei a orar para que eu tivesse um encontro divino com aquele homem, embora isso parecesse impossível de ser alcançado.
Em um lindo dia de sábado, Deus me acordou cedo pela manhã, e fui caminhar pela estrada que levava até a montanha. Eu estava orando enquanto caminhava. Embora eu não soubesse exatamente onde aquele homem morava ou como ele era, orei pelo homem atrás do portão de ferro.
Enquanto andava e orava, vi o meu vizinho conversando com alguém ao lado de uma entrada bem cuidada de uma bela propriedade. O meu vizinho me chamou: “Ei Don, venha conhecer o seu vizinho, Tom.”
Subindo até a entrada, percebi que o meu vizinho estava conversando com um homem ao lado de um grande portão de ferro.
Eu não pude acreditar! Estava passando pela propriedade do homem por quem eu estivera orando. Deus me levou a passar no exato momento em que ele estava do lado de fora conversando com o meu vizinho. Que momento raro!
Então o Espírito de Deus me disse para fazer algo muito audacioso. Caminhando até o homem, eu me apresentei e disse: “Tom, posso lhe fazer uma pergunta?”
O homem ficou um pouco surpreso. “Qual é a sua pergunta?” ele respondeu com cautela.
“Você está pronto para a volta de Jesus?”, perguntei. Era abrupto, e eu pude perceber que ele ficou chocado com a minha ousadia.
“Essa é uma boa pergunta”, Tom respondeu com sobrancelha franzida. “Espero estar pronto para a volta de Jesus. Eu gostaria que a minha esposa também estivesse pronta para a volta de Jesus.”
Perguntei então a Tom se eu poderia orar para que Deus os ajudassem a estar prontos para a vinda de Jesus. Foi um momento estranho, mas Tom encolheu os ombros e disse: “Claro.”
Orei com Tom e o outro vizinho. Depois acenei um adeus, pois precisava descer a montanha e me unir à minha família de fé. Eu não tinha certeza se aquele era o melhor início de uma amizade com Tom, mas sabia que era o exatamente o que Deus me pedira para dizer.
Mais tarde, descobri que, depois que eu saí, ele perguntou ao meu vizinho o que eu estava fazendo na estrada tão cedo pela manhã. Quando o vizinho compartilhou que eu estava procurando um lugar para orar, Tom disse ao meu vizinho: “Diga a Don que, se ele quiser um lugar tranquilo para orar, a minha propriedade está aberta para ele. Aqui está a combinação para abrir o meu portão de ferro para que ele possa vir a qualquer hora e ter um lugar tranquilo para orar e ler a Bíblia. O meu terreno é bem grande, e ele não será incomodado nem por carros nem tráfego.
Quando ouvi essa notícia, fiquei maravilhado! Deus havia acabado de me dar a combinação do portão de ferro do homem por quem eu estivera orando para ser capaz de alcançar com o amor de Jesus Cristo.
A partir de então, todas as manhãs, sempre que estava na cidade, eu ia à propriedade de Tom para orar. Eu me sentava em uma pilha de pedras com vista para a longa estrada que passava pela propriedade até o rio. Embora não pudesse ver onde ele morava, presumi que a casa dele ficasse no fim da estrada.
Não vi Tom novamente por muitos dias. No entanto, ocasionalmente, de manhã cedo, via o carro dele passar na estrada abaixo de mim.
Certa manhã, enquanto estava orando no meu lugar favorito, o carro dele passou cedo pela neblina da manhã. O espírito de Deus me impressionou: “Corra atrás daquele carro e faça ao homem uma oferta muito especial.”
Levantei-me do meu poleiro nas pedras e corri atrás dele o mais rápido que pude. Ele parou o carro no grande portão de ferro e saiu para verificar o motivo de alguém ter se aproximado correndo. Na névoa da manhã, ele levou um susto, alarmado por alguém estar na sua propriedade. Reconhecendo-me, o rosto preocupado relaxou. “Ah, é você”, disse ele.
“Sim!”, eu respondi com alegria. “Estou aqui porque você me disse que eu podia vir aqui a qualquer momento para orar de manhã cedo.”
“Tudo bem”, ele respondeu.
“Sabe, eu vi o seu carro passando e estava orando, e Deus me impressionou a fazer uma proposta a você”, eu disse a ele.
“E qual é a proposta?”, ele perguntou enquanto me olhava de cima a baixo.
Eu estava vestindo uma calça jeans velha, um velho par de botas e uma camiseta velha. Ele parecia estar pensando: O que esse homem pode oferecer que eu teria algum interesse? Respirei fundo e comecei a compartilhar. “Eu sou alguém que quer crescer como discípulo de Jesus Cristo. E quero saber se você está disposto a se encontrar comigo às 6h todas as manhãs durante as próximas doze manhãs, para descobrirmos juntos mais a respeito do que significa ser um discípulo de Jesus.”
Ele olhou para mim e meio que grunhiu, enquanto dizia: “Seis da manhã nas próximas doze manhãs? Ninguém nunca me disse algo assim. Não preciso acordar às 6h da manhã, não consigo imaginar por que eu me levantaria às 6h. Eu posso fazer o que quiser a qualquer hora do dia!”
“Você estaria disposto a orar comigo sobre isso?”, perguntei.
Tom riu. “Vou lhe dizer uma coisa, se Deus me disser enquanto você estiver orando para encontrá-lo às 6h pelas próximas doze manhãs, então farei isso. Mas caso contrário, não! Essa seria a última coisa que eu faria.”
Imediatamente me ajoelhei ali mesmo no caminho de asfalto. Para a minha surpresa, ele se ajoelhou ao meu lado. Então comecei a orar e abri o meu coração, pedindo a Deus que estivesse com Tom e que Ele abrisse o caminho de estudarmos a Sua Palavra juntos.
Quando terminei de orar, estava me preparando para ficar em pé, mas Tom começou a orar. Ao final da oração, antes que eu pudesse dizer algo mais, ele disse: “Vejo você às 6h.” Com isso, ele entrou no carro e saiu em disparada pela estrada.
Nas doze manhãs seguintes, nós dois nos encontramos manhã após manhã. Orávamos e depois líamos a Palavra de Deus juntos e íamos descobrindo o que significa ser um discípulo de Jesus. Todas as manhãs, a nossa rotina era simples: orar, estudar e aplicar. Fiquei animado para ver se, ao final do nosso tempo juntos, aquele homem teria uma nova experiência com Jesus. Contudo, ao concluirmos os doze dias, Tom me disse simplesmente, “Ok. Foi bom me encontrar com você.” E foi isso.
Ele voltou para a sua vida, e eu continuei com a minha. Continuei orando, mas parecia não haver mais interesse da parte de Tom sempre que entrava em contato com ele.
Os meses se passaram, porém nada mais aconteceu. Então, do nada, certa manhã, recebi um telefonema de Tom. Ele parecia muito perturbado. “Don, você pode me levar ao hospital agora mesmo?”, ele perguntou. “A minha esposa acaba de ser transferida de um hospital para o outro hospital mais longe. Acho que ela está morrendo. Você pode vir por favor? Não consegui pensar em mais ninguém para quem eu pudesse ligar. Mas me lembrei de você. Você poderia me levar?”
“Absolutamente!”, respondi. Imediatamente, entrei no meu carro e fui levá-lo ao hospital. Quando chegamos ao hospital, Tom me perguntou: “Você poderia entrar e orar com a minha esposa?”
Entramos juntos no hospital, e eu orei pela sua preciosa esposa no quarto do hospital.
Eu sabia, pelo diagnóstico, que a situação era muito séria, e a probabilidade de ela viver não era alta. Enquanto orávamos juntos, clamei a Deus para que Ele fizesse por ela o que eu nunca conseguiria fazer e que, se isso fosse para Lhe trazer glória, que ela fosse restaurada e curada. Então fui embora.
Deus é bom. Deus escolheu naquela circunstância curar aquela mulher como um testemunho para Tom do Seu grande amor e poder. A esposa de Tom recuperou a saúde.
Alguns dias depois, Tom entrou em contato comigo. “Você sabe”, ele disse. “A minha esposa está fazendo perguntas sobre a Bíblia. Você poderia vir estudar a Palavra de Deus conosco?”
E assim começamos a estudar juntos. Algum tempo depois, ambos foram batizados como Jesus foi, totalmente imersos em água, como testemunho a todos de que estavam entregando a vida deles plenamente a Jesus Cristo como o seu Senhor.
Eles saíram da água e começaram uma nova experiência com Jesus que perdura até hoje. Embora April e eu não estejamos mais morando naquela pequena cidade nas montanhas, muitas vezes penso naquele casal precioso. As pessoas me disseram que era quase impossível ver aquele casal fora da propriedade.
Quando conheci Tom, ele inicialmente parecia ser alguém que não precisava de nada. Parecia ser inalcançável. Contudo, enquanto o homem constrói portões de ferro, o Espírito Santo sabe como abrir esses portões, pois Ele conhece a combinação para alcançar cada coração.
Capítulo 6
PROCURADO E ESCONDIDO
“O anjo do SENHOR acampa-se ao redor dos que O temem e os livra.” (Salmo 34:7)
Orando e esperando ver um rosto amigo, saí pelo terminal do aeroporto, onde passageiros ficam a fim de receber os membros da família que os aguardam.
Eu tinha acabado de desembarcar em um país que ainda está fechado ao evangelho. Quando olhei em volta, o coração parou ao perceber que a minha pessoa de contato não estava lá para me encontrar. Eu havia sido avisado para não viajar com ninguém além dele.
Então orei e aguardei, aguardei e orei, e orei e aguardei. O tempo ia passando, mas, mesmo assim, a pessoa não apareceu. Notei que a polícia no aeroporto estava começando a me olhar com desconfiança, pois pessoas iam e vinham, mas eu não ia a lugar nenhum. A polícia me observava de longe. Então um deles, que parecia o chefe de polícia, chegou um pouco mais perto e um pouco mais perto.
“Deus, o que eu faço?”, orei. “A pessoa de contato não apareceu. Estou em um país fechado às boas-novas sobre o Senhor. O que eu faço? Tu me enviaste para cá.”
Então o Espírito de Deus me disse: “Vá até o chefe de polícia e faça um pedido especial.” Imediatamente, marchei até o policial, o homem que estava me olhando com desconfiança e lhe disse: “Bom senhor, tenho uma pergunta para você. Estou tão feliz por estar no seu lindo país e espero encontrar alguns cartões-postais do seu país para enviar para a minha esposa e para os meus filhos, mas não sei onde encontrar cartões-postais no seu aeroporto. Poderia me ajudar?”
O homem ergueu a mão e deu um sinal. Imediatamente, fui cercado por toda a sua equipe de policiais. O chefe de polícia sorriu para mim e para a equipe. Então ele deu as ordens. Ele me disse em inglês perfeito: “Acabei de ordenar que os meus homens o ajudem a encontrar o melhor que pudermos oferecer em cartões-postais pelo aeroporto. Não se preocupe. Vamos todos ajudar você a encontrar cartões-postais para enviar para a sua família!”
Ah, tive que rir sozinho. Lá estava eu quase com problemas com o policial que estava de olho em mim, desconfiado, mas agora Deus o estava usando para me ajudar a encontrar cartões-postais para a minha família. Deus é bom!
Depois de procurarmos juntos por algum tempo, encontramos alguns cartões-postais. Só então, a pessoa responsável por me buscar chegou. Agradeci a todos os meus ajudantes da polícia com entusiasmo pela sua assistência e esperei por uma pista do religioso, para saber o que fazer.
Ele apenas fez um gesto silencioso apontando para a esquerda, e percebi que ele queria que eu o seguisse. Eu o segui para fora do aeroporto e entrei em um carro.
Enquanto viajávamos pela estrada, ele confidenciou: “Você sabe, as coisas mudaram muito desde que você esteve aqui da última vez. Você deve ser extremamente cuidadoso desta vez. Quando chegarmos à igreja na qual o povo de Deus está, o local em que você fará o treinamento, você nunca deve olhar para trás para o portão principal.”
“E qual é o motivo?”, perguntei.
Ele respondeu: “Há uma câmera de vídeo muito grande que o governo instalou para observar todos que entram e saem da nossa igreja. Devemos ter muito cuidado. Então, ao chegarmos, deixaremos você na frente da igreja, certifique-se de pegar a sua bagagem, mas sempre fique de costas para câmera.”
Bem, o meu coração começou a bater forte quando chegamos ao portão principal da igreja. Eu estava curioso. Queria olhar para trás e ver o tamanho daquela câmera e exatamente o que parecia, mas não o fiz isso. Ele estacionou bem no meio-fio na porta da igreja.
Saí, sempre mantendo as costas para a câmera. O sol estava se pondo. Agradeci pelas sombras da noite que se acumulavam, enquanto eu entrava na igreja. Como fiquei emocionado por chegar lá em segurança!
Tive uma boa noite de sono. Cedo na manhã seguinte, os fiéis se reuniram para ser treinados e ensinados a respeito de como ser discípulos e fazedores de discípulos para Jesus.
Dia após dia, tudo correu lindamente como planejado. As pessoas estavam famintas para ser ensinadas. Estavam famintas por mais do Espírito Santo. Elas estavam famintas pela Palavra de Deus. Elas estavam famintas por tudo que fosse a respeito de Deus. Mas o diabo estava com raiva.
Certa manhã, tudo mudou. No meio do treinamento, de repente, um homem entrou repentinamente na sala, gritando e agitando os braços, e tentando chamar a atenção de todos. Ele estava falando na própria língua, e eu não entendia o que ele estava dizendo.
Finalmente, encontrei alguém que poderia traduzir para mim. “Qual é o problema? Qual é o problema?”, perguntei.
Notei que os jovens ouviam com muito interesse, enquanto o homem continuava a compartilhar com agitação e emoção. Enquanto os jovens ouviam, eles começaram a ficar atônitos. Os mais velhos que estavam na sala imediatamente se ajoelharam. Alguns deles chorando ao começar a orar.
Todos eles estavam orando fervorosamente. Então eu sabia estava prestes a experimentar algo que nunca, jamais experimentara no meu país, onde ainda temos liberdade religiosa.
O tradutor começou a sussurrar para mim. “Agora mesmo, abaixo de nós, na cozinha, no piso principal, estão dois homens da polícia secreta! Eles estão perguntando por que temos tanta comida. Eles acabaram de enviar uma mensagem de que sabem que há alguém aqui treinando e ensinando, alguém que não está autorizado a estar aqui. Don, eles sabem que você está aqui! Alguém o denunciou para a polícia secreta! A polícia disse que, como vivemos em um país muito generoso, eles estão concedendo alguns dias para que a nossa igreja resolva esse problema. Don, você é esse problema. Eles prometeram voltar para procurar por essa pessoa em alguns dias!
“Bem”, eu disse, “o que devemos fazer?” Ninguém respondeu.
Alguns minutos se passaram. “A polícia já se foi”, eles finalmente me contaram. As pessoas se reuniram ao meu redor, e eu questionei novamente os preciosos fiéis: “Vocês estão me pedindo para parar de ensiná-los como discipular os seus filhos? Vocês querem que eu vá embora?”
“Ah não!”, eles responderam. “Fizemos um grande sacrifício viajando para vir aqui. Estamos com fome por mais. Entretanto, aqui está o desafio a enfrentarmos. Se nós formos pegos com você nos treinando ilegalmente, teremos problemas, e você também. Você pode ser jogado na prisão, enquanto eles estiverem aguardando para enviar você de volta à América. E o que acontece com você nesse meio tempo? Ninguém sabe.”
“Então o que vocês querem que eu faça?”, perguntei novamente.
“Queremos que você nos treine de todo o seu coração e com todas as suas forças, e nós vamos orar para que Deus lhe dê forças.
De agora em diante, queremos que você nos treine começando de manhã bem cedo, durante toda a tarde, e à noite, o quanto você conseguir. Então todos nós dormiremos. Passaremos tempo com Jesus e vamos orar, orar e orar. Vamos começar de novo pela manhã, às 6h, clamando pelo Espírito Santo. Treine tanto quanto você puder, quantas horas por dia você conseguir, porque não sabemos quando a polícia vai voltar, e talvez nunca mais tenhamos uma oportunidade como essa!”
Então fizemos isso. Treinamos assim o dia todo às sextas-feiras, aos sábados e domingos, e Deus abençoou. E a polícia não voltou.
Na segunda-feira pela manhã, os fiéis me disseram: “Achamos que quando eles abrirem seus escritórios esta manhã, eles provavelmente virão aqui para procurar por você, a fim de verificar se estamos em conformidade. Eles vão querer saber se nos livramos de você.”
Enquanto eu pensava a respeito do que eles tinham acabado de compartilhar, perguntei: “Isso significa que vocês não querem que eu encontre com vocês esta manhã às 6h da manhã para orarmos pelo Espírito Santo?”
“Não!”, eles responderam com urgência. “Devemos orar ainda mais! Vamos orar pelo Espírito Santo, mas também vamos orar para que Deus nos mostre quando você deve partir.”
Então oramos pelo Espírito Santo. E eu ensinei sobre o Espírito Santo a partir da Palavra de Deus. Nosso coração clamava por Deus, e Deus se fez presente entre nós.
Algumas horas depois, os fiéis pararam repentinamente o treinamento. “Agora, você deve ir!” Não havia medo no rosto daqueles irmãos, mas eles estavam convictos e demonstraram preocupação genuína. Não queriam que eu fosse pego. Eu percebi que eles estavam mais preocupados comigo do que consigo.
“Sabemos que está na hora”, eles me disseram. Peguei a minha Bíblia e todas as minhas coisas, e, instantaneamente, toda a sala foi mudada para um visual totalmente diferente, conforme os funcionários do governo esperavam que estivesse naquele país. Em poucos instantes, a sala estava preparada para uma apresentação tradicional para o governo.
Comecei a sair da sala, mas havia janelas de vidro no corredor logo ao sair da sala. Os fiéis me empurraram para baixo enquanto sussurravam, “Por favor, engatinhe por este corredor. Você é alto. Nós não queremos que alguém o veja.”
Eu me abaixei no chão e engatinhei em direção ao outro lado do corredor. Assim que passei pelas janelas, eu me levantei, e eles disseram: “Siga-nos”.
Subimos em um prédio grande e antigo até o último andar. Eles entraram comigo em um pequeno quarto. Em seguida, fecharam a porta e a trancaram.
“Nós ficaremos com você”, eles me disseram. “Vamos orar com você até que os outros fiéis venham e nos digam que está seguro. Aja o que houver, não abra a porta!”
Então esperamos, e oramos, oramos e esperamos. De repente, ouvi passos e uma batida suave na porta. Eu estava tão animado para sair daquele quartinho, que esqueci do conselho.
Eu imediatamente fui em direção à porta, e eles sussurraram: “Não, você não deve atender à porta. Venha aqui!” Ao lado do quarto havia um quarto pequeno – muito menor do que o quarto em que estávamos. Era um pequeno armário com cerca de metade da minha altura, abaixo do chão. Rapidamente, eles me enfiaram naquele pequeno armário de guardar coisas, fecharam a porta e a trancaram.
Agora eu estava desconfortavelmente curvado naquele pequeno armário esperando, mas estava mais preocupado com o que poderia estar acontecendo lá fora. Enquanto esperava silenciosamente, eu me perguntei o que aconteceria comigo e com os fiéis se fôssemos pegos.
Ouvi batidas na porta, mais passos e muitas vozes. Pensei se a próxima coisa que eu sentiria seria a mão da polícia agarrando-me pela parte detrás do meu pescoço e me puxando para fora do esconderijo.
Será que vozes me diriam com um tradutor: “Você deve vir conosco!” Eu seria levado até a prisão da cidade onde ficaria detido até que eles descobrissem como me mandariam de volta para a América? Muitos pensamentos passaram pela minha mente enquanto clamava a Deus em oração. “Deus, prepara-me para o que quer que possa surgir no meu caminho. Estou aqui ao Seu chamado. Ajuda-me a ser fiel a Ti não importa o que aconteça.”
Então ouvi passos vindo direto até a portinha do meu esconderijo. A porta foi destrancada e aberta, e uma voz disse em inglês: “Don, saia!”
Saí, e os fiéis sorriram para mim. “Venha conosco. É seguro agora”, eles me disseram. Enquanto descíamos as escadas até a entrada da sala principal, perguntei: “O que aconteceu?”
Quando entramos na sala principal, encontramos os jovens rindo nervosamente. Eles estavam tão maravilhados. Estavam rindo e rindo, e os idosos tinham lágrimas de alegria nos olhos. Eles estavam orando o tempo todo e clamando a Deus para que as reuniões não fossem interrompidas e para que eu ficasse em segurança.
“O que aconteceu?”, eu perguntei novamente.
Com uma excitação sem fôlego, eles me disseram: “Logo depois que você saiu, dois policiais marcharam até a nossa sala de treinamento com grande confiança e autoridade. Eles entraram, examinaram a sala e lentamente olharam entre todos nós. Estavam procurando por você. Então, enquanto procuravam no fundo da sala, de repente, o rosto deles foi tomado por um grande medo. Eles voltaram para trás sem dizer uma palavra, deram meia-volta e saíram correndo da sala e do edifício. Sabemos que Deus enviou os Seus anjos para nos proteger e proteger você!”
Agradecemos e louvamos a Deus e ao Seu glorioso nome. Então, imediatamente, voltamos a estudar a Palavra e continuamos o treinamento. E a polícia nunca mais voltou enquanto estive lá.
Capítulo 7
ELE É O MEU PAI
“Quer você se volte para a direita quer para a esquerda, uma voz atrás de você lhe dirá: ‘Este é o caminho; siga-o’”. (Isaías 30:21)
Eu estava voando para uma cidade altamente populosa em um país longe da minha casa. Ficaria lá somente uma noite.
À medida que o avião se aproximava do seu destino, tive a forte convicção de que havia alguém naquela cidade com quem eu devia me encontrar e orar. Quem é essa pessoa, Deus? Eu me perguntei.
Depois que cheguei àquela cidade, fiz um pequeno passeio. Embora estivesse em uma cultura diferente, que mantinha muitas crenças e pontos de vista religiosos diferentes do meu, fui tratado com muita gentileza e respeito. Lembro-me de ter entrado em uma loja sentindo muita sede. Perguntei ao lojista: “Você tem água? Gostaria de um pouco de água para beber!”
“Não, aqui não, mas dê-nos um momento”, disseram eles.
Dois dos lojistas correram rua abaixo e voltaram alguns momentos depois com uma garrafa de água. “Aqui, senhor, este é o nosso presente para você”, eles me disseram ao me entregar a água.
“Quanto que é?”, perguntei.
“É o nosso presente para você”, disseram novamente com um sorriso.
Repetidas vezes, vi a bondade das pessoas preciosas daquela cidade. Pouco antes de voltar para o hotel naquela noite, passei por um grande e lindo centro de adoração, especialmente projetado para o culto diário naquela região do mundo. Fiquei pensando no homem que estava dentro daquele centro de adoração. Durante o dia, ele chamava as pessoas para orar e fazia o mesmo à noite.
Ao me acomodar para passar a noite no hotel e antes de me deitar na cama, ajoelhei-me e pedi a Deus que me acordasse a qualquer hora da noite para orar e permanecer na Sua Palavra. Eu não tinha um despertador, e o hotel não havia me fornecido um. Consequentemente, eu estava dependendo de Deus para me acordar na hora certa de pegar outro voo no dia seguinte.
De madrugada fui despertado por Deus. Eu me sentia tão descansado. Espero não ter perdido meu voo!, pensei. Então liguei para a recepção e descobri que era apenas 1h da manhã. Deus me lembrou que Ele tinha me dito que havia alguém na cidade por quem Ele queria que eu orasse. Fiquei de joelhos e clamei: “Deus, não me deixe perder aquela pessoa com quem o Senhor quer que eu ore nesta cidade antes de eu partir.”
Enquanto orava, o Espírito Santo me impressionou fortemente para encontrar o líder daquele grande e lindo centro de adoração que eu tinha visto na noite anterior, o homem que rotineiramente chamava as pessoas para orar.
Orei novamente, querendo ter certeza de que eu estava realmente ouvindo de Deus: “Deus, se estou ouvindo o Senhor corretamente, por favor, dê-me promessas na Palavra que confirmem a visita e que me preparem para fazer isso. E, se não for o Senhor, então me dê conselho na Palavra que me impeça de ir. Apenas me guie pelo Seu Espírito Santo.”
Em resposta à minha oração, o Espírito Santo começou a me guiar promessa após promessa na Sua Palavra, e isso me mostrou que Ele estava comigo e que me daria as palavras para dizer assim como Ele prometeu Moisés na sarça ardente.
Depois de muito tempo em oração e na Palavra, vesti as minhas roupas normais e desci. A recepção do hotel estava completamente vazia. Ainda era muito cedo.
“Preciso de um táxi, por favor”, eu disse à pessoa na recepção.
“Senhor, vá até a porta. Há um homem esperando por você”, o atendente me disse.
“Mas ainda não chamei um táxi”, eu disse surpreso.
“Somente vá até a porta. Um taxi está esperando por você”, disse ele de novo.
Não havia movimento no hotel, e ainda era muito cedo. Não pude acreditar que Deus já havia preparado um táxi para mim. Fui até o táxi e, realmente, o motorista estava lá parado, esperando por mim.
“Por favor, leve-me a tal e tal centro de adoração”, eu disse ao motorista, nomeando o lugar que tinha visto na noite anterior.
Ele respondeu: “Está muito cedo. Você é da nossa fé?”, ele perguntou, ao nomear o proeminente grupo religioso daquele país.
“Não, não sou”, disse a ele.
“Por que você quer ir? Esta não é a hora certa para pessoas que não são da nossa fé irem adorar.”
“Preciso ver o homem que faz o chamado para a oração”, eu lhe disse.
O motorista olhou para mim confuso. “Você tem um horário marcado para encontrar com ele?
“Não, não tenho”, respondi.
“Se você não tem hora marcada, não tem como você se encontrar com ele”, o motorista me disse com muita convicção. “Eu sou desta fé e mesmo que eu tentasse obter um encontro com ele, levaria muito, muito tempo para conseguir um encontro com um homem tão importante.”
“Entendo”, respondi resolutamente. “No entanto, em oração esta manhã, Deus me disse para ir ver aquele homem.”
O motorista esquadrinhou o meu rosto atentamente e disse: “Você nunca o verá, mas vou levá-lo até lá.
E assim, nas primeiras horas da manhã, entrei no táxi. Ainda estava escuro lá fora. Ele me levou para o grande e belo centro onde muitas pessoas iam orar e adorar. À medida que nos aproximávamos, eu podia ver o centro de adoração brilhando na noite. As luzes estavam todas acesas. Que visão impressionante!
“Qual é a melhor maneira de entrar no prédio?”, perguntei ao taxista.
“Vou deixá-lo na parte detrás. Você tem duas opções”, ele me disse. “Pode ir até essas três enormes portas de madeira e entrar por lá. Se as portas estiverem abertas, você entrará imediatamente ao centro onde todos estão orando. A outra opção é descer abaixo do centro de culto. Existe um corredor estreito; você pode descer e adentrar o centro. O que você querer fazer?”
Olhei para o corredor estreito que ele tinha apontado. Estava tudo escuro. Eu não conseguia enxergar o caminho. Olhei para as portas enormes e maciças e silenciosamente orei.
“Eu irei pelas grandes portas”, disse ao taxista.
Então ele me deixou perto das três portas. Eu esperava que ele fosse aguardar para ver se eu realmente conseguiria entrar, mas, antes que eu pudesse dizer qualquer coisa, ele foi embora, deixando-me parado lá no escuro, atrás do enorme centro de adoração. Tirei os sapatos e subi até a primeira porta enorme e tentei abri-la. Estava travada firmemente. Então orei: “Deus, pelo menos o Senhor sabe que tentei.” Então achei melhor tentar a segunda porta.
Fui até a segunda porta e tentei entrar, mas também estava trancada. Novamente, orei: “Deus, pelo menos o Senhor sabe que tentei ir aonde o Senhor queria que eu fosse. Esta nem é a hora para estrangeiros como eu e que não são dessa fé entrarem.”
Tentei a terceira porta, e ela se abriu. Entrei. Havia muitos homens ajoelhados orando, muitos deles com o rosto no chão. Ajoelhei-me, não muito longe da grande porta por onde havia entrado. Orei e esperei. Orei silenciosamente: “Deus, como vou encontrar o homem que lidera o chamado diário para oração?”
Finalmente, depois de algum tempo, Deus me impressionou a abrir olhos. Notei um jovem que estava orando a poucos metros de mim. Fui até ele, e, quando ele me notou, eu disse: “Sinto muito por interromper você, mas você pode me levar até o homem que faz o chamado para a oração?”
Ele respondeu com um sorriso: “Em breve, ele fará o chamado à oração, e você poderá encontrá-lo.”
Então orei e esperei. E logo o homem por quem havia orado para conhecê-lo entrou e fez o chamado para a oração. Eu conseguia ouvir o barulho, da enorme porta atrás de mim, abrindo e fechando, com mais e mais homens entrando ao chamado à oração. Que espetáculo! Eu estava de joelhos com as minhas roupas ocidentais. Era o único que parecia desse jeito, e era o único lá que não professava da mesma fé.
Ao final da oração, ouvi uma voz grossa: “Você está procurando o líder que lidera o chamado a oração?” Eu olhei para cima e vi dois homens grandes olhando para mim. “Sim senhor. Você pode me levar até ele?”
Um dos homens altos respondeu: “O líder está aqui ao seu lado! Então apontou para um homem miúdo que parecia muito, muito sábio.
Os homens grandes e altos pareciam guarda-costas. Ambos olharam para mim de perto com cautela e suspeita. Eu sorri e disse: “Eu adoraria falar com o seu líder.” Um dos homens altos então disse algo baixinho para o líder que eu tinha ido ver. O líder disse algo de volta para o homem alto, que então me informou que o líder gostaria de falar comigo ali ao lado. Os três homens me levaram para o canto da sala. O líder sentou-se no chão com os dois homens perto dele, um de cada lado. “Por que você veio?”, eles perguntaram.
“Enquanto estava orando esta manhã, Deus me disse para vir aqui e me encontrar com você”, eu disse, olhando diretamente para o líder.
Esse foi o início de uma ótima conversa a respeito do tempo em que vivemos e sobre a nossa convicção mútua de que os pais são chamados por Deus para orientar os filhos espiritualmente. O líder religioso começou a falar em inglês, falando diretamente comigo em vez de falar por intermédio dos homens ao lado dele. Tivemos uma conversa profunda a respeito da necessidade de passar valores às novas gerações. Quase trinta minutos haviam se passado. Então o líder me disse que precisava ir. Contudo, o Espírito Santo me disse que eu precisava orar com ele.
“Posso orar por você e pela sua família antes de você ir?”, perguntei. Ele me garantiu que eu poderia. Então orei por ele e pela sua família e para que Deus o abençoasse e o guiasse assim como ele guia aqueles no grande centro de adoração daquela cidade. Ele ficou visivelmente emocionado com a oração e se inclinou para frente. “Se algum dia você voltar a esta cidade, por favor, venha me ver”, ele sussurrou.
Eu lhe assegurei que ficaria muito feliz em revê-lo. Quando perguntei onde poderia encontrar um táxi para ir ao aeroporto, um dos homens que havia sido o guarda-costas do líder ofereceu: “Venha comigo. Eu vou levá-lo até o aeroporto.”
O guarda-costas atravessou a cidade até o aeroporto e recusou as minhas ofertas de pagar pela gasolina. Ao me despedir, convidei o motorista para ir com a família dele me visitar na América. Eu me perguntei quando Deus me levaria de volta. Haveria uma continuação da história?
Vários anos se passaram e fiquei pensando no convite daquele líder para voltar para revê-lo lá no grande e lindo centro de adoração. Pensei em como Deus me havia pedido urgência para orar com aquele homem.
Na próxima vez que voei para aquela cidade, orei: “Deus, se for para a Tua glória, ajuda-me a encontrar aquele homem de novo.”
Na manhã seguinte, após a minha chegada de volta àquela cidade, Deus me acordou muito cedo. Eu tinha outro voo naquele mesmo dia, mas, antes do voo, Deus me impressionou a voltar para aquele mesmo grande centro de adoração. E eu fui. Encontrei o lugar e entrei. Perguntei pelo líder que havia conhecido anteriormente. Já havia passado o momento do chamado à oração. Os poucos homens que ainda estavam lá me observavam com grande curiosidade. “Nosso líder não está aqui. Você pode encontrá-lo na casa dele”, disseram eles.
“Onde é a casa dele?”, perguntei. Eles apontaram para um apartamento do outro lado do campus.
Fui até o apartamento e toquei a campainha. Ninguém respondeu. Toquei de novo e ninguém respondeu. As pessoas passavam pela rua, olhando para mim. Eu era um ocidental e percebia que eles estavam intrigados por eu estar na porta do líder religioso deles. Toquei a campainha várias vezes.
Eu me senti um tolo, mas estava impressionado a não desistir. Finalmente, ouvi uma porta se abrir na parte superior, e o som de pezinhos descendo as escadas de pedra. Um garotinho veio e olhou para mim com uma expressão intrigada. Ele me cumprimentou no idioma dele. Perguntei a ele se eu poderia ver o líder que fazia o chamado a oração, e ele subiu os degraus de volta, correndo. Ouvi a voz do menino e a voz de uma mulher enquanto eles discutiam algo.
Então o garotinho desceu correndo os degraus tão rápido quanto as pernas podiam carregá-lo. Ele correu até mim, olhou para cima e ordenou com confiança: “Siga-me”. Imediatamente começou a caminhar de volta pelo campus.” Para onde estamos indo?”, perguntei a ele.
“Para o centro de adoração”, disse ele.
“Já procurei pelo líder lá”, eu lhe disse.
“Não, ele está lá!” O garotinho disse enfaticamente.
“Como você sabe?”, perguntei, não convencido. O garotinho sorriu.
“Ele é o meu pai. Siga-me!”
Segui o garoto de volta ao centro de adoração e diretamente ao outro lado do local principal de oração. Aqueles que estavam reunidos lá para orar viram o garotinho conduzindo-me com confiança, um ocidental, através da sala de oração a um corredor e no que parecia ser uma câmara especial e privada.
Ele caminhou muito silenciosamente até um homem deitado de bruços com a cabeça coberta. “Aí está o meu pai”, ele sussurrou. O pai dele parecia estar em sono profundo!
Ah, esta não é uma boa hora!, pensei. Ele não ficará feliz se eu o acordar. Devo acordá-lo? Então me lembrei de como aquele líder havia me convidado três anos antes para voltar e me encontrar com ele. Tentei me assegurar de que, quando ele acordasse e visse o meu rosto, ele se lembraria da nossa ótima conversa.
O garotinho estava esperando para ver o que eu faria. Então sussurrei:
“Por favor, acorde o seu pai”.
Eu estava em pé a poucos metros de distância. Estava tão animado para ver aquele homem novamente. O garotinho começou a puxar a manga do seu pai, mas o homem parecia estar dormindo profundamente. O filho o puxou novamente e começou a sacudi-lo. “Papai, papai, acorde!”
O homem se virou e sentou-se lentamente, esfregando os olhos sonolentos. O filho puxou o braço do pai tagarelando alguma coisa e apontando com muito entusiasmo para mim. Mas, quando o homem tirou as mãos do rosto, fiquei chocado! O homem olhando para mim não era o mesmo líder que me convidara a voltar. O homem olhou para mim sem expressão e depois se levantou sem dar um sorriso. Ele não estava feliz em me ver lá.
Foi um momento estranho, mas o Espírito de Deus estava lá. Eu me apresentei a ele, e ele entendia o suficiente do meu inglês para continuar uma conversa. Então lhe contei a respeito de como havia conhecido o outro líder anos antes. Ele me perguntou:
“Você é da nossa fé?”
“Não. Sou um seguidor de Jesus”, respondi. Tivemos uma boa conversa. Então o Espírito de Deus sussurrou à minha mente: “Dê a ele um livro”. Perguntei a ele se eu podia lhe dar um livro que havia escrito. Ele acenou com a cabeça em aprovação. Entreguei-lhe um dos meus livros no qual compartilho como Deus tem chamado nossos lares para ser lugares de fazer discípulos para Jesus.
Então o Espírito de Deus disse: “Pergunte a ele se você pode orar com ele.” Perguntei-lhe se poderia orar com ele, e ele concordou cautelosamente. Orei com ele e depois saí, pois estava quase na hora de pegar o avião.
Enquanto pegava um táxi de volta ao aeroporto, silenciosamente louvei a Deus pelo Seu tempo perfeito em organizar a minha visita três anos antes e agora pela minha visita de retorno naquela manhã. Eu não vi quem eu pretendia ver, mas, em vez disso, fui conduzido por Deus de volta ao centro de adoração a um líder espiritual que estava ainda mais aberto àquilo que eu tinha para compartilhar como seguidor de Jesus.
Ah, meu amigo, lembre-se de que o Espírito de Deus tem pessoas com quem você pode se encontrar em todas as cidades e em todos os continentes, até mesmo na cidade ou bairro em que você mora.
Entretanto, quando for, se você mantiver o coração e a mente em sintonia com o Espírito Santo, Ele sempre terá uma agenda. Apenas ore e prepare-se para encontros divinos incríveis!
Capítulo 8
GRAVADO NO MEU CORAÇÃO
“Guardei no coração a Tua palavra para não pecar contra Ti. [...] Falarei dos Teus testemunhos diante de reis, sem ser envergonhado. [...] A Tua palavra é lâmpada que ilumina os meus passos e luz que clareia o meu caminho.” (Salmo 119:11, 46, 105)
Memorizar as Escrituras não é uma das minhas virtudes. Amo a Palavra de Deus. Amo ler a Bíblia. Amo estudá-la. Amo orar a Palavra de Deus de volta para Ele, mas muitas vezes tenho dificuldade em memorizá-la. Muitas vezes me perguntei o que eu faria se algum dia fosse enviado para um lugar sem a minha Bíblia. Então, certo dia, há pouco tempo, tive a chance de descobrir!
Eu estava me preparando para uma viagem ao Camboja e organizando todos os meus voos quando fui impressionado a parar e orar em relação à agenda de Deus para o meu voo de volta para casa. Enquanto orava, o Espírito Santo me impressionou que eu devia desviar muito do meu caminho para parar e visitar um determinado país que era fechado ao evangelho. Ele me impressionou a ir para aquele país fechado ao evangelho, Ele me mostraria o que devia fazer.
April e eu pensamos e oramos a esse respeito. Embora fosse muito incomum reservar um voo tão longe do caminho para o meu voo de volta, concordamos que era a vontade de Deus. Então foi isso que fiz.
Terminei o trabalho no Camboja e fui para casa passando por esse país fechado. Providencialmente, havia conhecido anteriormente um casal desse mesmo país fechado ao evangelho, que eram seguidores de Jesus e a quem eu planejava visitar.
Quando cheguei, nós nos encontramos em um hotel. Antes mesmo de começarmos a conversar, compartilhei que o Espírito Santo me dissera para seguir aquela rota, “fora do caminho” de casa para que pudesse visitar o país deles. Eu sabia que Ele tinha um propósito específico em me levar até lá. Nós então oramos fervorosamente juntos para que o Espírito Santo liderasse a nossa conversa e para que não perdêssemos nada que estivesse no Seu coração. Depois do nosso momento de oração, perguntei ao casal:
“Então o que está no seu coração?”
O homem começou a me contar sobre oportunidades de servir que me pareceram bem cômodas, maneiras de alcançar fiéis no seu país que não me ofereceriam nenhum risco. Eu me peguei respirando um suspiro de alívio e relaxamento.
Contudo, enquanto ouvia, orei: “Deus, ajude-me a ouvir qual é a Tua agenda enquanto eu estiver aqui!”
Então, abruptamente, o homem fez uma pausa. Com um olhar distante, ele começou a compartilhar a preocupação que Deus havia dado a ele em relação aos fiéis em um país próximo ao deles, um país que era ainda mais difícil, pois as autoridades haviam proibido a Palavra escrita de Deus e quaisquer reuniões cristãs. Ele passou a compartilhar como era proibido a um crente ter uma cópia impressa da Bíblia e que era extremamente perigoso para os crentes se reunirem para adoração. O país estava completamente fechado ao evangelho de Jesus Cristo.
Ele me contou sobre o perigo que os crentes corriam compartilhando sua fé e que eles precisavam desesperadamente ser encorajados na Palavra, chamados a um reavivamento e instruídos a discipular os filhos.
Quanto mais ele falava, mais forte o Espírito Santo me impressionava de que Deus queria que eu fosse para aquele país fechado ao evangelho. Deus me guiou ao encontro com aquele casal a caminho de casa a fim de que eu pudesse ouvir a respeito daquela grande necessidade.
“Acredito que Deus está me chamando para ir lá e chamar os fiéis para um reavivamento com Jesus”, disse ao casal, pois a convicção me dominou. “Eu acredito que Deus quer que eu os discipule para que sejam discipuladores de suas crianças e jovens, e, assim, muni-los para chamar outros a um reavivamento.”
“Eu nunca pediria para você ir a um lugar assim”, respondeu o homem sobriamente. “É um lugar muito difícil, um lugar muito perigoso. Você é um homem casado com uma família. Eu não pediria a você para correr esse risco. Mas, se Deus o chamar, pode contar comigo!”
Depois da nossa conversa, continuei a jornada de volta para casa, para o país seguro onde moro. Quando cheguei em casa, a minha esposa e eu oramos fervorosamente a respeito daquela oportunidade atípica.
Enquanto orávamos juntos, Deus impressionou a nós dois de que Ele estava realmente me chamando para ir àquele país fechado para o evangelho.
Como você pode imaginar, a minha esposa e eu estávamos preocupados em relação aos preparativos para aquela viagem. Perguntei a Deus o que devia fazer em relação à proibição de Bíblias. Para todo lugar que vou neste planeta eu levo a Palavra de Deus escrita comigo em formato impresso. Esse é o meu jeito de proceder e a principal fonte de todas as minhas pregações e ensinamentos em todo lugar. Também é a minha fonte de força e coragem. Sem a Palavra de Deus, era como se eu fosse nu para aquela viagem. Então orei a respeito do meu dilema.
“Deus, você tem todo o poder e a autoridade”, eu disse a ele.
“O Senhor tem poder para colocar a Sua mão sobre a minha Bíblia a fim de que as autoridades não a vejam quando eu entrar naquele país fechado ao evangelho. Eu ouvi outras histórias a esse respeito. Eu sei que você pode fazer isso por mim, se o Senhor quiser.”
Entretanto, enquanto eu esperava e orava e buscava a Deus a respeito do assunto, fui impressionado a não levar uma cópia da Bíblia comigo para aquele país. Então perguntei a Deus: “Como vou pregar e ensinar a Tua Palavra por duas semanas naquele país sem uma cópia da Bíblia?”
Aquela voz mansa e delicada do Espírito Santo falou ao meu coração: “Vou gravar a Palavra de Deus na sua mente e no seu coração.”
“Como o Senhor fará isso?”, perguntei. Eu sabia que faltavam apenas trinta dias para o meu voo para aquele país. Então precisava de um plano para internalizar a Palavra de Deus.
O Espírito Santo me impressionou com um plano de trinta dias na Palavra. Ele falou à minha mente: “Eu quero que você leia todo o Novo Testamento nos próximos 30 dias. Siga os seguintes passos: Todas as manhãs, ajoelhe-se e ore para que o Espírito Santo abençoe a Palavra e grave o que você ler na sua mente e no seu coração. Enquanto estiver lendo, procure por qualquer coisa que você possa aprender a respeito de Jesus Cristo. Quando tiver terminado de ler a parte do Novo Testamento para aquele dia, deixe a Bíblia de lado e, de memória, escreva tudo o que você aprendeu sobre Jesus – quem Ele é, o que Ele faz e o que Ele fará por você. Dessa forma, gravarei a Palavra na sua mente e no seu coração.”
Então, meu amigo, foi isso que fiz durante os trinta dias seguintes. Eu lia uma parte do Novo Testamento cada dia, depois de orar pela ajuda do Espírito Santo, e buscava por Jesus como se não O tivesse conhecido antes. Deixava a Bíblia de lado e escrevia, o mais rápido possível, de forma clara e abrangente tudo o que conseguia, tudo o que lembrava do que “acabara de aprender” a respeito de Jesus na Palavra de Deus.
Entretanto, surgiu outra complicação. Eu havia requisitado o visto para a embaixada daquele país, mas só obtive a resposta dez dias antes da partida. Finalmente o visto finalmente havia chegado, porém, o meu nome estava escrito completamente errado, e eu estava quase que irreconhecível. Eu fiquei muito desapontado e alarmado. Pensei em voltar pessoalmente à embaixada e pedir que refizessem o visto, mas não havia tempo suficiente para isso. Então saí para a floresta para orar.
“Deus, eu não consigo nem entrar no meu próprio país onde sou cidadão com documentos com o meu nome escrito incorretamente, muito menos em um país fechado ao evangelho que pode ou não ficar feliz por ter um americano visitando o país. Como vou entrar naquele país com um visto que nem corresponde ao nome no meu passaporte?”
Mas Deus não estava muito preocupado. Novamente, a Sua mansa e sucinta voz falou ao meu coração: “Não pense que o seu visto é que vai fazê-lo entrar naquele país. Somente Eu, o Senhor Deus, sou aquele que vai colocar você naquele país!”
Ah, como o meu coração disparou! Eu fiquei animado e muito feliz. Ao me preparei para partir, coloquei aquele visto junto ao meu passaporte e disse ao Senhor que não sabia como Ele faria aquilo, mas que estava animado para ver o que Ele faria.
Chegou o dia de partir. Eu abracei e beijei a minha esposa e a abracei com força por muito tempo, sabendo que, se eu desse um passo em falso, se fosse pego compartilhando o evangelho naquele país, talvez não voltasse. Eu disse adeus aos nossos filhos em casa e os abracei fortemente. Então lá fui eu para aquela longa jornada de fé para o outro lado do planeta.
Lembro-me de como o meu coração batia forte enquanto voava para aquela cidade. Eu sabia que em poucos instantes eles notariam ver a disparidade entre o meu passaporte e o visto, e isso poderia facilmente me causar problemas. Eles teriam boas razões para suspeitar de mim. Eles poderiam duvidar de quem eu realmente era. Eu poderia ser levado para uma sala e ser interrogado ou algo pior, pois poderiam descobrir que sou um apaixonado seguidor de Jesus Cristo que adora ensinar sobre Ele, que prego a respeito Dele aonde quer que eu vá. Sabia que sem a intervenção de Deus, eu estaria em apuros.
Com muita oração, cheguei ao homem atrás da mesa no controle de passaportes. De pronto, o homem disse:
“Passaporte, por favor. Visto, por favor.”
Entreguei-lhe tudo o que me pediu. Ele segurou o passaporte à esquerda do meu rosto, e o visto à direita do meu rosto. Olhou para os três, ou seja, aqueles dois documentos e o meu rosto no meio. Percebi que o homem estava comparando-os. Ele viu que o meu rosto condizia, mas será que percebeu que os nomes não condiziam? Ele fez uma pausa e examinou o meu rosto profundamente. Eu orei e esperei. Então com um grande sorriso no rosto, ele disse:
“Bem-vindo ao nosso país. Espero que você tenha uma estadia maravilhosa.”
“Tenho certeza de que sim”, respondi, enquanto entrava na aventura da minha vida.
Esperei pela pessoa responsável por me buscar perto da esteira de bagagens, mas ela não apareceu. Foi ficando cada vez mais tarde, e ainda assim a pessoa de contato não aparecia.
Eu havia sido expressamente avisado de que, se eu pegasse uma carona com um táxi errado, e eles descobrissem que era um seguidor de Jesus, poderia ser encontrado muitos dias depois com a garganta cortada e caído ao longo da estrada em algum lugar. Eu não queria ir com qualquer pessoa ou pegar carona com qualquer pessoa, exceto a pessoa havia sido designada para me buscar, que era um seguidor de Jesus. Mas o seguidor de Jesus nunca apareceu.
Clamando a Deus, perguntei: “O que devo fazer? Eu preciso chegar ao hotel, onde devo encontrar e ensinar esses seguidores de Jesus.”
Deus trouxe de volta à minha mente uma promessa que Ele havia gravado na minha memória: “Se algum de vocês tem falta de sabedoria, peça-a a Deus, que a todos dá livremente, de boa vontade; e lhe será concedida” (Tiago 1:5). Então pedi a Deus novamente por essa sabedoria e confiei que Ele me guiaria.
Aquela voz mansa e delicada de Deus me instruiu a ir a um determinado quiosque e, de lá, pegar uma carona. Fui até o quiosque, dei a eles o endereço do hotel e perguntei se poderiam me levar até lá. Eles ficaram felizes em me atender. Menos de uma hora depois, eu estava no hotel.
Ao entrar na recepção do hotel, olhei para o homem atrás da mesa e, com um grande sorriso, eu me apresentei.
“O meu nome é Don MacLafferty e tenho uma reserva.”
Contudo, ele me perguntou mal-humorado: “Você já pagou pelo quarto?”
“Sim, senhor, eu paguei. Paguei on-line”, respondi.
Ele olhou e disse: “Posso ver que você reservou um quarto, mas o pagamento não foi efetuado.”
Naquele momento, eu só tinha uma pequena quantia comigo e estava preocupado em usar o cartão de crédito naquele hotel, mas também não queria gastar o pouco dinheiro que tinha. Então peguei o cartão de crédito para usá-lo, e o homem o passou na máquina.
“Este cartão não funciona”, ele me disse. Ele não pareceu feliz por eu o ter dado um cartão que não funcionava.
“Sinto muito”, respondi: “Por favor, tente novamente”.
“Eu já tentei. Não funciona”, disse ele com irritação.
“Por favor, tente outra vez”, pedi.
Ele tentou pela segunda vez e, com desgosto ainda maior, disse: “Viu? Não funciona!”
Eu estava silenciosamente implorando a Deus para intervir. Ele me disse o que fazer.
“Por favor, senhor, tente mais uma vez.” Eu estava orando porque sabia que, se aquele cartão não funcionasse, não teria outra forma de pagar pela minha hospedagem. As duas semanas que Deus havia reservado para que eu ficasse naquele país estariam em risco.
“Não preciso verificar o seu cartão novamente. Eu já fiz isso duas vezes”, ele me disse. Era óbvio que ele queria que eu saísse porta a fora.
“Senhor, estou lhe pedindo pela última vez, você poderia por favor, tentar mais uma vez?
Ele tentou pela terceira vez, e o meu cartão passou. Fiquei tão feliz que poderia ter abraçado aquele homem, mas sabia que ele não ia gostar disso de jeito nenhum.
Eu estava tão feliz por ter um quarto, tão feliz por ter chegado em segurança àquele país, tão entusiasmado por não terem me recusaram na migração ao verificarem o meu visto com o nome errado nele que, assim que cheguei ao quarto, eu me ajoelhei e agradeci a Deus por me levar até lá em segurança.
Alegremente me levantei e saí do quarto para explorar o hotel. Enquanto caminhava pelos corredores do hotel, comecei a pensar que, se fosse supercuidadoso para orar somente com os crentes e discipulá-los e equipá-los, eu poderia servir bem a Deus e voltar para casa em segurança para estar com a minha esposa e a família.
Enquanto esses pensamentos passavam pela minha mente, o Espírito de Deus me deu instruções urgentes: “Don, volte para o seu quarto imediatamente!” Havia tanta urgência na Sua mensagem que voltei para o quarto, fechei a porta, fiquei de joelhos e perguntei: “Senhor, o que houve?”
O Espírito de Deus então me repreendeu. Ele me disse com firmeza: “Eu não chamei você para este país para ser cauteloso. Eu chamei você para dar recursos aos fiéis em Cristo a fim de mostrar a eles como podem chamar outros ao reavivamento e como devem discipular as novas gerações a Cristo. Mas eu também chamei você aqui para orar com qualquer pessoa com quem Eu lhe instrua para orar, não apenas com os fiéis em Cristo.”
“Mas, Senhor”, eu disse, “para os cristãos orarem com as pessoas de outras religiões neste país é contra a lei. Um seguidor de Jesus nunca deve orar com as pessoas de outa fé que vivem aqui.”
Deus me desafiou mais profundamente. “Eu não o chamei aqui para ser cauteloso. Eu chamei você aqui para ser fiel a Mim. E seja quem for a pessoa por quem Eu o impressionar para orar, você deverá orar com ela. Você está aqui para ser uma luz na escuridão.”
Confessei o meu pecado diante de Deus. Confessei o meu desejo de estar seguro. Implorei a Deus para que me ajudasse a ser fiel, e não apenas ficasse em segurança. Voltei ao saguão do hotel. Momentos depois, encontrei o gerente. Então o Espírito de Deus me disse:
“Vá orar com este gerente.”
“Já, Senhor?”, perguntei. “Eu nem conheci os fiéis ainda.” Então fiz uma pausa. “Sim, Senhor, vou orar com ele. Apenas permaneça comigo.”
Fui até o gerente e o elogiei pela sua equipe e pela limpeza do hotel. Disse a ele que adorava orar com pessoas ao redor do mundo e então perguntei se poderia orar com ele. Ele olhou para mim bruscamente. Estreitando os olhos, ele perguntou:
“Você é da nossa fé?”
“Não, senhor, não sou. Eu sou um seguidor de Jesus.”
Ele não perdeu um segundo. A resposta foi imediata:
“Siga-me!”, ele disse secamente enquanto caminhava direto para o meio do espaçoso saguão. Eu o segui. Ele se sentou em um pufe e fez sinal para que me sentasse perto dele. Estávamos rodeados de empresários fazendo negócios ou tomando alguns refrescos.
“OK, você pode orar por mim.”
Os meus olhos se arregalaram.
“Bem aqui?”, eu o questionei.
Ele assentiu. Sabia que os empresários ao redor de nós eram de outra fé, não amigáveis ao cristianismo. Eu poderia facilmente estar em apuros. Eu me perguntei se isso era uma armadilha, mas Deus me disse para orar com ele. Então baixei a cabeça e orei por aquele gerente, pela sua família e para que a sua liderança fosse abençoada no hotel. Quando terminei, percebi que o gerente havia ficado muito emocionado e encorajado pela oração. Ele me agradeceu silenciosamente e saiu rapidamente da área.
Encontrei-me com doze fiéis naquela noite e descobri que o Espírito Santo me dera cada porção da Sua Palavra de que eu precisava para o reavivamento naquela noite. Vez após vez, ao longo das duas semanas seguintes, o Espírito Santo me deu o que eu precisava na Palavra, exatamente quando precisava. Fiquei admirado com a atuação do Espírito Santo e pela Palavra escrita de Deus de uma maneira totalmente nova, pois Ele havia gravado isso no meu coração e na minha mente como Ele nunca tinha feito antes. Embora não tivesse a minha Bíblia comigo, eu tinha Jesus, a Palavra viva, e isso foi o suficiente.
As promessas de Deus e a Sua Palavra também continuaram a me dar a coragem de buscar fidelidade, em vez de segurança.
Aquele gerente de hotel com quem orei no primeiro dia veio até mim novamente no dia seguinte e me confidenciou calmamente:
“Ontem, depois que você orou comigo, tive o melhor dia que já havia tido em muito tempo! Você oraria comigo novamente?”
“Ah, sim!” Eu sorri. Oramos juntos, repetidas vezes ao longo daquelas duas semanas inesquecíveis.
Capítulo 9
NUNCA CONHECI UM ANTES
“Portanto, vão e façam discípulos de todas as nações, batizando-os em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo, ensinando-os a guardar todas as coisas que tenho ordenado a vocês. E eis que estou com vocês todos os dias até o fim dos tempos.” (Mateus 28:19, 20, NAA)
Os dias que passei preparando os doze fiéis naquele país fechado ao evangelho voaram como folhas ao vento de outono. Perto do fim daquela semana, alguns dos fiéis se reuniram ao meu redor com muito entusiasmo.
“Temos orado pela sua vinda até a nossa igreja na capital na próxima semana. Você poderia vir?”, eles perguntaram.
“Deixe-me orar sobre isso”, eu disse a eles.
O meu coração começou a bater forte enquanto pensava a respeito de como a ativa polícia estaria procurando por igrejas secretas, ainda mais do que onde eu estava naquele momento. Orei e perguntei a Deus o que lhe daria glória. A resposta Dele foi simples: “Vá!”
Deus me lembrou que havia compromissos divinos enfileirados para mim tanto no voo de ida quanto de volta para a capital e quando estivesse com os fiéis. Comecei a orar por aqueles com quem eu encontraria.
Chegou o dia do meu voo para a capital. Os fiéis se sacrificaram para pagar as passagens de ida e volta. Peguei um táxi para me levar ao aeroporto. No entanto, chegando lá descobri que havia poucas sinalizações que eu conseguia ler. Orei pedindo ajuda para encontrar o meu portão de embarque. Não havia quase nada escrito em inglês em todo o aeroporto.
Enquanto caminhava, percebi novamente como me destacava na multidão. Ninguém em todo o movimentado aeroporto se parecia comigo. Sabia que pessoas como eu, seguidoras de Jesus, eram raras naquela parte do mundo.
Finalmente cheguei ao que achei ser o meu portão. Sentei-me e orei para que Deus me mostrasse de alguma forma se estava no lugar certo. Um empresário alto carregando uma pasta sentou-se ao meu lado. Perguntei-lhe se aquele era o portão do voo que ia para a capital. Ele falou em um inglês nítido: “Absolutamente. Você está no lugar certo.”
Iniciamos uma conversa e, em seguida, pelo microfone eles fizeram uma chamada apenas no idioma local. Então o meu novo amigo se levantou. “Vamos entrar na fila para embarcar no avião”, ele me disse.
Enquanto estávamos na fila embarcando no avião, ele perguntou:
“Qual é o número do seu assento?”
Mostrei a ele o meu número de assento.
“Isso é uma grande coincidência. Você está sentado bem ao meu lado!, ele disse alegremente.
Entramos no avião e nos sentamos. Enquanto o avião decolava, ele me perguntou:
“Estou curioso. Por que você está indo para a nossa capital?”
“Espero fazer novos amigos e aprender mais sobre o passado e o presente do seu país”, respondi.
Conversamos muito cuidadosamente. Então finalmente ele se inclinou e sussurrou: “Você é da nossa fé?”
“Não, não sou”, respondi.
Agora, eu estava bem ciente de que o avião estava lotado de pessoas, e algumas pareciam estar ouvindo enquanto outros, é claro, não conseguiam entender uma palavra do que dizíamos. Mas eu nem sempre sabia quem era quem. No entanto, ele estava muito curioso a respeito da minha identidade.
“Então, o que você é?”, ele perguntou.
“Você está perguntando sobre a minha fé?”, eu perguntei.
Ele balançou a cabeça muito seriamente, e eu pensei: Este será um momento interessante. O que ele vai fazer quando ele descobrir quem eu sou? Eu não quero mentir. Eu quero dizer a verdade e quero dar glória a Deus. Então sussurrei uma oração ao Céu, e o Espírito Santo me mostrou o que fazer.
“Sou um seguidor de Jesus”, disse-lhe discretamente.
“Ah!”, ele disse, com muito fascínio e curiosidade. “Nunca conheci um desses antes. Eu nunca tive uma conversa com um seguidor de Jesus.”
O resto do voo foi muito interessante. Ao trocarmos ideias, ele disse que era um homem de oração. Eu disse: “Eu também.” Ele disse que praticava jejum para que pudesse ter a mente clara enquanto estivesse orando. Eu disse: “Eu também jejuo.” Ele disse que tinha a prática de ajudar os pobres. E eu disse: “Isso é bom. Eu pratico isso também.” Ele disse: “Eu acredito que há um dia de julgamento por vir, quando tudo será levado em consideração.” Eu disse: “Eu também acredito nisso.”
“Você pode ficar fascinado em saber”, eu disse a ele, “que não bebo álcool e não como carne de porco. Eu acredito que Deus se importa com o que entra no meu corpo.”
Ele olhou para mim com surpresa. “Você tem certeza de que não é um de nós?”, ele perguntou.
Eu ri: “Já lhe disse quem eu sou. Acredito que Deus tem muitos, muitos filhos.”
Tivemos um voo incrível, e ele me fez todo tipo de pergunta que ele nunca havia tido a chance de perguntar a um seguidor de Jesus. Quando o avião estava pousando, ele me agradeceu pela conversa. Eu me perguntei quanto tempo o meu novo amigo teria que esperar para encontrar um seguidor de Jesus se eu tivesse decidido que os riscos eram demasiado elevados para viajar para a capital.
Meu amigo, há muitos outros como aquele ao redor do mundo. Eu me pergunto quanto tempo as pessoas que, como aquele passageiro, nunca conheceram a Jesus ou algum dos Seus seguidores esperarão até que você ou eu estejamos dispostos a sair da zona de conforto para ir e sentar-se ao lado deles.
Capítulo 10
CADA MOMENTO É IMPORTANTE
“Sejam sábios no procedimento para com os de fora; aproveitem ao máximo todas as oportunidades. O seu falar seja sempre agradável e temperado com sal, para que saibam como responder a cada um.” (Colossenses 4:5, 6)
Repetidas vezes, tenho visto como Deus pode fazer momentos comuns se transformarem em momentos singulares que realmente importam na vida de alguém. Esta história é mais um daqueles testemunhos de como Deus me guiou e abençoou de forma poderosa.
Era outro longo voo de volta através do oceano para casa. As horas passavam lentamente para mim que estava sentado apertadamente naquele avião.
“Deus”, eu orei repetidamente, “Quem neste avião o Senhor quer que eu encoraje ou por quem eu devo orar?” Durante o voo, Ele me mostrou muitas pessoas famintas em conhecer ao Senhor. Deus até marcou encontros divinos com comissários de bordo que foram tão gentis e prestativos.
Lembro-me de ir para a parte detrás do avião e dizer a eles o quanto eu apreciei o trabalho deles e que diferença o serviço deles estava fazendo no meu longo voo. Deus usou essa conversa para abrir o caminho para eu orar com alguns daqueles comissários de bordo. Dei a eles um dos meus livros. Algum tempo depois, um dos comissários de bordo foi até o meu assento e perguntou: “Outros de nossos colegas querem saber se podem receber um livro também. Eles poderiam ter um livro?”
Fiquei encantado. Voltei para a área onde os comissários de voo ficavam e pedi que reunissem tantos comissários de bordo quando fosse possível por um breve momento. Dei-lhes os meus livros, assinei-os e então perguntei se eu poderia fazer uma oração de bênção para eles. Todos concordaram! Foi maravilhoso ter uma reunião de oração durante aquele longo voo.
Esse tipo de incidente aconteceu de novo e de novo naquele voo. Enquanto esperava na fila do banheiro, Deus também providenciaria repetidas vezes encontros com pessoas famintas por conhecer mais a respeito Dele. Eu estava maravilhado com o Seu momento perfeito.
Finalmente, o avião iniciou a descida. Voltei para o meu assento quando ouvi a mensagem no alto-falante:
“Precisamos que todos os passageiros tomem seus lugares. Estamos começando a descida final ao nosso destino.”
“Deus”, orei novamente, “o Senhor está me impressionando a perguntar-Lhe mais uma vez: ‘Tem mais alguém por quem o Senhor quer que eu ore neste voo?’”
Assim que terminei aquela oração, um jovem comissário de bordo passou pela minha fileira de assentos. Ele não tinha sido muito amigável durante todo o voo, embora estivesse fazendo o trabalho dele de uma forma bem profissional e eficiente. Ele parecia ter muita coisa na mente.
“Vá dizer àquele jovem o quanto Eu o amo e pergunte a ele se você pode orar com ele”, Deus me instruiu.
“Mas Deus”, argumentei, “já deram a mensagem pelo alto-falante que estamos fazendo a última descida e devemos permanecer em nossos assentos.”
No exato momento em que eu estava tendo essa conversa com Deus, outra mensagem veio pelo alto-falante:
“Por favor, certifiquem-se de que todos os cintos de segurança estejam afivelados. Em breve, pousaremos.”
Mais forte o Espírito Santo falou novamente:
“Don, vá e ore com aquele jovem agora.”
Mais uma vez, argumentei. “Mas, Deus”, eu disse, “todo mundo já está em seus assentos neste enorme avião. Nós estamos descendo.”
Então percebi que aquele jovem comissário de bordo tinha ido para a frente do avião e puxado a cortina em torno da sua estação de trabalho. Era óbvio que ele não queria ser incomodado. Ele estava tomando os minutos finais para colocar tudo em ordem. Eu compartilhei essas observações com Deus. Deus não estava impressionado com o meu raciocínio.
“Don, vá imediatamente!” Ele me disse uma última vez. Sabendo que eu estava prestes a fazer de mim mesmo um espetáculo, levantei-me e comecei a andar pelo longo corredor até onde aquele comissário de bordo estava ocupado fazendo o seu trabalho final. As pessoas estavam me olhando. Algumas delas estavam fazendo sinal para que voltasse e me sentasse. Foi constrangedor, e é por isso que eu havia evitado tanto ir.
Finalmente, cheguei ao espaço em que a cortina estava fechada e puxei-a de lado. O jovem comissário de bordo olhou para mim com surpresa.
“Senhor, você deveria estar sentado”, ele me disse.
“Só mais uma coisa”, eu disse, mas ele me interrompeu com firmeza:
“É hora de sentar!”
Respirei fundo, reuni coragem e olhei fixamente para ele e declarei:
“Eu só quero lhe dizer que Deus o ama muito, muito mesmo. E fui impressionado por Deus para lhe perguntar: “Posso orar com você?” O rosto do rapaz ficou branco, e ele recuou. Ele estava em choque.
“Oh meu Deus! Isso é incrível!”, ele me disse. “Eu acabei de dizer a Deus: ‘Deus, se Tu existes, se realmente estás aí, por favor, faça alguma coisa. Faça algo para me mostrar que Tu Te importas comigo, algo para me mostrar que Tu estás realmente.’”
Ele continuou: “Tenho estado tão desanimado com Deus, até desisti de acreditar que Ele se importa, de que Ele existe. Não estou feliz com a minha vida e com o rumo que estou tomando. E, há poucos instantes, eu estava implorando a Deus: ‘Se Tu estiveres aqui, mostra-me algo. Mostra-me algo que me permita saber que Tu me vês, que Tu ouves o meu clamor.” E, nesse exato momento, você entrou para me contar que Deus me ama. Você entrou e disse: ‘Posso orar por você?’”
Ele fez uma pausa enquanto lutava para manter as suas emoções sob controle.
“Sim, você pode orar por mim!”, ele me disse.
Então orei. Eu realmente orei. O jovem tinha lágrimas nos olhos quando terminei. “Deus realmente me ouviu”, ele sussurrou surpreso. “Agora, você realmente precisa voltar para o seu assento,” o rapaz disse com um sorriso.
Voltei para o meu assento, passando por fileiras de pessoas que me olhavam, algumas com expressões confusas, algumas com sólida desaprovação. Mas o que todas aquelas pessoas pensavam de mim não importava mais. Sentei-me e coloquei o cinto de segurança de novo.
Alguns momentos depois, o avião pousou. Fechei os olhos e sorri: “Deus, muito obrigado. O Senhor é o Deus de cada momento. Cada Momento é importante!”
Capítulo 11
CONVIDADO PERIGOSO
“Pois Deus não nos deu espírito de covardia, mas de poder, de amor e de equilíbrio. Portanto, não se envergonhe de testemunhar do Senhor, nem de mim, que sou prisioneiro Dele, mas suporte comigo os sofrimentos pelo evangelho, segundo o poder de Deus.” (2 Timóteo 1:7, 8)
Deus está sempre trabalhando, mesmo nos mais lugares mais improváveis e perigosos.
Há algum tempo, recebi um convite para ensinar fiéis em outro país muito fechado para o evangelho. Ao orar sobre esse pedido, o Espírito de Deus moveu o meu coração a convidar os nossos dois filhos mais velhos para que fossem comigo. “Agora, por que Ele queria que eles fossem?” Eu me perguntei. “Por que eles deviam ir para um lugar aonde devemos ter muito cuidado com cada palavra que falamos?” Contudo, enquanto eu orava, a convicção cresceu. Compartilhei o que Deus estava colocando no meu coração com a minha esposa.
“Tem certeza de que quer levar os nossos filhos para aquele lugar?”, ela perguntou cética. “E se eles acidentalmente disserem algo que desperte suspeita e coloque vocês três em apuros?”
“Vamos orar e buscar a Deus juntos sobre isso”, eu respondi.
Então oramos juntos e oramos separados. Oramos juntos e oramos separados, até Deus conceder a nós dois a convicção de que Jason e Julie deviam ir comigo naquela missão. Nós convidamos Jason e Julie e lhes pedimos que orassem a fim de sentir se Deus lhes dava a convicção de ir comigo. Eles oraram fervorosamente por vários dias, e ambos também ficaram convictos de que Deus os estava chamando também.
Chegou o dia de partirmos. Nós abraçamos os outros membros da família e nos despedimos. Por fim, oramos juntos mais uma vez. Nós nos perguntamos se nos reencontraríamos novamente em breve. Então começamos a longa jornada ao redor do mundo. Tivemos momentos tranquilos para conversar durante as escalas, nós três nos sentávamos propositalmente longe das multidões em aeroportos movimentados.
“Esta é uma viagem especial para Jesus”, disse aos meus dois adolescentes. “Deus nos chamou para ir àquele país para clamar por um reavivamento e munir o povo de Deus a discipular seus filhos para Jesus Cristo. Quando entrarmos naquele país, os agentes da fronteira poderão separar nós três para nos questionar se levantarmos suspeitas. Se eles nos separarem e nos questionarem, vocês devem confiar no Espírito Santo para lhes ensinar o que dizer”, eu os instruí.
“Pai, que tipo de perguntas eles nos farão?”, Jason e Julie perguntaram.
“Eu não sei todas as coisas que eles podem perguntar a vocês”, respondi com sinceridade, “mas, se isso acontecer, vamos concordar que só diremos o que o Espírito Santo nos inspirar a dizer e ficaremos em silêncio se Ele nos disser para ficarmos em silêncio.”
Reivindicamos Mateus 10:19 e 20, que diz: “Mas quando os prenderem, não se preocupem quanto ao que dizer, ou como dizer. Naquela hora lhes será dado o que dizer, pois não serão vocês quem estarão falando, mas o Espírito do Pai de vocês falará por intermédio de vocês.”
“Sim, pai, pela graça de Deus, é isso que faremos.”
Os olhos de Jason e Julie estavam tenebrosos, e seus corações convictos.
“Teremos muito cuidado e diremos apenas o que Deus nos disser para dizermos”, ambos prometeram.
O avião pousou, e nos juntamos à longa fila de imigração. Mais uma vez, eu sussurrei para eles:
“Lembre-se do que conversamos. Eles podem fazer perguntas sobre o porquê de estarmos entrando neste país. Estão vendo aquela linha à frente? Quando atravessarmos aquela linha, estaremos deixando a nossa liberdade e estaremos entrando neste precioso país fechado ao evangelho.”
“Sim pai. Nós nos lembramos”, responderam os meus filhos adolescentes.
Caminhamos até o balcão de imigração, e o oficial bradou:
“Passaportes, por favor!”
Entreguei todos os três passaportes, e eles disseram:
“Ah, você é o pai, e estes são os seus filhos?”
Com um sorriso, eu disse: “Sim, senhor!”
Eles nos deram um grande sorriso e disseram:
“Nós adoramos que famílias venham visitar o nosso país. Bem-vindos ao nosso país e divirtam-se!”
Demos ao agente de imigração os nossos maiores sorrisos enquanto em coro dissemos:
“Obrigado! Estamos ansiosos para isso!”
Então nos viramos e embarcamos na mais emocionante aventura que nós três já tivemos juntos. Deus sabia que precisávamos entrar naquele país como uma família.
Os fiéis nos levaram para onde iríamos ficar. Quando chegamos ao local, os olhos dos meus filhos estavam arregalados. Tudo era novo para eles: a língua, o que comíamos, onde dormíamos, como nos cumprimentávamos e como fazíamos compras.
Os meus adolescentes também consideraram os banheiros um elemento cultural de ajuste em si. Mas eles adoraram a maravilha de tudo isso, e eu também!
Na manhã seguinte, descemos para o café da manhã. Ao entrarmos no refeitório, muitos rostos olharam para nós e ficaram nos encarando. Rapidamente, colocamos o nosso café da manhã nas bandejas. Jason e Julie murmuraram as palavras:
“Onde devemos nos sentar?”
“Talvez haja alguém que saiba inglês e podemos sentar juntos,” eu disse esperançosamente.
Eles sacudiram a cabeça:
“Pai, acho que ninguém aqui fala inglês.”
Deus me impressionou a sentar com uma mulher muito bem-vestida que tinha um rosto gentil.
“Meus filhos e eu podemos acompanhá-la no café da manhã?”, perguntei.
“Isso seria ótimo”, disse ela em inglês perfeito. “Vocês podem sentar-se aqui.”
Tomamos um ótimo café da manhã juntos. Ela nos contou sobre o trabalho dela e onde morava. Também compartilhou o seu profundo interesse no treinamento de discipulado que ela estava se preparando para comparecer conosco.
“O que seu marido faz?”, perguntei. Ela levantou a cabeça e olhou para mim bruscamente e fez uma pausa como se estivesse decidindo o quanto poderia dizer. Ela então começou a compartilhar que o marido tinha uma posição de prestígio no alto escalão do governo.
“Isso é muito interessante”, respondi. Imediatamente o meu coração começou a bater forte, porque pensei: Se o marido dela está no topo deste governo, e este governo é fechado ao evangelho, esta pode ser uma conversa perigosa com esta mulher. Mas enquanto eu continuava a tomar o café da manhã, o Espírito de Deus me disse o que fazer. E eu obedeci.
“Minha irmã, devo perguntar”, comecei, “você gostaria de convidar o seu marido para ir ao treinamento que estamos prestes a começar?”
Ela parou de comer e olhou para mim, com a boca aberta:
“Tem certeza de que quer que eu convide o meu marido para este treinamento?”
O semblante dela estava muito preocupado e demonstrava grande preocupação. Seria loucura fazer isso?, pensei. Eu realmente ouvi o Espírito Santo corretamente? Mas eu sabia que Ele havia me dito para fazer esse convite a ela. No entanto, o meu lado humano começou a duvidar.
“Ore por isso”, continuei com um pouco menos de entusiasmo. “E, se Deus confirmar, então sim, convide o seu marido a ir. Nós adoraríamos que ele fizesse parte deste treinamento.”
“Vou orar a esse respeito”, disse ela muito discretamente.
“Ótimo!”, eu disse. “Deixe-me saber como Deus a impressionou, assim poderemos tomar uma decisão.”
O primeiro dia do treinamento correu muito bem, e Deus abençoou. Então, na manhã seguinte, no café da manhã, os meus filhos e eu nos sentamos com a mesma mulher novamente.
“Eu orei sobre o que você pediu e conversei com o meu marido”, ela nos contou. “Ele está a caminho.”
“O seu marido está a caminho?”, eu gaguejei com preocupação. “Achei que íamos conversar sobre isso.”
“Ah, não, ele está a caminho e estará aqui em breve nas próximas horas.”
Naquele instante, o meu coração começou a bater forte novamente. De alguma forma, eu pensei que isso seria algo por que iríamos orar e conversar a respeito. Mas ela orou, e seguiu em frente com urgência em convidá-lo para vir.
“Por favor, apresente-me para o seu marido quando ele chegar”, eu disse a ela.
“Você saberá quando ele chegar”, ela me disse.
Começamos o treinamento para aquele dia. Passaram-se muitas horas, e então a porta se abriu silenciosamente, e um homem entrou, vestido muito elegantemente com um terno muito bonito. Havia algum tipo de insígnia na sua lapela.
Alguns dos fiéis ficaram abalados quando viram aquele homem entrar. Eles ficaram chocados em ver aquele funcionário do alto escalão entrando na sala, porque todos sabiam que o nosso treinamento era proibido. Todos sabiam que aquele funcionário do alto escalão poderia nos colocar na prisão. Estávamos em apuros!
Ao iniciar o treinamento, notei que o oficial tirou uma bolsa muito bonita. De dentro da bolsa, ele tirou uma pasta preta e começou a escrever.
Ao compartilhar sobre como ser um discípulo de Jesus, percebi que ele começou a anotar muitas e muitas coisas.
Isso não é bom! Eu pensei. Ele está reunindo provas contra mim.
Respirei uma oração silenciosa: “Senhor, o que devo dizer?”
O Espírito Santo me orientou: “Certifique-se de exaltar Jesus de uma forma não apenas para os fiéis, mas para que o funcionário do alto escalão possa entender.”
Então eu exaltei Jesus por meio da Palavra escrita e compartilhei quem Ele é e o que Ele fez por todos naquela sala, como Ele morreu por nós, como Ele ressuscitou para nós, como Ele construiu um lugar no Céu para nós e como cada um de nós podemos ser Seus discípulos.
Depois de várias horas, o funcionário fechou abruptamente a sua pasta, colocou-a na bolsa e saiu. Ele passou bem na minha frente e de todas as pessoas. Quando ele saiu, silenciosamente fechou a porta atrás dele.
Estou em apuros, pensei. Ele vai me entregar agora mesmo. O que devo fazer? Mas o Espírito de Deus disse: “Continue ensinando”.
As horas se passaram. Continuei olhando para o relógio. O homem não voltou. Então, finalmente, chegou a hora de fazer uma pausa. Já estava no fim do dia, enquanto pegava as minhas anotações e nos preparávamos para sair pela porta, eu vi o homem esperando por mim. Ele fez sinal para que eu e os meus filhos fôssemos até ele.
“Eu trouxe um presente para você e para os seus filhos”, disse o homem.
Nas mãos dele, havia uma grande caixa grande. Ele a entregou a mim e deu um passo para trás.
O que há nesta caixa?, eu me perguntei com preocupação. Há algo nessa caixa que está prestes a explodir? Existe algo que vai explodir na minha cara? O que esse homem está prestes a fazer comigo e com os meus filhos?
Os meus filhos se aglomeraram em volta da caixa, curiosos para ver o que havia dentro, mas eu queria que eles se afastassem, preocupado que o que quer que estivesse lá dentro pudesse machucá-los.
“Muito obrigado”, eu disse temerosamente, mas o meu coração estava acelerado. “Foi tão atencioso da sua parte dar-me um presente.”
No entanto, internamente, eu estava pensando, vou ver se consigo abri-lo do lado de fora ou talvez com os meus filhos mais longe.
“Abra a caixa. Abra a caixa”, ele disse.
Abri a caixa e lá dentro havia uma fruta adorável, algo famoso daquele país.
“Isso foi muito atencioso da sua parte”, eu disse, agradecendo profundamente. Mas na minha cabeça, eu ainda esperava o pior e me perguntava: Será que ele envenenou a fruta?
O oficial sorriu.
“Espero que você desfrute com a sua família.”
Depois que subimos para o nosso quarto naquela noite, continuei me perguntando o que deveríamos fazer.
“Esta fruta parece maravilhosa! Podemos comê-la agora, papai?”, os meus filhos imploraram. “Vamos comê-la agora!”
Eu orei. Pensei em como Deus havia dito em Marcos 16:18 que se você tomar algum veneno que Deus guardará isso de prejudicar você. Então inclinamos a cabeça, e eu orei por aquela fruta como nunca antes havia orado por frutas. Orei para que, se houvesse algum perigo, se houvesse algo de ruim nela, algo venenoso, que Deus colocasse a Sua mão sobre aquilo e o tirasse.
“Deixe-me experimentar um pouco desta fruta primeiro”, disse após terminar a oração. Comi um pouco daquela fruta deliciosas.
“É bom”, disse aos meus filhos. “Vamos comê-la com alegria.” Comemos e ficamos observando para ver se algum de nós ia ficar doente. Mas não ficamos. No dia seguinte, fomos para o treinamento, e o funcionário do alto escalão estava lá. E novamente, ao começarmos as apresentações, ele tirou o seu caderno de anotações, e ele intensamente fazia anotações. Depois de várias horas, o homem atravessou a sala bem no meio de todos e saiu, e ele se foi pelas próximas horas.
O que ele está fazendo?, pensei. Isso é muito estranho.
Finalmente, no fim do dia, ele voltou. Esperou por mim e pelos meus filhos.
“Eu trouxe para você e para os seus filhos outro presente”, ele me disse.
“O que você trouxe desta vez?”, perguntei.
“Abra!”, ele me disse.
Eu abri e havia outros tipos de frutas.
“Espero que vocês gostem”, ele nos disse.
Havia muitas frutas. Como poderemos comer tanta fruta no pequeno espaço de tempo que teremos aqui neste país?, eu me perguntei. Então o Espírito de Deus me disse: “Convide ele e a esposa para comerem com vocês no seu quarto.” “Deus, isso é seguro?”, perguntei. “Estou convocando você”, o Espírito de Deus me disse. “Convide ele e a esposa a se unirem a você e aos seus filhos no quarto para comerem as frutas.”
“Meu amigo”, eu disse com um sorriso caloroso. “Eu convido você e a esposa para se juntarem a nós a fim de comermos as frutas esta noite.”
“Não, não se preocupe. É só para vocês”, ele me disse.
“Por favor, venha às 19h esta noite”, insisti.
Bem às 19h, em ponto, houve uma batida à porta, e lá estavam o oficial do alto escalão e a esposa. A esposa parecia extremamente nervosa e muito desconfortável. A minha filha Julie havia preparado a mesa. Tudo o que tínhamos eram alguns guardanapos simples e todas as frutas.
“Vamos comer juntos”, eu disse a eles.
Então agradeci a Deus pela gentileza do oficial em nos trazer as frutas e pedi a Deus que as abençoasse. Não consegui ler a expressão no rosto do alto oficial. Nós comemos as frutas e apreciamos.
A esposa traduzia para nós. Quando terminamos de comer, o Espírito de Deus me disse para fazer a este oficial uma pergunta muito importante. Orei mentalmente: “Deus, isso seria uma pergunta perigosa para eu fazer!” Mas então mais forte o Espírito de Deus me disse: “Faça esta pergunta a este oficial.”
Respirando fundo, eu disse:
“Senhor, tenho uma pergunta para você. Percebi que você tem feito muitas anotações e tem ouvido enquanto falo sobre Jesus. Você ouviu nesses dois dias sobre quem Jesus é, como Ele morreu por você e ressuscitou, como Ele preparou um lugar no Céu para você, e como Ele vai voltar logo para levá-lo ao Céu.”
O funcionário ouviu atentamente enquanto a esposa traduzia.
Continuei: “A minha pergunta para você é: ‘Você acredita em Jesus Cristo?’”
A esposa fez uma pausa antes de traduzir. O rosto dela parecia muito branco, e as mãos tremiam. Então ela traduziu a minha pergunta. Eu podia notar que ela não queria fazer aquela pergunta ao marido. Ela nem mesmo olhava nos seus olhos enquanto traduzia cautelosamente. A esposa apertava as mãos nervosamente e pressionava a mandíbula.
Foi um momento muito tenso. O homem olhou para mim, com a testa franzida.
“Essa é uma pergunta muito difícil de responder”, disse ele. “É claro que, na minha posição, não é legal para mim acreditar em Jesus”. Houve uma longa pausa. “No entanto,” ele finalmente continuou: “Tenho estudado bastante a respeito Dele”.
A esposa olhou para ele pelo canto do olho, estava quieta, tremendo. Ele continuou:
“Eu tenho estudado bastante sobre esse Jesus.”
Então ele se inclinou para frente com muita alegria e um grande sorriso no rosto. Ele sussurrou:
“A minha resposta é sim! Eu acredito nesse Jesus Cristo. É uma coisa difícil de acreditar Nele, mas eu acredito.
Com admiração e lágrimas nos olhos, a esposa olhou para o marido. Ela viveu a sua fé perante ele por muitos anos, mas sabia bem que nunca devia falar sobre isso com ele. Ela nunca poderia adivinhar que o marido fosse um crente. Ela sabia que era algo muito perigoso para o marido acreditar. Ela sabia que era algo perigoso falar a respeito de Jesus na sua casa. E agora o marido dela estava admitindo que acreditava em Cristo!
Eu disse ao marido dela o quanto estava feliz por ele acreditar em Jesus Cristo, o Filho de Deus. O rosto da esposa estava inundado de alegria indescritível. O Espírito de Deus então me incitou: “Peça-lhe que ore”.
“Meu amigo”, eu disse. “Você gostaria de orar conosco esta noite?”
Mais uma vez, a esposa apenas ergueu os olhos em choque. Ela olhou para mim e balançou levemente a cabeça. Ela tinha certeza de que ele não orava nem sabia orar. Mas ela traduziu a minha pergunta.
“Sim, gostaria de orar com você”, ele respondeu.
Os meus filhos oraram, a esposa orou e então eu perguntei:
“Senhor, gostaria de orar?”
Ele curvou a cabeça e fez uma oração simples e profunda ao Rei dos Reis e Senhor dos Senhores. Ele reverentemente clamou a Jesus como o seu Senhor e Salvador. Eu mal consegui orar depois de ouvir tal oração daquele oficial. Fiz uma oração de gratidão a admiração ao nosso gracioso Deus que chamou a todos com o Seu amor a conhecer Cristo pessoalmente e eternamente. Quando terminamos, eu lhe disse:
“Meu amigo, seria um prazer algum dia ir à sua casa e orar com você na sua casa.”
Ele ouviu atentamente.
“Você tem amigos no alto escalão do governo?”, eu perguntei.
“Sim, muitos”, ele respondeu “Eles conhecem Jesus?”, perguntei.
“Ah, não, eles não conhecem a Jesus.” Ele respondeu com naturalidade.
“Como estão suas famílias?”, perguntei. O oficial apertou os lábios e depois respondeu tristemente:
“Muitos problemas, casamentos conturbados, pouco relacionamento com os filhos, muitos, muitos problemas.”
“Meu amigo, se o Espírito de Deus alguma vez impressionar você e a sua esposa a convidar esses amigos para a sua casa, convide-me. Eu adoraria fazer um seminário para as famílias de oficiais do seu governo. Por favor, ore a respeito de como organizar tal reunião na sua casa. Vamos procurar uma oportunidade de compartilhar como Jesus traz amor e paz para cada casamento, bem como amor e cura para todas as famílias.”
“Isso, meu amigo, seria uma tarefa muito difícil e muito perigoso para fazer na minha casa ou em qualquer lugar com esses oficiais”, ele me disse. Fez uma pausa e prometeu sinceramente: “Mas vou orar por essa oportunidade.”
“Oraremos por essa oportunidade”, disse a esposa.
O rosto dela estava brilhando como uma vela na mais escura das noites. Jason, Julie e eu consentimos:
“Nós também vamos orar por isso!”
Capítulo 12
REÚNA O MEU POVO
“Se o Meu povo, que se chama pelo Meu nome, se humilhar e orar, buscar a Minha face e se afastar dos seus maus caminhos, dos Céus o ouvirei, perdoarei o seu pecado e curarei a sua terra.” 2 Crônicas 7:14
Não muito tempo atrás, uma pequena escola cristã nos Estados Unidos solicitou para que eu fosse até lá e fizesse um chamado a um reavivamento.
Era uma escola rural que tinha um chamado definido de enviar os seus estudantes empenhados em fazer a diferença no mundo, por Cristo. No entanto, eles precisavam de reavivamento. Precisavam ser lembrados do seu primeiro amor, que é Jesus.
A minha esposa, April, e eu encontramos pessoas tão preciosas naquele lugar! O corpo docente e a equipe eram dedicados e trabalhadores. Havia também alunos vindos de todos os lugares do mundo para obter uma boa educação cristã e aprender a respeito do seu Salvador, Jesus Cristo.
Dia após dia, durante quase uma semana, chamamos os alunos, funcionários e professores daquela instituição para um reavivamento com Jesus. Em resposta, vimos muitos funcionários e estudantes abrindo a Palavra de Deus com entusiasmo e um desejo ardente por mais Dele. Entretanto, havia outros que ainda eram bastante reservados. Nós não sabíamos o que Deus estava fazendo no coração deles, mas orávamos para que a Sua Palavra cumprisse o Seu santo propósito.
A cada dia discipulávamos os alunos para Jesus, respondendo às suas perguntas, ensinando-os a andar e falar com Jesus e a confiar Nele. Também lhes ensinamos como compartilhar Jesus com o poder do Espírito Santo.
Finalmente, a semana estava terminando e chegara o último dia. Depois da minha última mensagem naquele dia, a liderança me disse que queria encerrar a semana de reavivamento com uma noite especial com todos os professores, funcionários e alunos. Eles queriam que eu compartilhasse histórias de todos os lugares do mundo a respeito da grandeza de Deus.
Todo mundo ama ouvir histórias, e eu amo contar histórias, especialmente sobre o Deus que vive ainda hoje. Então, ao se aproximar a minha última noite naquele lugar, decidi torná-la um evento especial de histórias e testemunhos.
Naquela noite de sábado, eles fizeram uma grande fogueira atrás da escola. Os alunos se reuniram. Eu notei que a maioria dos professores e funcionários não estava presente, embora alguns tivessem vindo.
As chamas dançavam ao redor do fogo e saltavam para o céu. Embora não houvesse estrelas, o céu estava nublado por causa de uma tempestade à tarde, a noite ainda assim estava linda e desfrutamos cantando canções de louvor a Deus. Então o líder de adoração me disse:
“Depois dessa música, você é o próximo! Mal podemos esperar para ouvir ótimos histórias esta noite!
“Maravilhoso”, respondi com um sorriso.
Mas então enquanto eu estava orando a respeito de qual história compartilhar, Deus me parou no meio do caminho: “Você não deve contar uma história para eles esta noite, Don! Em vez disso, você deve fazer esta pergunta a eles.” E Ele me deu uma pergunta muito direta e específica.
“Deus, você quer que eu faça essa pergunta a esses alunos e funcionários?”
Eu orei mentalmente enquanto pensava no que Ele estava me pedindo para fazer: “Isso é tão inesperado! Isso vai estragar a noite. Todo mundo teve uma ótima semana. Como o Senhor pode me pedir para fazer essa pergunta?”
Fiquei desconfortável com o pensamento. Mas a convicção do Espírito Santo se tornou mais e mais forte. Finalmente, a última música terminou, e todos os olhos dos alunos estavam voltados para mim com grande expectativa. Eles estavam prontos para uma experiência inspiradora, uma história milagrosa sobre a grandeza de Deus.
“Esta noite”, comecei, “o Espírito de Deus está impressionando-me que em vez de contar as histórias, Ele quer que eu lhes faça uma pergunta específica.”
Do meio da multidão de estudantes, pude ouvir muitos suspiros de decepção, mas continuei com ousadia:
“A pergunta é: ‘Há necessidade de perdão neste lugar?’”, perguntei.
Todos ficaram totalmente em silêncio, um silêncio mortal. Como se eu tivesse dito algo chocante, que ninguém esperava.
“Vocês ouviram a minha pergunta?”, perguntei. “A minha pergunta é, há necessidade de perdão neste lugar?”
Ninguém disse uma palavra. Ninguém se mexeu. Os poucos professores e a equipe presente olharam para a grama, não dispostos a olhar nos meus olhos. Os alunos olharam para os professores e viram que eles não estavam respondendo. Os alunos também estavam inquietos e olhando para todos os lados, menos para mim.
Finalmente, uma menina tímida levantou a mão.
“Há uma grande necessidade de perdão neste lugar”, ela simplesmente disse. “Ah, como precisamos que Deus nos ajude a perdoar um ao outro.” Ninguém mais disse uma palavra. Ninguém respondeu, exceto aquela garotinha que ousou ser honesta.
Fiz uma oração aos Céus: “Deus, o que devo fazer a seguir?” Instantaneamente, ouvi o Espírito Santo dizendo-me o que fazer.
“Professores, funcionários e alunos, estão vendo aquele pequeno espaço ali do outro lado da grama molhada? Eu sei que o chão ainda está muito molhado por causa da chuva, mas vou sair do aconchego desse fogo. Eu vou me ajoelhar lá naquela grama molhada e orar. Eu vou orar para que quem precisar da ajuda de Deus, para perdoar alguém neste lugar, venham e juntem-se a mim em oração.”
Virei-me e deixei a fogueira, fui até o pequeno lugar que eu havia apontado e me ajoelhei na grama molhado para orar. Nada aconteceu. Ninguém se mexeu. Ninguém queria sair daquela linda fogueira quentinha e vir e se ajoelhar comigo na grama molhada. Ninguém se moveu nem um centímetro. E assim, continuei orando e esperando. Podia notar que eles estavam todos me observando. Eu me senti um idiota.
“Deus, por que você me pediu para fazer uma coisa dessas?”, perguntei em oração. “Esta não é a maneira de encerrar este reavivamento. Ninguém está respondendo. Eles não devem ver isso como uma necessidade. Por favor nos ajude!”
Continuei orando e esperando, esperando e orando. Depois de muito tempo, uma garotinha veio e se ajoelhou ao meu lado na grama alta e molhada. E então veio um menino, e outra menina e então um menino e uma menina. Logo eu estava cercado por estudantes. Muitos dos estudantes, talvez a maioria deles, deixaram o calor e o conforto daquele fogo foram se ajoelhar ao meu lado com apelos sinceros ao Deus do Céu para dar-lhes o poder de perdoar. Finalmente, levantei-me.
“Agora, meus amigos”, comecei. “Agora é o momento para acertar as coisas um com o outro. Se o Espírito de Deus está chamando você para acertar as coisas com outra pessoa, por favor, levante-se e vá ter essa conversa com essa pessoa. Talvez alguém precise do seu abraço. Talvez alguém precise das suas orações. Talvez você precise pedir a alguém para perdoá-lo, ou você precisa dar a alguém o seu perdão. Agora é a hora que Deus nos deu para consertar as coisas.”
Com esse simples convite, o grupo se levantou e começaram a interagir, tendo muitas conversas preciosas. Alguns estavam chorando, outros estavam se abraçando com força, outros estavam tendo conversas mais calmas e serenas. Mas o Espírito de Deus estava se movendo poderosamente.
Quando todos os erros foram confessados e as afáveis conversas acabaram, não havia mais tempo para história naquela noite. Mas Deus fez um trabalho incrível, começando pela pergunta que Ele me deu para perguntar, e eu poderia dizer que havia grande paz entre os presentes.
“Ah, que alegria foi conhecer vocês”, eu disse aos funcionários e alunos. “Deus os abençoe e guarde e lembrem-se de que Deus está vivo.”
Então me despedi e voltei para o quarto onde April e eu estávamos hospedados. Nós decidimos sair cedo pela manhã porque tínhamos uma longa viagem de volta para casa e tínhamos muito o que fazer. Aquela noite, fui dormir orando, como sempre, para que Deus me acordasse quando Ele quisesse me acordar para passar um tempo com Ele.
Na manhã seguinte, Deus me acordou cedo. Tive um tempo precioso com Ele na Palavra e em oração. Então me preparei para sair correndo porta afora para pegar uma pequena caixa com o café da manhã do refeitório, que April e eu poderíamos levar para a nossa longa viagem para casa. Quando eu estava colocando os meus sapatos e me preparando para sair, aquela voz, suave voz do Espírito Santo mais uma vez me parou. “Don, você não está esquecendo de alguma coisa?” “O que, Senhor?”, perguntei.
“Todas as manhãs, você sempre Me pergunta o que está no Meu coração, o que está na Minha agenda para este dia. Você não me perguntou ainda”, Ele me disse.
Naquele momento, eu me ajoelhei enquanto levantava as minhas mãos para Deus. “Sinto muito, Deus”, eu orei. “Sei que o reavivamento acabou e sei que temos uma longa viagem até chegar em casa, mas há alguma coisa mais no Seu coração para este dia e para este campus antes que eu parta?”
“Reúna o Meu povo”, aquela voz mansa e delicada de Deus me instruiu. “Reúna todos os alunos, reúna o corpo docente, a equipe, todos neste lugar. Reúna-os na capelinha e chame os alunos para ser Elias.” Eu olhei para o relógio. Era madrugada de domingo.
Era a única manhã da semana que os alunos, funcionários e professores podiam dormir mais um pouquinho. “Deus, hoje é domingo de manhã”, eu O lembrei. “Ninguém quer acordar cedo numa manhã de domingo e ter uma reunião.” Mas o Espírito de Deus continuou falando ao meu coração. “Ligue para o diretor da escola agora mesmo e peça que ele reúna o meu povo.”
Depois de discutir um pouco mais com Deus, cedi. Eu me rendi e liguei para o diretor da escola.
“Bom dia, senhor,” eu disse alegremente quando ele atendeu ao telefone. Tenho certeza de que ele não estava acostumado a receber ligações tão cedo, a menos que houvesse uma emergência. Então ele, provavelmente, estivesse se perguntando quem no mundo estava ligando para ele tão cedo pela manhã. Rapidamente compartilhei com ele o que Deus havia colocado no meu coração.
“Estava em oração esta manhã e Deus me deu um grande desafio. Ele disse: ‘Reúna o Meu povo’. Então continuei: “Bom amigo, você poderia, por favor, reunir todos os professores e funcionários e os alunos a fim de me encontrar na capela o mais breve possível?”
Houve um longo silêncio do outro lado do telefone. Demasiado longo. E então ele disse calmamente: “É muito cedo ainda.” Houve outra longa pausa. Então ele disse: “Mas vou ligar para todo mundo.”
Um tempo se passou e continuei a orar. Então ele me ligou de volta. Ainda era de manhã cedo. “Encontraremos você na capela em 15 minutos, e estaremos todos lá”, ele me disse.
Como havia dito, 15 minutos depois na capela vieram estudantes esfregando os olhos sonolentos. Na capela, estavam professores e funcionários. Ninguém sorriu para mim. Ninguém acenou. Ninguém disse bom dia, e ninguém parecia feliz. Ainda era muito cedo naquela manhã de domingo manhã.
De qualquer forma, eu os cumprimentei com um sorriso e disse:
“Deus deu me uma mensagem para compartilhar com vocês esta manhã, mas eu acho melhor orarmos antes de eu compartilhá-la.”
Todos nós ficamos de joelhos naquela capela e oramos para que o Espírito de Deus abençoasse. Eu abri a Palavra de Deus na história de Elias em 1 Reis 17. Contei então brevemente a história de Elias, como ele chamou o povo ao arrependimento, para abandonar os falsos deuses e ídolos, e tomar uma posição ao lado do único Deus verdadeiro. Então perguntei:
“Quem entre vocês, estudantes, será um Elias? O Espírito Santo me desafiou a chamá-los para esta capela, professores, funcionários e alunos e perguntar a vocês, alunos: Quem será um Elias?”
Deus estava pedindo-lhes que tomassem uma posição decidida por Jesus Cristo naquele lugar. E Ele me pediu para fazer este apelo:
“Mesmo que você seja o único que esteja disposto a ser um Elias, mesmo que todos os outros da sua turma ou todos os outros no seu trabalho estejam indo para o caminho errado e que você seja a única voz de Cristo, quem estaria disposto a se levantar hoje e ser um Elias?”
Ninguém se mexeu. Contudo, finalmente uma jovem estudante tomou a sua decisão, e depois outro e depois outro até que quase todo o corpo discente ficou em pé. Fiquei convencido no meu coração de que aquele instante era o momento de Deus levantar Elias naquele lugar.
“Se alguém de vocês estiver impressionado de que precisa do Espírito de Deus para ajudá-lo a ser um líder para Cristo neste lugar, por favor, siga-me até o meio desta capela. E vou pedir ao corpo docente e a equipe para cercá-los, colocar as mãos nos seus ombros e orar por você.”
Os alunos me seguiram e ajoelharam. Então me dirigi ao corpo docente e à equipe:
“Quem vai vir e orar para que esses estudantes sejam líderes para Cristo?”, perguntei. O corpo docente e a equipe moviam-se lentamente, muito devagar. Mas um por um eles avançaram e colocaram as mãos nos ombros dos alunos que já estavam ajoelhados.
Enquanto eu estava orando durante toda a semana para que o Espírito Santo fosse derramado naquele lugar, não percebi o quanto o Espírito Santo estava ansioso por fazer uma grande e poderosa obra, mais poderosa do que eu poderia ter imaginado. Pensei que o reavivamento havia terminado na noite anterior, mas havia apenas começado.
“Vamos inclinar a cabeça e orar”, disse a todos. Então acenei para os adultos que cercavam os estudantes. A primeira professora colocou as mãos no ombro de uma jovem estudante à sua frente e começou a orar.
“Oh, Deus, eu oro para que esta garota se torne uma poderosa Elias nesta instituição, uma garota que será destemida e fiel diante do Teu trono.”
Entretanto, a mulher fez uma pausa. A pausa foi muito longa e incômoda. Então, com lágrimas escorrendo pela face, ela começou a soluçar e chorar diante de Deus.
“Mas Deus”, ela finalmente continuou: “Como posso orar para que esta menina seja um Elias para Ti quando eu mesma não estou vivendo como um Elias para Ti? Estou Te pedindo, Deus, para fazê-la resistir fielmente diante do Teu trono, mas não estou tomando fielmente a decisão por Ti. Oh, Deus, me perdoa e me ajuda a ser um Elias também.”
Então ouvi a voz de outro membro do corpo docente. Esse membro do corpo docente também orou por um aluno.
“Oh, Deus, abençoe este jovem, este jovem estudante em cujos ombros coloco as mãos. Abençoe este aluno a ser fiel a Ti, a ser leal a Ti. Ele é um dos Teus discípulos. Faça dele um Elias, Senhor.”
Mas então houve outra longa pausa e esse membro da equipe também começou a chorar.
“Deus perdoa me”, orou o funcionário, tentando abafar as lágrimas. “Perdoa-me porque não tenho tratado este aluno com bondade e respeito, nem tenho tratado o restante dos alunos com o Teu amor.”
Um por um, os professores e funcionários oraram pelos alunos, muitas vezes com lágrimas misturadas com confissões públicas. Finalmente, houve uma pausa no recinto.
“O Espírito de Deus está neste lugar”, eu disse. “Ele está fazendo uma obra em nós que não podemos fazer por nós mesmos. Deixe que Ele o guie agora, a qualquer pessoa nesta sala que você prejudicou ou quem prejudicou você.”
Mal terminei o apelo, e toda a capela ganhou vida quando estudantes e professores começaram a fazer as pazes uns com os outros. Jovens e idosos se humilharam um para o outro a fim de perdoar e ser perdoados.
Eu, silenciosamente, saí. Aquela era a obra de Deus, não a minha. O Espírito Santo estava se movendo, e a obra que Ele começou, Ele terminaria.
Ah, meu amigo, é isso que Jesus deseja quando Ele reúne o Seu povo em todos os lugares. Ele quer que coloquemos de lado tudo o que nos afasta um do outro, e o mais importante, Dele. Deus nos chama primeiro a acertar as coisas com Ele e uns com os outros e então nos liberta para nos levantarmos para ser um Elias nestes últimos dias.
Capítulo 13
A ESCOLA ESCONDIDA
“Eu lhes asseguro que, a não ser que vocês se convertam e se tornem como crianças, jamais entrarão no reino dos Céus. Portanto, quem se faz humilde como esta criança, este é o maior no reino dos Céus.” (Mateus 18:3, 4)
Mais uma vez, eu estava em um país fechado ao evangelho, quando um homem veio até mim, um professor, e me perguntou:
“Você gostaria de conhecer a nossa escola?
“Pensei que não houvesse escolas cristãs neste país”, respondi.
“Não há. Escolas cristãs não estão autorizadas a funcionar. Isso é verdade”, ele me disse. E então calmamente, ele sussurrou novamente: “Mas você gostaria de visitar a minha escola?”
“Sim, eu disse. “Eu gostaria de visitar a escola. Mas onde é?”
“Ah, não posso lhe contar. Mas, se você vier no carro comigo amanhã, vou levá-lo até a minha escola”, ele prometeu.
No dia seguinte, entrei no carro do professor e fomos até o coração da cidade. Ele sussurrou para mim:
“Estamos chegando perto.”
A cidade ficou mais escura, sombria e esfumaçada ao chegarmos à parte industrial da cidade. Ele parou o carro em um pequeno estacionamento cercado por altos edifícios industriais com vidraças muito sujas.
“Saia do carro”, ele me disse.
Eu saí. Não havia uma viva alma que eu pudesse ver naquele estacionamento. Ao nosso redor havia edifícios altos, grandes. A qualidade do ar era terrível. Havia muita fumaça no ar saindo das chaminés, e eu não conseguia enxergar através de nenhuma janela. Enquanto eu estava lá olhando em volta, ele me disse:
“Você está parado no mesmo lugar por um tempo muito tempo longo! Siga-me até a escola.”
“Onde é a escola?”, perguntei.
“Siga-me”, ele respondeu. “Se você olhar de perto, você vai ver algumas pessoas espiando pelas janelas dos edifícios industriais ao nosso redor. Elas estão limpando as janelas para ver quem está do lado de fora. Você não se parece com eles, então é melhor você entrar na nossa escola rapidamente.”
Eu o segui até um prédio sem descrição definida. Certamente, não haveria uma placa dizendo que aquela era uma escola cristã. Passamos pela porta e fechamos a porta atrás de nós. Olhei para cima da escada e vi muitos rostos juvenis, rostos de adolescentes e de alguns adultos. Eles estavam me olhando com muita curiosidade e entusiasmo.
“Quem é você?”, os alunos perguntaram por intermédio do professor, que também era o tradutor. Eu me apresentei. E o professor então perguntou:
“Você gostaria de ver os quartos?”
“Ah, sim, ficaria muito feliz em ver os quartos”, eu disse.
Então o professor e os alunos me guiaram orgulhosamente por um corredor. Lembro-me do convite do primeiro jovem.
“Venha, entre no meu quarto. Veja o meu quarto”, o jovem aluno convidou-me. Lá, orgulhosamente me mostrou uma pequena cama com um cobertor fino e sem travesseiro. Havia algumas coisas pessoais ao lado da sua cama. As paredes estavam vazias – sem quadros e sem janelas. O piso só no concreto. Não havia tapetes, e nada que fizesse aquele quarto parecer, mesmo que remotamente, um lar.
“Estou tão feliz por você ter vindo visitar o meu quarto”, o jovem estudante me disse por intermédio do professor. Então o professor me disse:
“Ele gostaria que você fizesse uma oração abençoando esse aluno e o quarto dele.
Parei e orei pelas bênçãos de Deus sobre aquele jovem e o seu quarto. Então várias meninas disseram:
“Por favor, venha ver o nosso quarto.”
O professor me levou até o quarto das meninas. Elas também me mostraram com orgulho o cantinho delas. Lá, havia um beliche e várias camas pequenas cobertas com um cobertor fino sem travesseiros. Elas tinham apenas alguns itens pessoais e uma caixinha ao pé da cama de cada uma.
Não havia nada no concreto, nas paredes escuras e no chão. Mais uma vez, as meninas disseram com alegria:
“Obrigada por vir e nos visitar. Você poderia orar a Deus pedindo que nos abençoe e abençoe o nosso quarto também?”
Então orei, quarto por quarto. Fiquei maravilhado com a alegria dos alunos. Fiquei surpreso ao perceber o quanto estavam orgulhosos com aquelas condições de vida tão difíceis.
Será que eu gostaria de morar naquele lugar por um dia ou mesmo uma noite?, eu me perguntei. Mas, apesar da miséria do ambiente, havia uma luz especial sobre o lugar, uma alegria rara de se ver. Então um aluno me perguntou:
“Você gostaria de ver onde são as nossas aulas?
“Oh, sim! Eu quero”, respondi.
Então subimos muitos lances de escadas para um dos andares superiores. E lá conheci todos os alunos.
“Você gostaria de ouvir mais sobre os alunos antes de começar a ensinar?”, o professor me perguntou.
“Ah, vou ensinar?”, perguntei.
“Sim, queremos que você ensine os alunos a ser discípulos de Jesus e fazedores de discípulos.”
“Bem, então sim, eu adoraria conversar com os alunos primeiro”, respondi.
Com um tradutor ao meu lado, comecei a entrevistar os alunos. O primeiro aluno era um adolescente, e ele me disse que viera de uma família muito rica. Então me disse que havia deixado tudo para estudar naquela escola.
“Eu estou muito feliz por Deus ter me trazido até aqui”, disse ele com alegria.
“Por que você está aqui?”, perguntei a ele.
“Bem, você pode estar se perguntando, depois de ter visto o meu quarto, por que deixei uma linda e confortável casa? É como se fosse um palácio comparado com isso, mas estou aqui porque Deus me trouxe até este lugar. Quero ser um missionário para Deus. Quero ajudar todas as pessoas do meu país a encontrar Jesus. Então vou passar vários anos aqui e aprender tudo o que puder a respeito de como andar com Jesus e como falar com Ele, como entender a Palavra escrita de Deus e como compartilhar Jesus Cristo com poder.”
Eu fiquei maravilhado! Comecei então a conversar com o próximo aluno, uma adolescente. Ela também compartilhou que havia deixado a sua casa, os pais, o irmão, a escola e os amigos. Ela me explicou como havia sido prazeroso sacrificar tudo para que ela também pudesse ser usada por Deus para ajudar a sua nação inteira a encontrar Jesus.
Então andei pelo círculo ouvindo testemunho após testemunho. Alguns alunos eram juvenis; alguns tinham vinte e poucos anos. Mas, repetidamente, as histórias eram semelhantes. A maioria deles viera de famílias abastadas, alguns de famílias pobres. Mas todos eles eram jovens, chamados a sacrificar tudo, a renunciar a tudo por Jesus.
Eles estavam se preparando para uma vida de serviço em um país no qual era ilegal fazer discípulos para Jesus. Fiquei surpreso e maravilhado com o que Deus estava fazendo.
Reservei um tempo para ensinar àqueles alunos o que a Palavra de Deus define como discípulo de Jesus. Também os ensinei alguns princípios básicos de como ser um discipulador para Jesus. O nosso tempo juntos estava terminando.
“Você gostaria de jantar conosco antes de ir?”, os alunos imploraram. "Você vai vir?”
Com grande entusiasmo, eles me levaram para baixo, para o primeiro andar onde ficava a cozinha. Eu podia sentir o cheiro bom de comida cozinhando no fogo.
“Você vai sentar conosco? Você vai comer conosco?”, eles me perguntaram.
Como eu poderia dizer não?
“Com certeza”, eu disse. “Eu vou comer com vocês.”
Então nos sentamos, e eles nos trouxeram tigelas de aço cheias de sopa, composta principalmente de água com alguns pedaços de vegetais flutuando no topo, acompanhados por um pequeno pedaço de pão para cada pessoa. A escola era, obviamente, muito pobre e com poucos recursos.
“Você poderia orar pela comida?”, eles perguntaram com muito entusiasmo. Então abençoei a comida. E orei para que Deus nutrisse nossos corpos com a sopa. Depois comemos a sopa com muita alegria.
Eles conversavam como se estivessem comendo em um ótimo restaurante. Serviam uns aos outros com alegria. Então me perguntaram:
“Você gostaria de mais da nossa sopa?”
Eu não queria mais, pois sabia que estaria tirando deles. Mas eles insistiram tanto e tão alegremente vários deles se levantaram e correram até a cozinha e me trouxeram, com muito cuidado, outra tigela cheia de sopa.
Conversamos e compartilhamos muito juntos. Eles compartilharam a vida deles comigo, e nos tornamos amigos. Eles riram, fizeram perguntas para mim e me disseram o quanto amavam Jesus. Foi uma experiência tão preciosa! Então finalmente chegou a hora de ir.
Quando me despedi dos alunos, todos acenaram. Eu saí pela porta e me virei para trás a fim de ver todos o rostinho daqueles jovens pressionados contra as vidraças sujas, olhando para a poluição e a fumaça. Podia ver a alegria do Senhor no rosto deles.
Aqueles preciosos jovens poderiam ser pobres em bens materiais, mas, na verdade, eram muito ricos, mais ricos do que muitos jovens que vivem hoje. Por quê? Porque eles conheciam a Jesus, o Seu propósito e o Seu chamado. Eles estavam em uma escola escondida, chamada por Deus, e o chamado deles era sagrado.
Capítulo 14
MAS EU ACABEI DE CHEGAR EM CASA!
“Então ouvi a voz do SENHOR, conclamando: ‘Quem enviarei? Quem irá por nós?’ E eu respondi: ‘Eis-me aqui. Envia-me!’” (Isaías 6:8)
Eu amo as minhas aventuras de viagem com Jesus por todo o globo, mas o meu lugar favorito em todo o mundo é com a minha esposa e a minha família. Fico sempre muito feliz em retornar para casa.
Eu tinha acabado de voltar de outra longa viagem de uma parte difícil do mundo onde a liberdade religiosa está morrendo rapidamente dia após dia. Deus havia me abençoado para pregar e ensinar a Palavra livremente pelo poder do Espírito Santo. Como resultado, o meu coração estava cheio de gratidão.
No entanto, quando cheguei em casa da viagem, a minha querida esposa me perguntou, como sempre faz:
“Então, por quanto tempo você vai ficar em casa desta vez?
“Acho que estarei em casa por cerca de um mês até a minha próxima viagem missionária”, eu disse a ela.
“Ah, que bom!”, ela me disse com alegria.
Também fiquei feliz e a abracei enquanto nos regozijávamos do tempo que teríamos juntos em família. Naquela noite, antes de dormir, orei, como sempre faço, pedindo a Deus: “Acorda-me, Senhor, quando o Senhor precisar me acordar!
Eu estava exausto e rapidamente adormeci profundamente. Pouco depois da meia-noite, fui acordado pela voz do Senhor à minha mente e ao meu coração. Ele me chamou pelo nome. Eu rapidamente coloquei as minhas roupas de inverno e sai para o ar frio da montanha. O céu estava estrelado e estava lindo. “Deus, o que está no Seu coração?”, perguntei enquanto olhava para o céu. Eu não ouvi nada. Estava tão cansado de ter acabado de voltar da minha longa viagem ao exterior, mas orei novamente.
“Deus, eu sei que o Senhor me chamou, o que está no Seu coração?” Mesmo assim, não ouvi nada. Então orei e esperei.
“Deus, sonda o meu coração e tira qualquer coisa que não seja agradável a Ti”, implorei. “Por favor, fala comigo, mas, primeiro, limpa o meu coração.” Mesmo assim, não ouvi nada. Depois de algum tempo, tive paz no meu coração de que não havia nenhum empecilho entre mim e Deus.
Novamente orei. “Deus, o que está no Seu coração?” Então a voz mansa e delicada de Deus me disse: “Vá para Apocalipse 12”.
Ele me levou a começar a ler no versículo 10. Comecei a ler. Então ouvi uma forte voz do céu que dizia: “Agora veio a salvação, o poder e o Reino do nosso Deus, e a autoridade do seu Cristo, pois foi lançado fora o acusador dos nossos irmãos, que os acusa diante do nosso Deus, dia e noite. Eles o venceram pelo sangue do Cordeiro e pela palavra do testemunho que deram; diante da morte, não amaram a própria vida. Portanto, celebrem, ó Céus, e os que neles habitam! Mas, ai da terra e do mar, pois o diabo desceu até vocês! Ele está cheio de fúria, pois sabe que lhe resta pouco tempo” (Apocalipse 12:10-12).
“Amém, Senhor Jesus”, orei. “Este é um poderoso texto bíblico. Percebo que aqui diz que Tu, Jesus, tens toda a autoridade.”
Então a voz mansa e delicada de Jesus respondeu: “Você se rende totalmente à Minha autoridade?”
“Sim, Senhor. Sim, eu me rendo!”, respondi. “Você faria qualquer coisa que desse glória a Cristo?”
“Sim, farei, pela Sua graça”, respondi novamente. “Então, o que está no Seu coração?”
“Estou voltando em breve!”, Ele me disse. “Volte rapidamente. Assim que puder, compre a passagem. Por favor, retorne ao mesmo país de onde você acaba de chegar. Tenho outra tarefa para você lá.”
“Senhor Jesus”, questionei. “Acabei de sair daquele país. É verdade que o meu visto me permitiria voltar, mas isso causaria grandes suspeitas, ainda mais voltar para aquele país difícil tão cedo. As autoridades perguntarão: ‘Por que você voltou tão breve? Você esteve aqui há pouco.’ Isso não faz sentido, Deus.”
Mas a convicção era mais forte. “Volte para tal e tal lugares, para tal e tal escola. Há uma escola cristã lá, e você precisa chamar as pessoas para um reavivamento.”
“Mas Deus. Mas Deus...” E comecei a dar-Lhe todo tipo de desculpas do porquê não poderia viajar de volta, tão breve. Então aquela voz mansa e delicada perguntou:
“Você está sob a autoridade de Jesus?”
“Sim, Senhor, estou”, respondi.
“Então vá!”
Na manhã seguinte, quando a minha esposa acordou, ela veio e me deu um grande abraço e um beijo enquanto ela dizia com um sorriso:
“Estou tão feliz que você ficará em casa por um tempo.”
“Estou feliz por estar em casa também”, eu lhe disse enquanto a segurava firmemente. Houve uma longa pausa. “Mas há algo sobre o qual precisamos conversar.”
“O que você quer dizer?”, ela perguntou.
“Ontem à noite Deus me acordou e me chamou sob as estrelas…”
Comecei a contar a April a história do que havia acontecido.
“E então”, concluí, “Deus está me chamando para voltar para o mesmo país de onde acabei de chegar, assim que conseguir uma passagem e fazer os preparativos.”
“Ah!”, ela disse um pouco triste. “Eu estava ansiando por ter você em casa este mês.”
“Eu também estava ansiando por isso!”, disse a ela. Nós nos abraçamos por um tempo. Então nos ajoelhamos e ambos entregamos o que queríamos à vontade de Deus. Quando nos levantamos, estávamos unidos como casal.
Mais uma vez fiz planos, comprei as passagens e, apenas alguns dias depois, consegui voar de volta, através do oceano, para o país do qual eu tinha acabou de chegar.
Cheguei ao campus da escola que Deus tinha me dito para visitar, e o diretor daquele campus veio até mim e me disse com alegria:
“Tenho clamado a Deus em particular, pedindo-Lhe para trazer um reavivamento para este campus. Mas eu não sei como clamar por reavivamento. Tenho implorado a Deus: Tu poderias, por favor, enviar alguém que chame este campus a um reavivamento agora?”
O diretor e eu comparamos anotações e descobrimos que o momento da oração dele a Deus por reavivamento e o tempo do chamado de Deus para mim, pedindo-me para vir foram muito próximos. Deus não é incrível?
“Deus me chamou a este campus para clamar pelo reavivamento”, eu disse a ele.
“Então, vamos começar!”
Como as reuniões começaram imediatamente, não houve tempo de divulgá-las. A notícia se espalhou de boca a boca em todo o campus e por toda a comunidade.
Todas as noites, eu chamava as pessoas para um reavivamento; a Palavra de Deus foi pregada, e o Espírito de Deus foi chamando as pessoas à convicção e ao arrependimento. Mas à medida que Deus se movia, percebemos que também havia barreiras ao evangelho. Estávamos cercados por uma comunidade que tinha muita resistência ao evangelho.
“Precisamos orar mais!”, eu disse ao povo. “Quando existirá outro momento em que poderemos orar e estar na Palavra?”
As pessoas estavam famintas por mais, porém eles também trabalhavam muito. O único outro horário que teríamos para nos encontrar e orar era às 6h da manhã. Então nos encontrávamos todas as manhãs às 6h, orando e clamando a Deus para fazer uma obra poderosa. Todas as manhãs nós orávamos por reavivamento e todas as noites chamávamos todos ao reavivamento.
Certo dia, uma professora cristã da comunidade me perguntou:
“Você gostaria vir à minha escola pública?”
“O que eu faria lá?”, perguntei.
“Bem, quero que você conheça os professores e alunos. Quero Jesus na minha escola pública.”
“Isso é permitido?”, perguntei.
Ela me deu um sorriso estranho.
“É absolutamente proibido”, ela me disse.
“O nome de Jesus nunca pode ser pronunciado em uma escola pública aqui, e nenhuma história nem texto bíblico poder ser compartilhado.”
“Não tenho ideia de como fazer isso, mas vou orar por isso,” eu disse a ela.
Na manhã seguinte, eu a vi novamente, e lhe disse:
“Eu orei, e Deus me impressionou a ir. No entanto, eu queria perguntar, você pelo menos pediu permissão ao seu diretor para eu ir?”, questionei.
“Ah, não, eu não perguntei à diretora. A diretora da escola não está lá agora. Ela está ausente em reuniões. Mas por favor venha!”, ela me implorou.
“Tem mais uma coisa”, ela confidenciou, “que eu preciso lhe contar. Há um padre que vai à nossa escola, e ele é totalmente contra qualquer um que venha que seja um cristão que crê na Bíblia. Portanto, se ele encontrar você, ficará muito bravo e vai querer denunciá-lo às autoridades.”
“Obrigado pela informação”, eu disse a ela. “Mas Deus me disse para ir, então vamos.
Ela encontrou alguém para ser o meu tradutor, e nós oramos fervorosamente juntos para que Deus se movesse e trabalhasse de uma maneira poderosa.
Quando cheguei à escola pública, entramos pela porta da frente. “A diretora já voltou?”, perguntei.
“Não”, ela sussurrou, “mas não sei quando ela estará de volta. Ela é uma mulher muito autoritária, uma líder muito poderosa, e, provavelmente, ficará muito chateada quando souber que convidei você.
“OK, vamos entrar e fazer uma lição rápida com os alunos”, respondi. Eu pretendia ficar ali por pouco tempo.
“Apenas lembre-se do que eu lhe disse”, ela me lembrou.
“As regras: nunca mencione Jesus ou a Bíblia de forma alguma.”
“Sim, senhora!”, respondi.
Subimos ao último andar daquela escola pública, e a professora reuniu todos os alunos que ela conseguiu reunir e todos os professores que em uma sala. Eu orei silenciosamente. “Deus, deixa-me ser uma influência para o Senhor sem mencionar o Teu nome.”
Comecei a contar histórias aos alunos de como podemos fazer a diferença neste mundo e como fomos feitos para ser gentis, verdadeiros e respeitosos. Ao dizer as histórias, os professores ficaram muito felizes.
Depois que terminei a palestra, a professora cristã me levou para conhecer cada professor em sua sala de aula. Eu estava com pressa, tentando sair da escola antes que a diretora voltasse.
Entretanto, a professora cristã demorou. Ela queria que eu construísse conexões, então ela me levou de sala em sala. Finalmente, ela me contou que ela tinha uma última coisa que queria me mostrar. Era o excelente ginásio da escola.
Enquanto estávamos lá embaixo no ginásio, ela me mostrou todo o equipamento. Porém, quando ela estava me mostrando o lindo ginásio, de repente, as grandes portas do ginásio se abriram, e a diretora entrou.
“Estamos com problemas agora”, disse baixinho a professora cristã.
A diretora olhou para mim, os olhos dela se arregalaram. Ela obviamente não me reconheceu. Eu não estava em sua lista de convidados aprovados para a sua escola. Como um comandante militar, ela marchou pelo ginásio até mim e falou diretamente no seu idioma para a professora cristã, questionando-a sobre quem eu era. Então ela olhou para mim.
“Siga-me!”, disse no idioma dela. Ela não estava sorrindo. Eu a segui.
“Venha ao meu escritório”, ela disse enquanto abria a porta do escritório. Ela entrou no escritório e depois disse:
“Com licença por um momento”.
Oh não!, pensei, enquanto a diretora saía. Ela vai chamar as autoridades para mim. Porém, ela voltou carregando algo. Não ousei olhar para o que estava nas suas mãos. Apenas olhei para os olhos dela tentando adivinhar o que ia acontecer a seguir. Então ela me disse:
“Aqui está um presente para você”.
Olhei para baixo, e vi que era uma caixa de chocolates. Ah, fiquei tão surpreso!
“Obrigada por ter vindo à nossa escola”, a diretora me disse com um grande sorriso. “Sempre que você voltar a este país, volte à minha escola.
Mais de um ano se passou e voltei àquele país e à escola cristã para continuar com o reavivamento que Deus havia começado.
Descobri que aquele campus cristão havia continuado com as reuniões às 6h todas as manhãs para orar por reavivamento e pedir pelo recebimento do reavivamento do Espírito Santo.
Novamente, a professora cristã que trabalhava naquela escola pública rural me viu.
“Você tem que voltar à minha escola. Lembre-se de que a diretora o convidou a voltar”, ela me disse.
Orei, e o Espírito de Deus me disse: “Vá”.
Então, eu voltei àquela escola pública rural. Dessa vez, a diretora estava me esperando e ficou encantada por me ver novamente.
“Venha falar com os nossos alunos novamente”, disse ela calorosamente.
No entanto, a professora cristã mais uma vez me lembrou: “Não mencione o nome de Deus nem a Bíblia de forma alguma!”
Então, com muitas orações silenciosas por sabedoria, contei mais histórias, e elas foram muito bem recebidas pelos alunos e professores. Todos estavam felizes. Então eles disseram adeus enquanto saíam da grande sala de reuniões.
Depois de todos os professores, funcionários e alunos saírem da sala, fiquei sozinho com a professora cristã, com o meu tradutor e, claro, com a diretora da escola. O Espírito de Deus me disse: “Pergunte à diretora se você pode fazer uma oração de bênção para a vida dela.”
Ah, isso é perigoso, pensei. Você não devia fazer isso em uma escola pública. Você nunca deve orar dentro das dependências de uma escola do governo aqui neste país. Mesmo assim, perguntei à diretora muito suavemente:
“Posso orar com você?”
Ela ficou surpresa. O seu rosto ficou como pedra.
“Siga-me”, ela disse.
Nós quatro descemos até o seu escritório. Ela fechou a porta.
“Agora você pode orar”, ela me disse.
Eu orei para que Deus a abençoasse, que abençoasse a sua família e que Deus, o verdadeiro Deus do Céu e da Terra, a ajudasse a ser a diretora que ela devia ser.
Depois que terminei de orar, ela me deu um grande sorriso. Ela me agradeceu por orar por ela e pela sua família e pela sua liderança. Então o Espírito de Deus me disse: “Dê a ela um livro!”
Mais uma vez, argumentei. “Mas, Deus, é ilegal dar um livro impresso que não seja aprovado pelo governo.” Mais fortemente, o Espírito de Deus me disse, “Dê a ela o seu livro.” Eu lhe dei um dos meus livros, traduzidos na língua dela.
“Aqui está um presente da minha família para você. Vai lhe mostrar o valor de ter Jesus Cristo não apenas no seu coração, mas na sua casa para toda a sua família.”
Ela recebeu o livro e me agradeceu. Então ela disse novamente:
“Siga-me”.
Tive todos os tipos de pensamentos ruins passando pela minha mente. Devo estar em apuros agora, com certeza. Agora ela tem evidências; ela pode me entregar e mostrar o meu livro na sua língua que lhe dei e que é contra a lei!
“Aqui, sente-se nesta sala de aula”, ela instruiu.
Então me sentei na sala de aula e orei e orei a fim de que, pelo Espírito de Deus, eu pudesse ser uma influência para o reino de Deus, sem me importar com o que ia enfrentar.
Então pela porta entrou a diretora novamente. Ela trouxe vários alunos, cada qual com seu instrumento. Também trouxe o instrumento dela. Todos começaram a tocar os instrumentos, e ela tocou lindas músicas do seu país. Depois de finalizar a música especial, ela me disse:
“Obrigada por vir a esta escola, obrigada pelo seu presente e obrigada pela sua bênção. Essas músicas do meu povo são o meu presente para você!
Quase oito anos se passaram desde que fiz aquela viagem inesperada para chamar aquela escola cristã a um reavivamento. Eu me lembro como se fosse ontem, como jovens e idosos se uniram naquelas manhãs frias às 6h para orar por reavivamento. Que alegria tenho no meu coração por saber que jovens e idosos ainda se reúnem a cada manhã para orar pelo batismo do Espírito Santo!
Não posso deixar de lembrar daquela experiência preciosa sem pensar também na professora cristã que estava disposta a arriscar o emprego dela a fim de me levar até a escola pública para ajudar a influenciar a sua escola para Cristo. Oro também para que aquela grande diretora, com um coração de ouro, que dirige a sua escola como uma base militar, em breve leve cada aluno a ser um soldado pela causa de Cristo.
Capítulo 15
PERDOANDO O IMPERDOÁVEL
“Darei a vocês um coração novo e porei um espírito novo em vocês; tirarei de vocês o coração de pedra e lhes darei um coração de carne.” (Ezequiel 36:26)
Quando eu era menino, fui abençoado por ter avós maravilhosos em ambos os lados da minha família. Tanto os meus avós maternos, vovô e vovó Emde, quanto os meus avós paternos, vovô e vovó MacLafferty, me fizeram sentir muito especial, amado e valorizado. Eu sou eternamente grato a Deus por todos os quatro.
Vovó Mac, como eu gostava de chamá-la, foi usada por Deus de uma maneira poderosa para fortalecer a minha amizade com Jesus. Ela era cheia de energia. E era muito divertida!
Quando criança, eu ficava tão animado sempre que vovó Mac vinha nos visitar. Ela era uma ótima contadora de histórias. Quando ela contava histórias dos lugares do mundo, quase podia sentir o leão africano respirando na minha nuca, o sabor das melancias nos campos quentes do Sul, e sentir o cheiro dos freios do velho Modelo T do missionário indo pela estrada de uma montanha distante. Qualquer que fosse a história que ela compartilhasse, ela contava de um jeito que eu sentia como se estivesse lá, eu mesmo vivendo aquela história.
Adorávamos colher frutas vermelhas juntos observando se não havia cobras e fazendo tortas de frutas vermelhas juntos na cozinha. Ela era uma pessoa muito divertida para cozinhar junto. Eu fazia bagunças horríveis na cozinha, mas as minhas bagunças não pareciam assustá-la nem um pouco.
Em todas as nossas divertidas aventuras juntos, ela sempre encontrou maneiras simples de me encorajar na minha caminhada com Jesus, desafiava a forma como eu falava com Jesus, encorajava-me a buscar mais e mais com Jesus. Ela tinha um grande amor pela Palavra escrita de Deus e me encorajou a amar a Palavra de Deus e as histórias nela contida. Quando eu era criança, não tinha ideia de que a minha querida vovó Mac vinha de uma família com pai abusivo. Eu não conhecia as tristezas que ela tinha vivenciada na sua infância. Eu simplesmente a conhecia como alguém que amava Jesus, caminhava alegremente com Ele e que me ensinava a fazer o mesmo.
Lembro-me de ir visitar o meu avô e a minha avó Mac na sua casa no campo. Eles construíram a casa em uma pequena propriedade na floresta entranhada do Sul. Eles amavam muito aquela casa. Eles a construíram com as próprias mãos. Até tiraram algumas árvores para fazer um grande jardim. Contudo, naquele lindo lugar, criado pelo amor, a tragédia se abateu.
Os meus avós ajudaram as pessoas da redondeza a construir uma pequena igreja. As pessoas que moravam naquelas colinas tinham pouco dinheiro e lutavam para alimentar as próprias famílias. Mas os meus avós queriam que elas tivessem uma igreja. Então fizeram blocos de tijolos com as próprias mãos e depois secaram os blocos ao sol para construir aquela igreja no campo. A minha avó também pintou um lindo mural para o batistério. Eles amavam as pessoas daquelas montanhas e fizeram tudo o que podiam para ajudá-los. O meu avô especialmente, dedicou a vida a amar os membros daquela igreja. Infelizmente, o amor nem sempre foi dos dois sentidos.
O meu avô tinha um pouco mais de educação do que muitos naquelas colinas campestres. Ele não falava da mesma forma nem sempre conhecia seus costumes e jeitos. Então as pessoas nem sempre apreciavam o meu avô, e, muitas vezes, falavam mal dele e criticavam o seu trabalho e o seu serviço. Isso lentamente foi partindo o coração do meu avô. Com o passar do tempo, ele foi ficando cada vez mais sobrecarregado e cansado.
Certa noite, ele voltou de um longo dia dedicado a servir e visitar as pessoas da região. O coração dele estava tão pesado.
“Você poderia, por favor, me dar um copo de água? Vou me sentar na minha cadeira favorita”, ele disse à minha avó.
Quando ela voltou com o copo de água, ele estava morto.
“Donnie, vovô morreu por ter o coração partido”, ela me confidenciou um dia, não muito depois da tragédia.
“Por que o coração dele estava partido, vovó?”, perguntei inocentemente.
“Ele amava muito aquelas pessoas, mas elas não o amavam, elas não o tratavam bem”, ela me disse com tristeza.
“Donnie”, ela continuou, “preciso que você ore por mim. Preciso perdoar as pessoas aqui nas colinas e montanhas a quem amamos e servimos. É difícil para mim perdoá-los pela maneira como elas trataram o seu avô. Preciso que você ore para que eu possa perdoá-las.
Aquela foi a primeira vez na minha infância em que a minha avó abriu o coração para mim e me pediu que orasse. A minha avó lutou com Deus nos dias e semanas após a morte do meu avô. O que ela ia fazer agora? Ela morava no meio do nada em uma floresta. Não era seguro para ela viver lá sozinha, pois havia roubos naquela área.
Eventualmente, ela foi forçada a vender aquela linda propriedade por quase nada e sair daquela região. Com o passar do tempo, ela foi sentindo cada vez mais ressentimento no seu coração em relação ao que havia acontecido. Ela sentia a amargura começando a surgir. Mais uma vez, ela me perguntou:
“Donnie, você poderia orar com a sua avó? Poderia orar para que eu possa perdoar todas aquelas pessoas?”
Então orei com a vovó. Peguei as mãos dela junto às minhas mãozinhas, e clamei a Deus: “Jesus, você, por favor, ajuda a minha avó a perdoar as pessoas que machucaram tanto ela e o vovô? Em nome de Jesus, amém.”
O tempo passou, e na próxima vez que a vovó conversou comigo, ela sorriu e me puxou de lado.
“Sabe de uma coisa?” ela me disse: “Deus ouviu as minhas orações, e Ele ouvi as suas orações. Ele me ajudou a perdoar todas as pessoas que machucaram o seu avô. Estou em paz agora, e o meu coração está feliz novamente.”
Eu a abracei com força. Fiquei tão feliz!
Vários meses se passaram, e ela teve outro grande desafio. Ela foi para a Costa Oeste e estava visitando alguns dos seus parentes. Durante a visita, alguns dos seus parentes sugeriram que fossem dar uma volta. Todos entraram no carro e foram estrada abaixo.
O parente que estava dirigindo disse corajosamente:
“Vê aquele trem que está se aproximando? Eu posso vencer aquele trem. Vou correr e passar pelos trilhos antes do trem virar a esquina.”
A minha avó implorou:
“Por favor, não tente apostar corrida com o trem! Isso não é necessário. Já estamos velhos. Vamos apenas esperar e deixar o trem passar. Isso é uma tolice.”
“Não me diga o que fazer”, respondeu o parente dela de forma arrogante. “Posso atravessar a estrada antes deste trem.”
Ele então pisou no acelerador, e o carro foi cambaleando para frente, passando entre as barras de segurança que já bloqueavam os trilhos da estrada. Assim que eles chegaram ao topo dos trilhos do trem, o motor do carro parou. Os dois parentes com quem ela estava viajando rapidamente conseguiram tirar os cintos de segurança, abriram as portas do carro e escaparam. Mas a minha vovó, pesando menos de 45 quilos, estava tentando freneticamente tirar o cinto de segurança. Ela ainda estava no processo de retirá-lo e abrir a porta quando o trem, que tentava desacelerar, bateu naquele pequeno carro.
Embora a minha avó tenha sobrevivido milagrosamente ao acidente de trem, as pernas dela foram terrivelmente quebradas, e ela teve que ficar no hospital por mais de um mês com uma das pernas totalmente engessada. Ela também perdeu um dos dedos do pé. Depois, sempre que ela andava, ela sentia dor. Esse acidente mudou o resto da sua vida.
Na próxima vez que a vi, ela estava mancando ao se encontrar comigo.
“Donnie, preciso que você ore comigo novamente. Estou tendo dificuldade em perdoar o meu parente. Eu disse a ele para não fazer aquilo, e ele fez mesmo assim. Agora eu vivo com dor. Você poderia orar para que eu dê a minha amargura a Deus, seja livre e consiga perdoá-lo?”
Mais uma vez peguei as suas mãos junto às minhas e clamei a Deus como só um garotinho poderia fazer.
O tempo traz cura se estivermos dispostos. Deus curou o coração dela para que ela conseguisse ser capaz de perdoar aquele parente e seguisse em frente.
Ela se mudou para o Brasil e serviu ao Senhor lá por muitos anos como missionária com o meu tio Harry, a minha tia Marilyn e a sua família. Ela ensinou, cuidou e amou as pessoas, e o tempo passou. Mas o seu maior teste de perdão ainda estava por vir.
Quando ela estava com 84 anos, ela voltou do Brasil e passou a morar na Costa Oeste. Certo dia, ela saiu para uma caminhada matinal. Havia uma caixa de materiais infantis que ela queria organizar na igreja local para crianças em Bangladesh. Então ela saiu de casa e caminhou até a igreja. Ela não sabia que havia alguém observando-a e seguindo-a com uma intenção maligna.
Ela caminhou até a igreja e estendeu a mão para destravar a porta da frente. De repente, um grande homem a agarrou por trás. Ele a arrastou bruscamente e a carregou de volta para o pátio atrás da igreja onde ninguém podia ver.
“Perdoe-o, Pai, perdoe-o”, ela começou a clamar, enquanto ele a carregava para longe da rua. “Eu sei que o Senhor o ama tanto quanto me ama. Ajude-o a se preparar para o Céu.”
Mas o homem não se importava com a oração dela. Ele a jogou no chão com força e fez coisas que são impensáveis para um homem fazer. Depois que ele terminou o seu ato brutal, ele tentou matá-la de múltiplas maneiras.
“Querido Deus, envia os Teus santos anjos para me salvar!”, ela gritou.
De repente, ela ouviu vozes doces de crianças da escola da igreja próxima. O agressor fugiu. Pequenas crianças que a conheciam como a contadora de histórias na classe da Escola Sabatina vieram correndo. Eles olharam para o seu corpo machucado e sangrando deitado na calçada do pátio.
“Sra. Mac, é a senhora?”, as crianças perguntaram com medo.
Ela mal conseguia sussurrar.
“Sim, sou eu. Ligue para o 911!
As crianças ligaram para o 911. Poucos minutos depois, a ambulância e equipes de emergência chegaram. Eles levaram a minha avó para o hospital e, pela misericórdia de Deus, eles conseguiram salvar a vida dela.
No entanto, os dias, semanas e meses seguintes foram uma luta para a minha avó se recuperar do horror daquele ataque brutal. Enquanto a vovó lutava para ficar em pé e confiar novamente, eu tinha as minhas próprias lutas para lidar com os sentimentos que nunca havia experimentado antes. Eu estava horrorizado que alguém neste planeta tratasse a minha preciosa avó de forma tão cruel. Eu era jovem, um homem de vinte e poucos anos na época. E sentia vontade de machucar aquele homem que abusara da minha avó. A minha raiva e os pensamentos de ódio em relação a ele me assustaram. Eu não sabia o que fazer.
Entretanto, os meus pais e a minha avó sempre me ensinaram a ir a Jesus como estivesse, não importando como eu estivesse me sentindo. Então cheguei a Jesus em oração, como estava, um jovem com raiva e amargo, enfurecido com o homem que havia atacado a minha avó e zangado com Deus por não o ter impedido.
Descobri então que o Deus vivo havia me tomado com todos os meus questionamentos. Ele ouvido e se importado e ficado comigo durante a minha dor. Eu não tinha poder em mim para renunciar aos meus sentimentos de ódio, mas descobri promessas poderosas na Palavra de Deus que me ensinaram a entregar aqueles sentimentos e a perdoar o que me parecia ser para sempre imperdoável. Uma das promessas que Deus me ajudou a descobrir na Sua Palavra que logo não só me traria cura mas também seria oportuno para a minha avó também.
Certo dia, ela me ligou.
“Eu tenho um problema”, ela me disse simplesmente.
“O que foi, vovó?”, perguntei.
Ela suspirou e disse:
“Preciso que você ore por mim novamente. Ao longo de toda a minha vida, Deus me deu o poder de perdoar de novo e de novo e de novo. Mas, dessa vez, não consigo perdoar. Eu odeio o homem que fez aquelas coisas horríveis comigo. Eu odeio o homem que tentou me matar. Todas as noites agora eu tenho pesadelos com ele vindo atrás de mim. Sei que devia perdoá-lo, mas não sei como. Implorei de novo e de novo, Deus me ajude a perdoar, mas não sinto vontade de perdoar aquele homem. Mas eu sei que devo.”
“Vovó”, eu disse baixinho, “eu também tive muita dificuldade em perdoar aquele homem. Eu também o odiei. Posso compartilhar com você boas notícias do melhor livro do mundo?”
Eu sabia que a minha avó amava a Palavra de Deus com todo o seu coração.
“Sim, por favor, compartilhe”, ela me disse.
Então abri a Bíblia em Ezequiel 36:26 e 27.
“Vovó, a Palavra de Deus diz assim: ‘Darei a vocês um coração novo e porei um espírito novo em vocês; tirarei de vocês o coração de pedra e lhes darei um coração de carne. Porei o Meu Espírito em vocês e os levarei a agirem segundo os Meus decretos e a obedecerem fielmente às Minhas leis.’ “Vovó”, eu disse com lágrimas nos olhos, “Deus me deu esta cirurgia cardíaca que Ele prometeu em Ezequiel 36. Essa cirurgia é real! Eu pedi a Deus para me dar esta cirurgia cardíaca, e Ele eliminou a minha raiva e o meu ódio e me deu um novo coração. Ele me deu paz. Deus está impressionando-a de que a senhora também precisa de uma cirurgia cardíaca?
“Sim”, ela respondeu. “Eu preciso de uma cirurgia cardíaca do Céu.”
“Você sabia que Deus tem o poder de eliminar a sua amargura e eliminar o seu ódio pelo seu agressor?”
“Sim”, ela respondeu.
“Você sabia que Ele tem o poder não só de tirar todo o ressentimento e ódio, mas também para curar o seu coração e lhe dar poder para perdoar?”, perguntei.
“Eu preciso disso”, ela me disse.
Então, mais uma vez, eu orei com a minha preciosa avó para que Deus fizesse uma cirurgia cardíaca e que Deus cortasse do seu coração toda a amargura, todo o ódio e toda a raiva que ela sentia por aquele homem que a machucara tão profundamente.
Deus viu e ouviu o clamor da minha avó, pedindo pela Sua cirurgia cardíaca, e Ele curou o seu coração. Pouco depois de ela ter recebido a cirurgia cardíaca de Deus, a polícia prendeu o seu agressor. Pediram à minha avó para ficar frente a frente com o seu agressor no tribunal, para testemunhar contra ele. A minha avó concordou em entrar na sala do tribunal sob uma condição: que ela pudesse dizer brevemente o que ela tinha a dizer e ir embora.
Chegou o dia. Ela entrou naquele tribunal com todos observando para ver o que ela diria. Corajosamente, ela olhou através da sala diretamente para os olhos do homem que tentou matá-la. Ele fechou a cara, desafiadoramente da sua posição entre dois guardas. Sussurrando uma oração a Deus por graça, ela reuniu todas as suas forças ao declarar: “Deus ama você! Eu o perdoo.”
Com essa mensagem simples, ela se virou e saiu do tribunal.
Deus deu à vovó mais nove anos de vida depois daquela experiência trágica. Durante os anos restantes da sua vida, ela caminhou em liberdade e na doce paz do perdão.
Quase vinte e sete anos se passaram desde aquele evento horrível. A minha avó já havia ido há muito tempo descansar em Jesus, e eu já estava viajando pelo mundo, vendo Deus fazer muitos milagres no coração do Seu povo. Então, há apenas cinco anos atrás, ouvi que o homem que havia cometido aquele ato horrível com a minha avó estava tentando desesperadamente fazer um acordo para sair da prisão mais cedo em liberdade condicional.
Quando ouvi a notícia, foi como água fresca, gelada batendo no meu rosto. Mas imediatamente comecei a orar.
“Deus, se aquele homem precisa ser liberto da prisão para que ele possa Te encontrar, então liberta-o. No entanto, se ele precisa ficar na prisão para Te encontrar e manter outras mulheres seguras, então mantenha-o na prisão.”
O homem permaneceu na prisão. Todavia, enquanto eu orava por ele mais uma vez, reconheci novamente o incrível milagre que Deus havia operado no meu próprio coração e no coração da minha avó tantos anos antes. Eu continuava ainda verdadeiramente livre, assim como a minha avó tinha sido, livre de toda amargura e verdadeiramente em paz em Jesus.
Meu amigo, servimos a um Deus vivo e poderoso que dá poder de perdoar até o imperdoável. Ele operou um milagre incrível no nosso coração. Você precisa que Ele opere um milagre assim no seu coração também?
Capítulo 16
PAZ INABALÁVEL
“E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os seus corações e as suas mentes em Cristo Jesus.” (Filipenses 4:7)
Meu caro amigo, ao longo deste livro compartilhei história após história, testemunhando a razão pela qual eu sei, pessoalmente, que Deus está vivo. Compartilhei muitos testemunhos de como Deus trabalhou na minha própria vida, como Ele orquestrou encontros divinos em momentos difíceis e em lugares tenebrosos. Compartilhei como Deus abriu portas, fechou portas, dirigiu os meus passos e me deu exatamente as palavras certas para dizer.
Eu sei que Deus está vivo, pois Ele tem estado comigo há muitos anos, tanto nos bons quanto nos maus momentos, tanto em tempos tediosos quanto em tempos muito perigosos. Também posso testificar que Deus está vivo, ainda que eu tenha falhado com Ele ou tenha me perguntado se Ele falhou comigo. As histórias milagrosas que compartilhei aqui são apenas um pequeno vislumbre da Sua bondade e das belas maneiras que Ele tem conduzido a minha vida ao longo dos anos.
Há muitas outras histórias milagrosas que eu poderia compartilhar, e talvez um dia elas sejam compartilhadas em outro livro. Por agora, quero encerrar este livro compartilhando mais um testemunho pessoal. É uma recente e difícil história e ainda assim um dos meus mais preciosos testemunhos do porquê sei que Deus está vivo hoje.
É uma história sobre a minha esposa, April, e eu enfrentando o inesperado o desconhecido e descobrindo novamente a paz de Deus que nos manterá durante toda a eternidade.
A minha linda noiva, April, e eu comemoramos nosso 35º aniversário de casamento em 2 de maio de 2023. Ao longo dos anos, tivemos muitas maravilhosas aventuras de fé juntos. Deus também nos abençoou com três filhos maravilhosos que amamos muito.
April e eu adoramos caminhar juntos. Nós caminhamos de mãos dadas, literalmente, milhares de quilômetros juntos. Desfrutamos trilhas na montanha, caminhada em matas, calçadas e praias arenosas. April e eu somos melhores amigos um do outro na Terra, perdendo apenas para a nossa amizade pessoal com o nosso Senhor Jesus Cristo.
Deus nos ajudou a navegar juntos por muitas bênçãos inesperadas ao longo da nossa vida, mas também por tantas perdas e desafios. No entanto, não estávamos esperando a notícia que enfrentamos como casal em fevereiro de 2022.
Por algum tempo, April vinha lutando com uma ferida irritada na testa que simplesmente não sarava. Eu a acompanhei ao dermatologista para uma consulta. Quando ela terminou a consulta com o médico e voltou para a sala de espera, eu sabia, só de olhar para o seu rosto, que algo estava errado. Senti o seu fardo pesado enquanto caminhávamos para o carro em silêncio.
“Você quer conversar sobre o que aconteceu?”, perguntei-lhe gentilmente enquanto voltávamos para casa.
“Podemos conversar quando chegarmos em casa”, ela respondeu firmemente.
Eu sabia que estávamos diante de más notícias. Já em casa, ela compartilhou calmamente que o seu médico dera uma olhada na sua testa e lhe dissera que tinha certeza de que ela tinha um tumor cancerígeno. Nós sabíamos que poderíamos esperar o retorno do relatório da biópsia, mas nós dois estávamos convictos a reservar o próximo dia, que era uma sexta-feira, para jejuar e orar e ver o que Deus queria que lhe pedíssemos.
No livro de Tiago, a Palavra de Deus nos instrui a respeito do que fazer quando alguém está doente. Devemos chamar os anciãos juntos e ungir a pessoa com óleo (Tiago 5:14-16). O óleo é um símbolo do poder do Espírito Santo para curar e restaurar essa pessoa.
Naquela sexta-feira, nós dois oramos e jejuamos, orando juntos e separados repetidamente durante todo o dia. Ao pedirmos ao Espírito Santo que nos guiasse na Palavra de Deus, Ele nos levou à oração de Jesus no jardim do Getsêmani onde Jesus fez a seguinte oração: “Meu Pai, se for possível, afasta de Mim este cálice; contudo, não seja como Eu quero, mas sim como Tu queres” (Mateus 26:39).
Enquanto orávamos, o Espírito de Deus nos convenceu de duas coisas específicas. Primeiro, devíamos reunir os anciãos para orar e ungir a minha esposa conforme solicitado em Tiago 5:14 a 16.
Segundo, não devíamos nos concentrar em implorar a Deus para curar April, mas sim em nos entregar totalmente a Deus. Nós devíamos entregar o que queríamos naquela situação, bem como os nossos desejos para que Deus a curasse. As nossas orações deveriam ser, acima de tudo, que, quer Deus curasse April ou não, que Deus usasse o nosso testemunho como casal caminhando por essa jornada do câncer para trazer muitos crentes e incrédulos para Cristo por meio da nossa história.
No domingo seguinte, ou seja, dois dias depois, nós nos reunimos para um serviço especial de unção com os anciãos e alguns amigos. Nunca me esquecerei de ver como a minha linda esposa levantou as mãos para o céu em completa submissão a Deus. Ela disse a Deus que queria viver. Ela disse a Deus que queria continuar sendo a minha esposa. Ela disse a Deus que queria continuar a ser a mãe dos nossos três filhos. Mas então ela clamou a Deus com lágrimas de total entrega nos olhos.
“Mais do que tudo isso, Deus, eu entrego a minha vida a Ti. Eu rendo a minha vida ao Senhor. Deus, por favor, faça o que é certo aos Seus olhos. Faça o que daria mais glória a Jesus Cristo. Faça na minha vida o que mais traria pessoas para Ti.”
Depois que April terminou de orar, eu orei, também segurando às lágrimas.
“Deus, quero que April viva”, orei. “Eu quero continuar servindo-O juntos. Mas Deus, eu Lhe entrego o meu desejo de que a minha esposa viva. Deus, cure-a se isso trouxer glória a Ti. Mas quer o Senhor a cure ou não, estou pedindo que o Senhor traga a maior exaltação a Jesus por meio do nosso testemunho. Estou pedindo ao Senhor que traga crentes e incrédulos a Cristo por meio de como vivemos a nossa vida daqui para frente com essa nova realidade.”
Ah, meu amigo, April e eu conhecemos o Deus vivo, porque experimentamos a veracidade das promessas de Deus em primeira mão, em circunstâncias muito difíceis. Pedimos por paz, uma paz que não poderia ser roubada de nós, e Ele nos deu essa paz.
Em Filipenses 4:6 e 7, a Palavra de Deus diz: “Não andem ansiosos por coisa alguma, mas em tudo, pela oração e súplicas, e com ação de graças, apresentem seus pedidos a Deus. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os seus corações e as suas mentes em Cristo Jesus.”
Claro que seria uma bela história de milagre se eu pudesse compartilhar que April foi instantaneamente curada e ficou saudável novamente depois daquele serviço de unção. Contudo, Deus tinha um milagre maior em mente, pois Ele queria nos dar a Sua paz no meio da tempestade. Nos dias e semanas que se seguiram, a nossa paz em Deus foi testada repetidas vezes.
No dia 14 de fevereiro de 2022, April estava no caixa do supermercado quando o consultório médico ligou com os resultados do laboratório. O tumor dela era cancerígeno. Não só que era cancerígeno, mas ela tinha linfoma difuso de grandes células B.
Uma semana depois, ela fez um PET (tomografia por emissão de pósitrons) e descobriram que ela tinha linfoma folicular por todo o seu intestino e abdômen. Uma semana depois, ela descobriu que tinha câncer nos ossos. O médico então lhe disse que ela tinha linfoma em estágio 4. Ficamos em choque ao ouvir tudo aquilo tão rapidamente!
Oramos fervorosamente a respeito do que fazer. Pessoas ao redor do mundo começaram a nos dar centenas de recomendações de todos os tipos de remédios para usar para combater o câncer. Alguns disseram que deveríamos fazer quimioterapia imediatamente. Alguns disseram que, se nós tivéssemos fé, nunca faríamos quimioterapia.
Ao orarmos por sabedoria, continuamos a praticar total entrega das nossas vontades e submetendo o que queríamos ao senhorio completo de Jesus Cristo.
Com tantos desafios à nossa frente, compreendemos novamente que precisávamos colocar toda a nossa confiança em Deus e qualquer plano de tratamento que escolhêssemos. A nossa confiança não podia estar na quimioterapia nem nos remédios naturais nem em qualquer outro plano de tratamento. A nossa total confiança tinha que ser em Deus.
Depois de fazermos a nossa pesquisa a respeito das opções de tratamento e entregar todas essas opções a Deus em oração, optamos por fazer uma mistura de quimioterapia e remédios naturais para fortalecer o sistema imunológico de April. Alguns apoiaram a nossa decisão, outros foram contra.
Amigo, as nossas escolhas e convicções não devem necessariamente ditar as escolhas ou convicções dos outros. Cada um de nós tem as próprias situações e, em cada uma devemos rogar pessoalmente e individualmente a Deus pela Sua sabedoria no que Ele quer que façamos. A Sua resposta é única, assim como cada pessoa é um indivíduo único. Então estou simplesmente compartilhando como o nosso incrível Deus nos guiou. Deus vai guiá-lo também, na sua própria jornada única de fé, enquanto você buscar a sabedoria Dele e confiar na Sua força.
O caminho nos próximos meses seguintes foi rigoroso. Foi difícil ver a minha saudável, energética esposa passar pelas batalhas da quimioterapia, mas ela fez isso com a graça de Deus. Ao longo daqueles meses difíceis de tratamento, eu a observei ter uma paz inabalável em Deus, e isso foi um verdadeiro milagre. Algumas semanas ela recebia boas notícias, algumas semanas más notícias. Mas a sua paz, que vinha de Deus, era inabalável.
Não importava o que ela enfrentasse todos os dias, eu testemunhei o Deus vivo, vez após outra, envolvê-la em um cobertor de paz do Céu e com ternura guardar o seu coração. Uau, Deus! O Senhor é formidável! Eu pensei várias vezes, enquanto testemunhava como Ele cuidava tão bem da minha esposa.
Aqueles meses de quimioterapia não foram fáceis, e os meses seguintes nem sempre foram fáceis. Mas Deus tem estado conosco em cada passo do caminho. E tem sido a minha santa alegria e honra abraçar a minha esposa, April, pelos altos e baixos da sua jornada com câncer. Atualmente, ela está em remissão! Louvamos ao Senhor e comemoramos todos os dias juntos. Nós nos amamos mais profundamente agora do que antes, e o nosso coração está cheio de gratidão por cada novo dia e pelo grandioso Deus a quem servimos.
Entretanto, não estamos em negação. Também sabemos que esse linfoma difuso de grandes células B pode voltar a qualquer momento. A reincidência é uma possibilidade muito real. Mas April está nas mãos de Deus. Nós, como casal, também estamos nas mãos de Deus. Então descansamos Nele, confiamos Nele. Confiamos Nele não apenas no nosso hoje, mas também confiamos Nele com o que quer que o amanhã possa trazer.
Também percebemos novamente que não somos invencíveis como seres humanos. Como um casal que tem um ministério global, tivemos a alegria de participar de muitos compromissos missionários efetivos em vários lugares ao redor do mundo. Acreditamos que Jesus virá em breve, e Ele nos chamou para compartilhar as boas-novas da Sua breve vinda em toda parte. Mas também pensamos muitas vezes que, se Jesus não voltar assim tão breve como pensamos, teremos a alegria de envelhecermos juntos como um casal.
No entanto, mais uma vez, esta vida é temporária, e não somos invencíveis. Tivemos que enfrentar a morte nos olhos, mas encontramos força na poderosa declaração de Jesus no evangelho de João 11:25 onde Ele disse: “Eu sou a ressurreição e a vida.”
Depois que o amigo de Jesus, Lázaro, morreu, Ele disse aos Seus discípulos que Lázaro estava dormindo (João 11:11). April e eu amamos a história de Jesus parado em frente ao túmulo de Lázaro, clamando: “Lázaro, venha para fora!” (João 11:43). Assim como Jesus ressuscitou Lázaro da sepultura, sabemos que, se algum de nós morrer antes de Jesus voltar, será um sono temporário na sepultura. Quando Jesus voltar, Ele nos despertará desse sono para nunca mais morrermos. A nossa esperança está na promessa em Deus encontrada em 1 Tessalonicenses 4:16 a 18: “Pois, dada a ordem, com a voz do arcanjo e o ressoar da trombeta de Deus, o próprio Senhor descerá do Céu, e os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro. Depois disso, os que estivermos vivos seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, para o encontro com o Senhor nos ares. E assim estaremos com o Senhor para sempre. Consolem-se uns aos outros com estas palavras” (1 Tessalonicenses 4:16-18).
Querido amigo, descubra Jesus todos os dias na Sua Palavra escrita. Entregue a sua vida com todas as suas vitórias e derrotas para Jesus como o Seu Senhor e viva na Sua inabalável paz. Você se tornará um testemunho vivo de que Deus está vivo.
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Circunstâncias intrigantes, oportunidades perigosas e momentos comoventes todos apontam para a verdade – Deus está vivo.
Don e a esposa, April, moram em Apison, Tennessee. Em 2 de maio de 1988, a vida deles se tornou uma vida de propósito. Eles gostam de fazer caminhadas juntos, nas montanhas, nas florestas e à beira-mar. Eles foram abençoados com três filhos. Eles apreciam ter um encontro com o Criador todos os dias e convidar jovens e idosos a fazer o mesmo.