Divórcio

Se você for sábio, seu casamento contará com uma boa dose de realidade, e não apenas de estrelas em seus olhos e dos sonhos em seu coração. A convivência entre duas pessoas em um relacionamento é difícil, independentemente do quanto elas se amem e se respeitem. Antes do casamento, é claro, vocês resolveram questões importantes como: Vamos ter filhos ou só um cachorrinho fofo? E vocês dois entenderam que, num mundo imperfeito, ambos terão que ceder em algum momento, inevitavelmente.

Mas então a realidade se revela. Existem mais diferenças entre vocês do que pensavam. Um é sonhador, e o outro é realista. E ambos não faziam ideia da profunda influência que os valores dos pais exercem na vida de cada cônjuge. Você começa a pensar: Como é que vou viver assim? O que devo fazer? Essa é uma pergunta séria, pois Deus nunca quis que um casal se divorciasse.

A Lei de Moisés detalhava que o divórcio era permitido em alguns casos específicos de negligência dos “direitos conjugais” (Êx 21:10, 11). Ela também declarava que o homem poderia se divorciar da sua esposa se descobrisse alguma coisa desabonadora sobre ela (Dt 24:1-4). Um dia, os fariseus fizeram um teste com Jesus, perguntando: “É permitido ao homem divorciar-se de sua mulher por qualquer motivo?” (Mt 19:3). Naquela época e lugar, a maior parte das pessoas concordava com os ensinamentos do rabino Shamai, que disse certa vez que a pessoa só poderia se divorciar por causa de adultério; ou do rabino Hilel, que ensinava que o divórcio era apropriado por vários motivos. Os fariseus esperavam que Jesus fosse tomar um desses lados do debate, para que pudessem dividir os seguidores de Jesus por causa do assunto.

Jesus respondeu com uma citação de Gênesis 1:27 e 2:24, enfatizando que Deus criou tanto a sexualidade quanto o casamento, e pretendia que fosse uma união de corpo e espírito. Quando os fariseus O pressionaram para explicar por que Moisés permitiu que só os homens dessem o divórcio às mulheres, Jesus disse a eles: “Moisés permitiu que vocês se divorciassem de suas mulheres por causa da dureza de coração de vocês. Mas não foi assim desde o princípio” (Mt 19:8). Jesus reprovou aqueles que se divorciaram das esposas por motivos egoístas, justificando suas ações com base na lei de Moisés. Jesus declarou que eles eram tão culpados de adultério quanto as pessoas que cometiam imoralidade sexual (Mt 19:9). O apóstolo Paulo escreveu que, se um cônjuge descrente se divorciasse de um cônjuge cristão, o cristão poderia deixar o outro ir de consciência tranquila, pois “Deus nos chamou para vivermos em paz” (1Co 7:15).

Se você perceber que seu casamento está escapando pelos dedos, devido à negligência, ou meramente pela passagem do tempo, esforce-se para colocá-lo de volta no rumo. Ore e converse com seu cônjuge, dizendo que se compromete a tornar o casamento forte, saudável e gratificante. Talvez seja necessário recorrer à ajuda de conselheiros profissionais. Ao mesmo tempo, tenha o cuidado de não comentar sobre o seu casamento para pessoas que não estejam envolvidas na sua decisão.

Se perceber que está num casamento marcado por abuso e infidelidade, ore e busque o conselho de amigos sábios ou até mesmo orientação profissional. Se está sofrendo algum tipo de violência, faça tudo o que for necessário para proteger tanto você como outras pessoas que estejam em perigo. Também se lembre de que até mesmo quando há razões bíblicas para se divorciar, ainda é possível perdoar o cônjuge e reconstruir o casamento. Hoje, tome a decisão de viver sua vida de modo que valorize tanto seu casamento como o das outras pessoas.