Quais são as implicações do pós-modernismo?
Quando Jesus estava na presença de Pôncio Pilatos, o governador romano perguntou a Jesus: “Que é a verdade” (Jo 18:38). Para muitos, essa pergunta ilustra a questão central do pós-modernismo: Como conhecemos a verdade? O pós-modernismo era originalmente um termo arquitetônico que cresceu e se tornou uma ideia elaborada por filósofos franceses como Lyotard, Derrida e Foucault. Eles desenvolveram três temas principais: ceticismo em relação às metanarrativas, “nenhum mundo fora do texto” e conhecimento é poder.
Esses termos implicam três coisas: que devemos duvidar dos grandes relatos, que devemos entender que tudo é uma interpretação da realidade e que certas forças trabalham para fazer de nós certos tipos de pessoas. Isso significa que o pós-modernismo suspeita de tudo aquilo que faz grandes afirmações sobre a realidade, não acredita que as pessoas tenham verdades objetivas e sugere que precisamos nos libertar de todas as instituições que tentam nos dizer o que fazer.
Enquanto o pós-modernismo apresenta desafios ao cristianismo, também corrige algumas desigualdades. Muitas instituições cristãs usaram de coerção, forçando os outros a acreditar em seu grande relato. O pós-modernismo aponta como a ciência tem feito a mesma coisa, zombando de qualquer um cujas crenças não se encaixem em uma moldura racional. Precisamos ouvir todas as vozes, não tapar os ouvidos a elas. Em contrapartida, Paulo nos diz que, neste lado do céu, nossa percepção é limitada (1Co 13:12). Verdades e realidades objetivas existem, mas ninguém tem percepção perfeita; usamos os sentidos e a linguagem para interpretar tudo, inclusive a Bíblia. Finalmente, a Bíblia nos fala sobre vários poderes que tentam nos moldar à sua imagem (Ef 6:12) e precisamos de conhecimento sobre essas coisas, para que não nos conformemos à imagem errada. Então como devemos responder ao pós-modernismo?
Como qualquer ideia humana, o pós-modernismo tem pontos fortes e fracos. Enquanto devemos reconhecer que tudo o que fazemos está sujeito a uma interpretação, podemos também confiar que o Espírito pode nos levar à verdade (Jo 8:31-32; 16:13). Acreditamos no grande relato do plano de salvação de Deus, mas devemos evitar anunciá-lo de uma forma que suprima ou minimize outros relatos. Do contrário, não seremos diferentes da igreja medieval que perseguiu aqueles que discordavam dela. Finalmente, mesmo que, em nosso orgulho, achemos que podemos escapar de todas as influências externas, isso nem sempre acontece. Contudo, podemos escolher aquilo que vai nos influenciar mais. Para o cristão, deve ser o Espírito de Deus falando por meio da Palavra de Deus quando participamos da comunidade de Deus, conhecida como igreja.